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22 Dezembro 2017 | Vanessa Vieira

Diretores da ANCINE comentam desafios e expectativas para o mercado em 2018

Diretoria colegiada e a ex-diretora Rosana Alcântara falaram ao Portal Exibidor sobre perspectivas e legado

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(Foto: Logo ANCINE | Arte Portal Exibidor)

O ano de 2017 foi um momento de muita mudança dentro da ANCINE. Dois diretores terminaram seus mandatos: Manoel Rangel (ex-diretor-presidente) e Rosana Alcântara. Com isso, Debora Ivanov assumiu a função de diretora-presidente em exercício e foi aprovada em outubro a entrada de Alex Muniz e Christian de Castro, sendo que o anteriormente elegido Sérgio Sá Leitão (também aprovado em 2017) saiu para assumir o Ministério da Cultura. Além disso, logo neste mês de janeiro de 2018 termina o mandato de Roberto Lima.

Todas essas movimentações têm gerado questionamentos no mercado audiovisual.

Confira entrevista do Portal Exibidor com os membros da diretoria colegiada da ANCINE sobre os desafios e próximos passos em 2018. A ex-diretora Rosana Alcântara também foi entrevistada, comentando sua trajetória na agência.

12 anos de projetos e desafios

Com o fim do mandato em fevereiro último, Rosana saiu da agência, onde atuou por 12 anos, sendo quatro como diretora. Ela destacou as “macro políticas” como os marcos da sua trajetória como a lei do Fundo Setorial do Audiovisual – FSA, o Cinema Perto de Você e o RECINE. “Eu e o Manoel Rangel participamos da implementação. Acredito que construímos uma boa institucionalidade dessas políticas”, comentou.

A implementação da lei do FSA foi apontada por ela como um dos maiores desafios por trazer uma mudança de mentalidade para o mercado, que passou a ser co-investidor. Quanto aos exibidores, Rosana acredita que o RECINE e o apoio à digitalização são algumas das conquistas da ANCINE. “O resultado é que hoje temos o circuito mais moderno da história do Brasil”. Atualmente, ela presta serviços como advogada e consultora com base no Rio de Janeiro (RJ), atuando em nível nacional ainda relacionada com o setor audiovisual.

Diálogo como base

Os membros da atual diretoria colegiada da agência defendem o diálogo como a ferramenta essencial para o desenvolvimento do mercado. “Assim que assumi esse novo ciclo, a principal marca que queria implantar era a de uma gestão calcada no diálogo. Isso é uma postura sem volta e, como consequência, estamos promovendo mudanças”, afirmou Debora, diretora-presidente em exercício.

A executiva terminará seu mandato em 2019, tendo declarado não ter interesse em um segundo. “Volto para o mercado, que é o meu lugar”. Porém, entre as mudanças que ela e os outros diretores preveem implementar, muitas impactam diretamente os exibidores. A desburocratização da agência é uma, mas também estão inclusos o uso de leis de incentivo, a ampliação das linhas créditos e o aprimoramento do sistema de cotas.

Para Debora, o atual sistema de controle de bilheteria, inclusive, permite um olhar mais aprofundado sobre a programação dos cinemas, facilitando uma “sofisticação” das cotas. Ela ainda comemorou que, em 2017, a ANCINE conquistou a prorrogação do RECINE, o que, para a executiva, significa que o mercado pode “sonhar com a continuidade da ampliação do parque exibidor, há muito espaço para crescermos. 90% dos municípios ainda não têm salas de cinema”.

De olho na exibição em 2018

Alex Muniz e Christian de Castro apontaram outros passos que a ANCINE deve dar em relação ao mercado exibidor. Muniz considera que, após a prorrogação do RECINE, “a meta é ampliar os investimentos em salas de cinema e fortalecer a sustentabilidade da atividade”. Castro, por sua vez, adicionou ainda o combate à pirataria, a regulamentação do setor de vídeo sob demanda e o acompanhamento da Câmara Técnica de acessibilidade de conteúdo.

Confira algumas das novidades previstas para o setor de exibição em 2018:

- Criação de nova linha de crédito para infraestrutura cinematográfica.
- Ampliação de linhas de crédito do FSA para construção, reforma e atualização tecnológica.
- Aprimoramento da execução financeira do PAR Exibição.
- Retomada e consolidação da digitalização.

Despedida e mais mudanças

Ainda em janeiro deste ano, terminará o mandato do diretor Roberto Lima, que atua há mais de 10 anos na ANCINE. “Pude participar da formulação e implementação das principais políticas de fomento, estou muito satisfeito”, contou. O executivo afirmou não ter interesse em um segundo mandato, mas destacou que pretende consolidar posicionamentos que considera importante como a busca por estímulo para modelos de negócio dos pequenos e médios exibidores.

Ainda em relação à exibição, Lima explicou que, como foram feitas muitas mudanças na regulamentação e no fomento, ele quer ajudar o setor a entender melhor essas alterações e suas possibilidades. “A exibição tem um papel de extrema relevância no mercado. Salas de cinema são a plataforma de lançamento das obras, são o espaço privilegiado de formação de público, são a grande experiência coletiva de fruição que dá grandeza à atividade”, completou.

Confira nas próximas semanas a íntegra das entrevistas com os executivos da agência.

Em 2017, a ANCINE completou 15 anos, anunciou metas, abriu consultas públicas, lançou edital para criação de salas de cinema em cidade menores e participou de eventos como o RioContentMarket 2017, a Expocine 2017 e o Show Búzios, entre outras atividades.

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