07 Março 2018 | Fernanda Mendes
Profissionais falam sobre o espaço da mulher no mercado de cinema
Com o Dia Internacional da Mulher chegando, o Portal Exibidor lança série de entrevistas com executivas
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O papel da mulher na indústria de entretenimento vem tomando conta das manchetes e das rodas de conversa há alguns anos. Coisas boas aconteceram para o empoderamento feminino, como a bilheteria de sucesso de Mulher-Maravilha (US$ 821 milhões), que abriu os olhos de espectadores para a força da mulher como protagonista, além das premiações de filmes estrelados por mulheres no Oscar 2018.
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Neste ano, o assunto também chama a atenção para o sexo feminino em meio ao mercado. Harvey Weinstein, produtor de Hollywood, foi acusado por mais de 100 atrizes por abuso sexual e moral, além de acusações de estupro. Os casos instigaram a criação da entidade Time’s Up por nomes da indústria e tiveram o endosso das atrizes Meryl Streep e Reese Whitherspoon. A entidade fez uma grande campanha com protestos em premiações deste ano como o Globo de Ouro e o BAFTA, onde todas as artistas vestiram roupas pretas.
No cenário norte-americano, um estudo publicado pela San Diego State University, mostra que as mulheres representam apenas 11% de todos os diretores dos 250 filmes de maior bilheteria nos EUA em 2017. No Brasil, o cenário não é diferente. Um relatório publicado pela Agência Nacional do Cinema (ANCINE) mostra que apenas 19,7% dos 142 filmes comerciais lançados no Brasil em 2016 eram dirigidos por mulheres - e brancas.
Faltando algumas horas para o Dia Internacional da Mulher (08/03), nota-se que a desigualdade de gênero ainda é uma realidade, mas está sendo mudada passo a passo. Em comemoração às conquistas das executivas do mercado, o Portal Exibidor realizou entrevistas com três profissionais que mostraram suas opiniões e trajetórias no mundo corporativo do cinema.
Patrícia Cotta, gerente de marketing da Kinoplex, revelou que um dos maiores desafios foi equilibrar o papel familiar com o trabalho, por mais que se esforçasse ao máximo para ficar próxima dos filhos. “Há alguns anos atrás, recebi de uma professora um desenho da minha filha mais velha, onde ela estava dentro da casa com o pai e eu estava voando em um avião e ela pedia ao Papai Noel para eu ficar mais com ela. Sempre que me lembro disso, eu me emociono”.
Já Juliana Ribas, filha do diretor de animação Walbercy Ribas, conta que nasceu no mundo do cinema e começou a trabalhar como produtora executiva aos 17 anos. Com isso, enfrentou desafios não só por ser mulher, mas por ser uma menina. Hoje, diretora de marketing da Universal, ela acredita que as mulheres já conquistaram bastante espaço no mercado e agora devem manter essa vitória se autovalorizando.
Neste sentido, Juliana Soares, da Gullane Filmes, diz que sempre tenta promover a conscientização e diálogo entre as mulheres. “Tento cada vez mais conhecer e estar em contato com as profissionais do mercado, trocar experiências, pedir indicações e promover sua visibilidade e inclusão nos projetos”, conta.
Exibição
Algumas redes de cinema no Brasil promoverão promoções para comemorar o Dia das Mulheres. Em parceria com a Paris Filmes, a Cinesystem oferecerá desconto de 50% para as mulheres que forem assistir ao filme A Maldição da Casa Winchester, terror protagonizado pela veterana Helen Mirren.
No Reserva Cultural de Niterói (RJ) as clientes ganharão higienização facial com produtos do O Boticário se apresentarem o ingresso de uma sessão de cinema do dia 8. Além disso, à noite haverá o show “À Bientôt” de Valerie Lu. O dia também será completo com a estreia de A Número Um, uma denúncia contra os assédios e preconceitos sofridos pelas mulheres no meio corporativo.
Já a Cineflix promoverá até o dia 4 de abril a campanha #FilmedeMenina, que pretende incentivar os espectadores a assistirem filmes que sejam protagonizados por atrizes ou dirigidos por mulheres.
Ao longo das próximas semanas, o Portal Exibidor irá divulgar as entrevistas na íntegra. Acompanhe!
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