02 Dezembro 2022 | Texto: Renata Vomero | Entrevista: Yuri Codogno
"Todo filme encontra o seu público", diz Ian SBF sobre lançamento de "Ciclo"
Longa terá première na CCXP no domingo (4) e bate-papo na sequência
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Uma ficção científica vivida em um futuro distópico totalmente nacional está totalmente pronta para chegar ao público. Estamos falando de Ciclo, filme dirigido por Ian SBF e com distribuição da O2 Play. O Longa terá première na CCXP nesta domingo (4), acompanhada de bate-papo com o cineasta, o ator Daniel Furlan, e o produtor da Cafeína Produções, PH Souza. A mediação séra do Jovem Nerd (Alexandre Ottoni) e Azaghâl (Deive Pazos), co-fundador do Jovem Nerd.
O encontro acontecerá às 12h30 no Palco Ultra e é tratado com grande empolgação pela equipe do filme, especialmente o próprio Ian SBF, co-fundador do Porta dos Fundos e diretor de diversas produções para o cinema e a televisão.
“Pra mim, estar na CCXP é sempre incrível! Seja no Artists' Valley ou em um painel do Porta. Mas estar exibindo um filme de suspense distópico e tendo um Q&A apresentado pelo Jovem Nerd e Azaghal, e com a participação do Daniel Furlan é absolutamente um sonho nerd virando realidade (risos). E claro que poder ouvir a plateia e entender o filme junto com eles vai ser maravilhoso para a estreia no cinema ano que vem. Acho que não tem maneira melhor de criar uma estratégia de lançamento”, respondeu Ian SBF ao Portal Exibidor.
E não tem momento perfeito para testar o público e esquentar a audiência para um lançamento tão dentro do universo de cultura pop quanto é Ciclo. O longa mistura ficção científica com suspense e traz um futuro distópico onde a pandemia venceu a humanidade e as pessoas não podem mais sair do isolamento. Ao refletir sobre o isolamento e a deterioração da mente, o diretor também traz um thriller de arrepiar, cheio de reviravoltas e grandes acontecimentos.
“Todo filme encontra o seu público. ‘Ciclo’ é, com certeza, um filme bem diferente do que nós estamos acostumados a ver no Brasil e eu realmente acho que preenche um lugar que muitas pessoas têm vontade de ver e que não é muito do nosso cinema. Apesar de não ser uma comédia, eu acho que ele tem muito a ver com o público da CCXP pela pegada Sci-fi e claro, pop, e que com certeza nós já entendemos que esse público é bastante significativo e que tem um grande poder de consumo”, reforçou o cineasta.
Embora seja um filme com uma temática próxima das grandes produções de Hollywood, e que, como o próprio cineasta disse, tem um poder de atrair grande audiências para os cinemas, gerando boas bilheterias, o longa foi realizado de forma independente, usando da criatividade para dar vida à trama e potencializar seu valor de produção.
“Apesar da questão de filmar na pandemia, por incrível que pareça, esse não foi o nosso maior desafio. Sendo um filme literalmente independente que financiei pessoalmente, a gente teve que encontrar as soluções mais criativas para contar essa história. Mas é claro que o próprio roteiro já entra nesse esquema das ‘soluções criativas’ porque ele foi justamente pensado para o orçamento e para as condições que a gente tinha. Mesmo sendo uma grande dificuldade, admito que me sinto bastante confortável nesse modelo de baixo orçamento onde a gente precisa achar o valor de produção nos lugares mais inesperados”, ressaltou.
E essa experiência não vem de hoje, co-fundador do Porta dos Fundos, Ian SBF é responsável por grande parte das esquetes de humor do canal, que revolucionou a forma de consumir e fazer comédia no Brasil. Ainda assim, é um universo bastante diferente dos longas de cinema, que Ian também tem vasta experiência, embora este talvez seja um dos conteúdos mais diferentes que já tenha assinado.
“Para um diretor, a maior diferença entre dirigir esquetes do Porta e outros conteúdos é que esquetes de humor, de dois minutos em média, podem acabar sendo bastante repetitivas como linguagem. Não que isso seja ruim, porque o que importa mesmo ali é que os atores estejam engraçados e bem. Então o trabalho principal de um diretor nesse tipo de conteúdo é muito mais o da direção de atores. Isso me ensinou muito nessa parte, até porque é bem difícil a gente ter esse tipo de experiência, e nesse volume, em um filme ou uma série”, diferenciou.
Com produção de PH Souza e distribuição da O2 Play, Ciclo esteve na seleção oficial do Festival do Rio e da Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, deste ano, com exibições especiais.
O sci-fi acompanha Antônio (Felipe Abib), que vive em uma espécie de apartamento bunker. O que era para ser um local temporário até o fim da pandemia acaba se tornando seu lar permanente. A cada 58 minutos ele deve entrar em uma cabine vedada para que os espaços sejam desinfectados com uma fumaça tóxica capaz de matar qualquer microrganismo que possa ter entrado. O isolamento, a impossibilidade de sair e a alternância de ciclos e mais ciclos de desinfecção vão lentamente deteriorando a sua saúde mental.
O espaço é dividido com outros inquilinos, que são separados por portas vedadas. Eles nunca se tocam, mas se falam pelo vidro das portas ou pelos telefones. Antônio começa a duvidar da própria sanidade, principalmente quando conversa com o botânico Diego (Daniel Furlan), que parece estar também saindo do controle. Ele passa a desconfiar de tudo e todos, e sair dali e encarar seus medos parece ser um caminho sem volta.
Aliás, o filme já foi apresentado como uma das grandes apostas da O2 Play para os cinemas durante a Expocine 2022 e está entre os principais conteúdos da distribuidora nesta CCXP. Tudo isso reforça o apelo comercial do filme, que, definitivamente deve entrar no radar dos exibidores.
“É óbvio que eu amo o filme e sou mais do que suspeito para falar, mas quem assisti-lo com um público de cinema com certeza vai poder sentir o quanto ele funciona como narrativa além de, claro, ter um elenco incrível e com um grande apelo. O visual dele, que além de muito diferente e inusitado, conseguiu imprimir um grande valor de produção e criar uma atmosfera que realmente te coloca dentro daquele ambiente e da história”, finalizou.
O filme estreia em breve no circuito comercial.
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