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09 Junho 2017 | Vanessa Vieira

Livro sobre 15 anos da ANCINE aponta exibição como sustentáculo do mercado de cinema

Obra faz retrospectiva com números do setor audiovisual brasileiro e das ações e programas da agência

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(Foto: Shutterstock)

A ANCINE lançou digitalmente o livro “Uma nova política para o audiovisual: Agência Nacional do Cinema, os primeiros 15 anos” na última quarta-feira (07), com autoria do jornalista Pedro Butcher. No material, a agência faz uma retrospectiva tanto do histórico da exibição cinematográfica, quanto do setor audiovisual brasileiro como um todo. As principais ações, normas regulatórias e programas de incentivo realizados pela entidade durante seus 15 anos de atividades também são o foco do documento.

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No entanto, quando o assunto é cinema, o segmento exibição recebe destaque especial, sendo considerado o “sustentáculo maior do crescimento ininterrupto do mercado de cinema neste mesmo período”. Já são oito anos consecutivos de crescimento contando a bilheteria de 2016, que registrou mais de 11% de aumento em relação a 2015. Além disso, o primeiro quadrimestre de 2017 somou 5,8% a mais do que mesmo período do ano anterior. Além disso, o número de longas brasileiros lançados nos cinemas e seu público também aumentaram, chegando ao recorde de 30 milhões de ingressos em 2016.

A ANCINE atribui esses números positivos principalmente à expansão do circuito exibidor, sua modernização e digitalização nos últimos anos, afirmando que, com mais e melhores telas, mais espaço o mercado tem para crescer. Além de a digitalização ajudar cinemas mais distantes das capitais a receber os lançamentos. Segundo a agência, tanto a expansão quanto à modernização do setor foram promovidas principalmente por seus programas e outros meios de apoio como o Programa Brasil de Todas as Telas e o Programa Cinema Perto de Você, além do RECINE.

O parque exibidor fechou 2016 com mais de 3,1 mil telas, o que se aproxima aos números da década de 1970, quando tinha 3,3 mil salas. Foram destacados ainda a chegada de cinemas a cidades que antes não tinham esse entretenimento: em 2016 foram mais de 20 municípios e, até o fim de abril último, 2017 já viu a telona chegar a sete cidades. Além disso, mais de 60% das telas inauguradas desde 2010 foram abertas no interior do País.

Os números são considerados extremamente positivos pela agência, porém ela indica pontos de atenção que ainda precisariam ser melhorados no setor como a dependência da abertura de shoppings para expansão do circuito, a centralização dos cinemas em capitais e áreas metropolitanas, desorganização dos exibidores pequenos e falta de atenção a cidades médias e zonas urbanas populares como oportunidades de negócio.

Ainda, um ponto que aparece no livro e pode impactar os exibidores é que a agência declara que a exigência da cota de exibição de filmes brasileiros deve ser modificada para ser contabilizada por sessão em vez de dia de exibição. A entidade considera uma reavaliação da cota também por entender que ainda há muitas produções nacionais que não chegam ao cinema, assim como levanta a necessidade de encontrar novos meios de distribuição para dar vazão a esses títulos.

Sobre os marcos regulatórios do audiovisual, o documento indica que o vídeo sob demanda é o segmento que mais precisa de regulamentação. Recentemente a ANCINE entregou um relatório com indicações para a criação dessa regulação, que foi considerado insuficiente por secretaria do Ministério da Fazenda.

Veja o livro na íntegra.

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