18 Setembro 2015 | Fábio Gomes
"PrimePass" esclarece relação com exibidores e fala sobre o produto
Executivo do aplicativo fala sobre o seu funcionamento
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Nesta semana a plataforma PrimePass causou barulho junto ao mercado de exibição. Após divulgação de nota falando sobre o aplicativo, que permite ao usuário assistir até 31 filmes no mês com uma mensalidade de R$ 99,90, os quatro exibidores destacados no site – Cinemark, Kinoplex, Cinépolis e UCI – negaram contato com a empresa e, agora, Juan Balmaceda, diretor da PrimePass, esclarece ao Portal Exibidor qualquer mal-entendido sobre o serviço.
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Segundo o executivo, a primeira nota divulgada pelo Portal Exibidor – que também saiu em sites como InfoMoney, Administradores e Cenário MT – errou ao afirmar que as quatro redes haviam se juntado para criar o serviço. Segundo Balmaceda, o PrimePass funciona como uma plataforma de conteúdo digital que não tem apenas cinema, mas também trabalha com VOD e streaming de música.
Atualmente, ele está em uma versão beta de cinema e o executivo garante ter conversado com o setor comercial das exibidoras, mas acredita que houve uma falha de comunicação interna das redes.
“O contato comercial começou faz tempo. A gente teve várias reuniões com eles e troca de e-mails e eles mandaram material para que pudéssemos utilizar. Em alguns casos esses contatos vêm de 2014, quando começamos a planejar um pouco o processo e entramos em contato para saber como iríamos viabilizar os ingressos”, afirma em entrevista ao Portal Exibidor. Balmaceda explica ainda que serão realizadas reuniões com diretores das redes para esclarecer qualquer mal-entendido. “Tivemos uma apresentação da plataforma e em alguns casos não entenderam bem como funcionava o sistema, por isso, estamos renegociando um pouco o custo do serviço”, explica sobre o preço de R$ 99,90.
O preço do serviço foi justamente um dos grandes questionamentos do mercado. Caso o espectador assista aos 31 filmes no mês a que tem direito, ele gastaria algo em torno de R$ 3,25 por filme/dia. Distribuidores ao redor do País questionaram como seria o repasse de bilheteria, contudo o executivo garante que eles não serão prejudicados.
“A gente, até o momento, está trabalhando com ingressos digitais. A gente compra os ingressos digitais das redes e distribui junto aos nossos assinantes”, explica sobre o processo. Então, os distribuidores receberiam o que eles recebem normalmente uma vez que os ingressos são comprados diretamente com os exibidores.
Como funciona o PrimePass
O executivo explica que, como ainda está em fase de testes, o aplicativo não conta com muitos assinantes oficiais, pois está no ar há mais ou menos 15 dias e a expectativa é lançar o produto oficial no fim do ano.
“O aplicativo funciona por geolocalização, então pega as informações do GPS da pessoa que está usando o aplicativo e informa os cinemas mais próximos a ela. Dentro do cinema, ela pode ver os filmes em exibição no local com informações completas – assistir trailers, ver quem é o diretor e informações técnicas em geral”, afirma.
A assinatura pode ser feita por cartão de crédito ou PayPal e está disponível gratuitamente na Apple Store e na Playstore. “O espectador pode ver um filme a cada 24 horas em qualquer dia – feriados inclusos – qualquer horário, qualquer filme. Agora estamos trabalhando apenas com filmes 2D, mas em breve vamos trabalhar com filmes 3D”, completa.
A expectativa é a criação de novos planos para dar ao público uma experiência ainda maior. Em breve, a empresa pretende criar o plano Platinum, que serve para filmes 2D e 3D, e o Elite, que inclui salas VIP.
“Ele tem um menu personalizado, onde você se cadastra gratuitamente. Ele tem uma função editorial que marca os filmes que você já viu, além de mostrar qual cinema e em que dia assistiu. O espectador também pode avaliar o longa e o aplicativo tem uma lista de cinemas completa, não só apenas os cinemas que estão próximos, mas dos complexos em todo o País”, completa.
O Brasil foi escolhido para ser um dos países de teste, pois, segundo Balmaceda, é um dos maiores do mundo em entretenimento digital. “Estamos fazendo teste pontualmente em São Paulo, que é uma cidade com um volume interessante para se obter dados, ver o fluxo do uso do passe e o feedback do paulistano, que é bastante envolvido com a tecnologia, que tem um engajamento alto com aplicativos”.
A expectativa do executivo é ampliar ainda mais a presença do PrimePass nos cinemas ao redor do Brasil, sejam eles exibidores de grande, médio ou pequeno porte. “Estamos entrando em contato com eles de forma para termos um crescimento orgânico. Assim, o PrimePass pode ter cobertura total dando a oportunidade a cinemas regionais e cinemas de rua”, explica. “Estamos trabalhando, por enquanto, com ingressos digitais. Mas em breve vamos mudar a modalidade para incluir cinemas que não tem ingressos digitais e fazer um pouco mais para incluir todos no PrimePass, especialmente cinemas do interior. Pequenos exibidores não têm plataformas digitais, então estamos trabalhando para disponibilizar uma nova forma de trabalho que possa incluir a todos e democratizar o serviço”, diz Balmaceda.
É possível que pequenos exibidores entrem em contato com o PrimePass caso tenham interesse no serviço. Os donos das redes precisam apenas mandar um e-mail para info@primepass.club que será atendido pelo desenvolvimento.
O executivo tem planos grandes para o futuro e espera que a plataforma conquiste o público além do cinema, mas também em serviços VOD e com streaming de música. “A ideia é se tornar um distribuidor de conteúdo digital, de entretenimento, líder na América Latina. Cinema é só um dos serviços que estamos desenvolvendo”, finaliza.
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