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20 Dezembro 2017 | Vanessa Vieira

ABRASCE aponta entraves governamentais como desafio para expansão de shoppings

Presidente da entidade também comentou a relação entre cinemas e centros de compras

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Imagem meramente ilustrativa - Garten Shopping em Joinville (SC) (Foto: Almeida Junior)

Gerir um negócio no Brasil pode ser duplamente mais difícil quando se levado em conta toda a legislação e a burocracia necessárias, isso sem somar os projetos de lei que podem impactar negativamente esses empreendimentos. Assim acontece com o mercado de cinema, bem como com o setor de shoppings. É o que apontou Glauco Humai, presidente da ABRASCE – Associação Brasileira de Shopping Centers.

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Em entrevista ao Portal Exibidor, o executivo (foto abaixo) explicou que o País convive com o debate contínuo sobre a presença intervencionista do Estado na economia e suas consequências. Como exemplo, ele apontou que, em média, são necessárias as autorizações de 35 órgãos públicos e quatro anos para se construir um centro de compras. “Além disso, atualmente existem mais de 2.200 projetos de lei em tramitação nas esferas municipais, estaduais e federal, que podem impactar diretamente o setor”.

Toda essa dificuldade para a expansão do mercado de shoppings tem reflexos no mercado exibidor, já que o padrão atual é abrir complexos dentro desses locais em vez de cinemas de rua. Segundo Humai, alguns dos motivos para lojistas e exibidores preferirem os shoppings são segurança, mix de lojas e de serviços, estacionamento coberto, ambiente climatizado e comodidade.

O executivo declarou ainda que os centros de compras não são mais só lugares destinado à venda, mas cada vez mais se inclinam para o lazer e o entretenimento. “Nesse sentido, há uma aposta em cinemas, restaurantes e oportunidades baseadas em experiências. Um exemplo disso está na pesquisa da ABRASCE sobre o Perfil do Frequentador de Shopping Center, que aponta que apenas 37% das pessoas vão ao shopping com a intenção de compra”.

O cinema, inclusive, é um dos principais motivos para clientes irem aos shoppings. É o que declara uma pesquisa realizada pela entidade e apontada por Humai. Ele afirmou que 61% dos respondentes vão ao cinema pelo menos uma vez ao mês, 8% a mais do que em 2012. Ainda, o hábito de ir assistir filmes em complexos dentro de shopping aumentou de 79% dos participantes para 88%. Veja também alguns dados da edição de 2016 dessa mesma pesquisa.

Dessa maneira, o mercado exibidor tende a ser um aliado do setor de shoppings, atraindo mais pessoas para o centro de compras. O setor, inclusive, deve fechar 2017 com 7% a mais de faturamento, lembrando que em 2016 foram R$ 158 bilhões. Já em 2018, é esperado que o Brasil passe da marca de 600 shoppings em seu território.

Quanto às oportunidades desse mercado, Humai contou que a tendência acaba seguindo a demanda e “boas oportunidades” das regiões brasileiras. Ele destacou a forte posição do Sudeste neste setor, com 54% do total de shoppings nacionais e responsável por R$ 91,9 bilhões dos R$ 158 bilhões de 2016.

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