01 Março 2019 | Fernanda Mendes
Brasil aprova fusão entre Disney e Fox por meio de cooperação internacional
Comunicado do Cade afirma que Brasil e outros países da América Latina estreitaram diálogo sobre as consequências da fusão
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Nesta quarta-feira, dia 27, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou a fusão entre as empresas Disney e Fox. Após um longo processo, que demandou até mesmo a vinda do presidente da Disney, Bob Iger, ao Brasil, finalmente a operação recebeu aval, porém com a condição da venda do canal Fox Sports, evitando uma concentração do grupo na parte de canais à cabo.
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Já havia sido divulgado que há possíveis compradores interessados na Fox Sports, mas a Disney está proibida de vender a marca para o grupo Globosat. Segundo o UOL, a empresa que comprar o canal, irá adquirir também os contratos com 11 ligas esportivas, os acordos com as operadoras de TV a cabo, os 200 funcionários do canal e os imóveis da emissora.
Segundo comunicado oficial, o prazo para que a Disney realize a venda é confidencial, além disso, caso não haja interesse do mercado pela compra, o acordo poderá ser revisto. A Disney também se comprometeu a não contratar as ligas esportivas transmitidas atualmente pelo canal Fox Sports e a não readquirir os ativos a serem vendidos. Também se compromete a oferecer ao futuro comprador a opção de licenciar gratuitamente a marca Fox.
Cooperação internacional
A operação Disney/Fox foi notificada em 25 Estados e culminou com a colaboração entre autoridades antitruste de diversas partes do mundo. Nos EUA, Reino Unido e China, a fusão já havia sido aprovada. Na América Latina, o Brasil, México e Chile consolidaram um diálogo entre as respectivas agências de defesa econômica que resultou em uma solução coordenada para o caso. No entanto, ainda não há informações oficiais sobre a aprovação dos processos no México e Chile, que estão em andamento.
De acordo com o Cade, a coordenação entre os países latinos incluiu aspectos procedimentais, como a data de julgamento da operação. Além disso, também houve uma análise do caráter de concentração nos mercados, além de um possível comprador global comum dos ativos, e uniformidade dos termos do acordo firmado com as empresas.
Futuro
A decisão oficial e final no Brasil deve acontecer em 17 de março, podendo haver alteração nesta data.
No fim do ano passado, o portal Hollywood Reporter ouviu fontes nos bastidores da negociação, que informaram que a vice-presidente da Fox, Emma Watts, deve assumir uma posição-chave dentro do estúdio.
Embora o cargo ainda esteja no ar, é quase certo que a executiva deve conduzir projetos em desenvolvimento dentro da 20th Century Fox, como os novos Avatar e o terceiro Kingsman, recentemente anunciado para novembro de 2019.
O desenho de unidades da Fox como a Fox 2000 e a própria 20th Century Fox dentro da Disney ainda esteja nebuloso, o presidente da empresa, Bob Iger, já garantiu que a Fox Searchlight, especializada em filmes de arte, deve manter suas atividades sob a supervisão de Steve Gilula e Nancy Utley. Além disso, a aquisição da Fox também colocará de vez a Disney nas principais premiações do cinema mundial. Somente neste ano, a Fox levou cinco estatuetas do Oscar pelas obras A Favorita e Bohemian Rhapsody.
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