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25 Maio 2016 | Vanessa Vieira

Netflix se torna a única parceria em streaming da Disney nos EUA

Novidade anunciada nesta segunda-feira (23) já resultou em aumento de 3% nas ações do serviço se VOD

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"Zootopia", um dos sucessos da Disney em 2016 (Foto: Disney)

A Netflix, que fechou o primeiro trimestre deste ano com mais de 80 milhões de assinantes no mundo, anunciou nesta segunda-feira (23) a sua nova condição de única parceira da Disney em streaming nos Estados Unidos. A novidade, que não abrange canais de TV pagos ou abertos, já teve até repercussão nas ações do serviço de VOD, que registraram alta de 3% nesta terça-feira (24), chegando a US$ 97,89. Analistas de consultorias como a RBC Capital Markets inclusive sugerem que o aumento pode continuar até talvez duplicar o valor das ações da Netflix, que chegaria a US$ 200.

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Isso significa que apenas a plataforma fornecerá acesso aos filmes de todas as marcas controladas pela gigante da mídia: Marvel, Disney∙Pixar, Lucasfilm e, claro, Disney. Porém, a parceria que é negociada desde 2012 tem um detalhe: apenas os títulos lançados a partir de 2016 irão para a empresa de streaming. Star Wars: Episódio VII – O Despertar da Força, por exemplo, estreou no fim de 2015 e continuará a ser exibido na plataforma VOD Starz, a antiga principal parceira da Disney no mercado de streaming.

Ainda assim, a expectativa é de que o acordo de exclusividade entre Netflix e o estúdio, que passa a valer a partir de setembro deste ano, contemplará lançamentos com sucesso já comprovado nos cinemas como Mogli – O Menino Lobo, Zootopia e Capitão América – Guerra Civil. Além de próximas estreias como Doutor Estranho, Procurando Dory e Rogue One: A Star Wars Story, que chegam às telonas respectivamente em novembro e dezembro deste ano.

Nenhum desses títulos tem data já confirmada para chegar aos usuários estadunidenses da plataforma. No Canadá, a Disney já tem acordo semelhante com a Netflix desde 2015, mas esse tipo de parceria não tem previsão de ser replicado em outros mercados internacionais até o momento.

O servido de VOD tem expandido sua atuação pelo mundo e recebeu novos títulos em países como Espanha e Brasil. Veja também uma pesquisa da All Flicks que aponta que apenas 24% dos usuários do Netflix acreditam que o serviço de VOD substituirá o cinema.

Exigências na Europa

A situação das plataformas de streaming na Europa pode mudar drasticamente com novas propostas legislativas da União Europeia – UE, o que impactaria a ação de serviços como o da Netflix e o da Amazon. Além de proposta para eliminar as barreiras territoriais desse tipo de plataforma anunciada também neste mês de maio, a Comissão Europeia também pretende impor uma cota para que pelo menos 20% do conteúdo oferecido por serviços de VOD e streaming sejam europeus. O que, por ora, não impactaria tanto nas plataformas, pois o fundo European Audiovisual Observatory (Observatório do Audiovisual Europeu, em tradução livre) já teria divulgado em estudo que serviços de vídeo online já têm 27% de seus catálogos compostos por filmes europeus. A Netflix especificamente conta com 21% de seu conteúdo proveniente do Velho Continente.

A novidade pode se tornar um problema para essas empresas se for autorizado que a cota de cada país da UE seja considerada individualmente. Na França, por exemplo, a cota estimada seria de 60%

Porém, de acordo com anúncio oficial da entidade realizado ainda hoje (25), a medida pode se tornar ainda mais restritiva já que a Comissão também deseja permitir que alguns países da UE tenham o direito de exigir que as plataformas invistam nas produções locais para cinema e televisão.

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