27 Fevereiro 2019 | Fernanda Mendes
"Cinema é uma indústria onde a receita está nas mãos dos estúdios", diz novo CEO da Cinesystem
Marcos Tartuci concedeu entrevista ao Portal Exibidor
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Com 28 anos de carreira, Marcos Tartuci já passou por diversas áreas do empreendedorismo, incluindo 13 anos no setor hoteleiro, além de ter sido diretor geral das marcas da Billabong, e responsável pela abertura de mais de 80 unidades da SmartFit no Brasil e no México.
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A partir deste ano, o executivo passa a comandar a Cinesystem como CEO, após Marcos Barros assumir a presidência do conselho de administração da exibidora. “Acredito que esta diversidade na minha carreira é um dos fatores pelos quais a Cinesystem quis me contratar”, disse Tartuci em entrevista ao Portal Exibidor.
Com pouco tempo no mercado de cinema, o executivo já tem uma percepção aflorada de como funciona a engrenagem dessa indústria. “É interessante o quanto o cinema é uma indústria onde a receita está nas mãos dos estúdios”, explica. Para ele não importa o quanto a rede faça para atrair mais espectadores em seus cinemas, se não houver bons conteúdos nas telonas, não adianta. “Mas de tudo isso, a Cinesystem quer tirar da gaveta projetos especiais para aqueles meses em que o lineup não contribuir”.
Um dos primeiros projetos na gestão de Tartuci foi o Festival Diversidades, que contou com a exibição de seis filmes com temática de inclusão social e valorização da diversidade. O evento teve apoio de ONGs e mais de 500 mil citações na imprensa.
“Quero trazer a inquietude. Nesse momento quero entender a companhia e colocar os projetos no ar e então no semestre que vem, podemos entrar em uma estratégia diferente da que vínhamos usando”.
Streaming x Cinema
Amante da sétima arte e com um filho cinéfilo, Tartuci entende que as plataformas de streaming e o cinema tradicional deverão viver harmonicamente, já que, algumas pesquisas apontam que os maiores usuários de streaming também são aqueles que mais vão ao cinema.
“O cinema nunca vai deixar de ser um programa interessante, porque infelizmente para algumas classes sociais esse é o único programa que podem pagar”. Assim, ele explica que o objetivo da exibidora é estar cada vez mais inserida nas comunidades e firmando uma parceria com os espectadores bairristas. “Queremos devolver às comunidades o que elas fazem por nós. Nossos clientes sempre ficam nas microrregiões”.
Aliás, por essa preocupação com os espectadores e a comunidade, que a exibidora também tem recursos para pessoas com deficiência em seus complexos, como assentos para deficientes em lugares privilegiados (no meio da sala do cinema), rampas mais largas, banheiros com ferramentas para ajudar a pessoa com deficiência e etc.
Sobre a acessibilidade de conteúdo, Tartuci explicou que já foram feitos testes com as duas plataformas disponíveis no Brasil (da Dolby e Riole/ETC), mas ainda estão aguardando as definições de como serão as linhas de crédito e o repasse do governo para essa implementação.
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