19 Março 2020 | Fernanda Mendes
Analistas enxergam mercado de exibição com otimismo após Coronavírus
China começa a dar seus primeiros passos e analista da Forbes acredita que o cinema se dará bem após a crise
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Agora, com certeza, o momento é nebuloso e negativo. Os cinemas precisam fechar pelo bem da saúde pública, os lançamentos estão sendo adiados e ninguém sabe quando o mercado voltará ao normal. Mas, segundo uma análise de Jim Amos, da revista Forbes, não há o que os exibidores e distribuidores temerem. O cinema é o que pode mais ganhar após essa crise.
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Amos alerta para a possibilidade da pandemia se estabilizar em junho e os cinemas poderem reabrir suas portas, havendo mais seis meses livres de lançamentos nas telonas. “Pode haver um lado positivo para a indústria cinematográfica que outras indústrias de entretenimento não possuem e essa é sua capacidade de se beneficiar de uma segunda metade do ano muito mais positiva, que outros setores não podem reivindicar”, diz o texto.
Ele acredita que a audiência, após esse longo recesso, estará sedenta por novos conteúdos já que terá usufruído de cada pedaço de conteúdo dos serviços de streaming. E, lembrando, que os cinemas estarão com sucessos esperados pelos espectadores como Mulan (Disney) e 007 – Sem Tempo Para Morrer (Universal).
Além disso, os estádios e casas de shows terão muitas datas disponíveis por isso não é como se as turnês pudessem reiniciar repentinamente e escolher a melhor data, especialmente quando os grandes eventos esportivos começaram a reiniciar. A mesma coisa para o teatro, que terão que escolher entre as apresentações já existentes ou as novas que já haviam sido contratadas para começar no terceiro ou quarto trimestre.
“A exibição de 6 a 7 filmes por semana no terceiro e quarto trimestre, em vez de 2 a 3 longas, significa receitas significativamente mais altas de bilheteria, mais vendas na bombonière e aumento em contratações de colaboradores”, avalia.
Sobre a possibilidade de os streamings também poderem lançar novas séries e filmes, Amos reforça que as produções dessas plataformas também foram paralisadas e, por isso, haverá também um hiato de novos conteúdos. “Se as coisas funcionarem desta maneira, o negócio de exibição pode não acabar em um buraco tão grande quanto outros setores do entretenimento em 2020. Só tem que aguentar até lá e esse será o desafio final”.
Bom, na China, o mercado de exibição parece estar dando os primeiros passos, após a crise do novo Coronavírus. Esta semana o primeiro cinema foi reaberto e espera-se que mais complexos sigam essa tendência com estreias chegando às telonas em meados de abril.
Richard Gelfond, CEO da IMAX, que possui mais de 700 salas por lá, concedeu uma entrevista ao The Hollywood Reporter falando sobre as perspectivas de normalização do cenário para junho. “Embora isso não torne o processo menos doloroso, será menos chocante. Eu vi esse filme na China, e isso nos faz entender melhor o que está acontecendo aqui [América do Norte]”, conta. Gelfond acredita que o país asiático dependerá muito de como o governo implementará suas políticas para a reabertura dos cinemas e como esse sistema funcionará.
Bom, a ajuda do governo será necessária não só na China como nos EUA, onde os exibidores já se organizaram para pedir auxílio ao Trump, e aqui no Brasil o mercado também já está se movimentando para tal.
É claro, que não será um processo fácil para o mundo inteiro e, não pode se esperar que os cinemas quitem todas suas dívidas após a reabertura dos cinemas. “Uma das coisas mais difíceis em escrever sobre a indústria do cinema durante a crise do Coronavírus é que tudo muda, literalmente, a cada minuto. Então, tentar prever o que acontecerá na segunda metade do ano é um tiro no escuro, então leve tudo isso com cautela”, finaliza o analista da Forbes.
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