25 Fevereiro 2021 | Fernanda Mendes
"Os cinemas seguirão sendo importantes para a indústria", afirma executivo da Cinépolis
Juliano Russo, diretor comercial e de marketing da rede no Brasil, falou sobre as expectativas para o ano no setor de cinema
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Juliano Russo entrou para o mercado exibidor cinematográfico em um momento único na história do setor. Em fevereiro, quando assumiu a direção comercial e de marketing da Cinépolis no Brasil, após passar por diversas empresas do ramo de varejo e alimentício, mal imaginava que a pandemia global de Covid-19 se aproximava.
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Na época, ao assumir o cargo, Russo deu uma entrevista ao Portal Exibidor onde falou sobre as suas perspectivas do ano: “Vejo que o nosso grande desafio é fazer o mercado de cinema ser cada vez mais relevante dentro dos investimentos com entretenimento do público brasileiro”.
No entanto, tudo mudou, e o executivo acompanhou e, principalmente, apoiou a indústria de cinema neste momento bastante complicado. Ele fez parte do movimento #JuntosPeloCinema, projeto que reuniu 200 profissionais do setor para debater as melhores práticas na reabertura das salas. “Não importa em qual cinema o espectador vai voltar, a gente precisa fazer com que o consumidor volte ao cinema. Fazer com que ele saia de casa. Daqui há um tempo vamos nos comportar como concorrentes, mas esse não é o momento”, disse o executivo em webinário recente da Revista Exibidor sobre o assunto.
Agora, com as salas reabertas e a possibilidade de uma vacinação em massa se aproximando, Juliano reforça a rigidez com os protocolos nas salas da Cinépolis e o line-up consistente de filmes como atrativos para o retorno em massa do público. O executivo concedeu entrevista ao Portal Exibdor como parte da série Perspectivas 2021 que já entrevistou grandes nomes da indústria como Iafa Britz, Patrícia Cotta e os diretores da Vitrine Filmes. Confira!
Quais são as expectativas para o mercado de cinema em 2021?
As expectativas são melhores do que em 2020, ainda mais com o início da vacinação no Brasil. Mas principalmente porque temos diversos lançamentos importantes que não entraram em cartaz em 2020 e deverão chegar em 2021.
Pesquisas realizadas pela Cinépolis no final de 2020 mostram que 73% das pessoas voltariam imediatamente ao cinema pela experiencia única, recursos de tecnologia, imagem e som que apenas o cinema oferece e possibilidade de um entretenimento social com família e amigos, e 40% afirmam que voltariam apenas com lançamentos inéditos.
Portanto, vemos o ponto de frequência de lançamentos vital para todo o setor em 2021.
2020 foi um ano que pegou todo o mercado de surpresa, como vocês se prepararam e estão se preparando para este ano?
O ano passado realmente pegou a todos de surpresa, mas trouxe aprendizados importantes para o mercado. No início da pandemia nos unimos e criamos o movimento #JuntosPeloCinema que discutiu as melhores práticas, protocolos sanitários e conteúdos para a volta dos cinemas.
Na Cinépolis reforçamos nossos controles já existentes de segurança e bem-estar e adotamos medidas ainda mais rigorosas de limpeza e higiene, e, desta forma, nos preparamos para receber com toda responsabilidade nossos espectadores de volta às salas de cinema. Entrando em 2021, continuaremos rígidos em respeitar os protocolos e manter um ambiente seguro para nossos espectadores, mantendo uma comunicação clara e constante com cada um deles, seja no ambiente online, como nos lobbys dos cinemas.
Em tempo, ao longo da reabertura já temos recebido feedbacks positivos de nossos clientes em todo o Brasil, da região Norte a Sul, em se sentirem seguros em voltar a Cinépolis.
Como o consumidor brasileiro deve se comportar com relação ao cinema quando a situação melhorar?
Pelo que vimos nas nossas reaberturas, o brasileiro seguirá respeitando as regras, mostrando muita empatia com o próximo nesse momento, está ansioso por voltar ou aumentar a frequência nos cinemas, mas por outro lado espera, seguramente, pelos lançamentos inéditos.
Quais serão os desafios na programação da leva de filmes represados durante a pandemia?
Trabalharemos os filmes represados, buscaremos oportunidades com conteúdos alternativos e apoiaremos fortemente conteúdos que estarão disponíveis no calendário dos distribuidores dispostos a investir nos exibidores, nesse momento ainda incerto e desafiador.
Quais são seus palpites sobre como será o futuro do cinema e do mercado com relação ao streaming e à janela de exibição entre o cinema e o digital?
Acreditamos que teremos um período ainda de entendimento, mas certamente de manutenção do cinema como canal e experiência únicos na exibição de filmes.
O VOD terá o seu espaço para o consumidor e terá o seu espaço nas estratégias dos distribuidores, mas o cinema, assim como em outros momentos da nossa história, irá se manter como um forte canal, tendo a fidelidade de muitos espectadores, atores e diretores e – principalmente - comercialmente forte.
E quais são seus palpites sobre como será o futuro do mercado exibidor?
Como citei anteriormente passaremos por um período de entendimento, mas o potencial do canal é único e nunca será transferido para a exibição em canais digitais.
Os cinemas seguirão sendo importantes para a indústria, comercialmente forte e oferecendo importante fonte de receita para os distribuidores.
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