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25 Julho 2018 | Natalí Alencar

"Consumidores exigentes desafiam a exibição em tempo integral", afirma VP da Paramount Brasil

Cesar Silva comenta como o perfil do consumidor demanda hoje estratégias mais diferenciadas

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Cesar Silva, em evento realizado entre Paramount e Hasbro para divulgação de "Bumblebee" (Foto: Hasbro)

A evolução no mercado cinematográfico nos últimos dez anos ocorreu em diversas frentes, especialmente na relação com o consumidor, que ficou mais exigente. Isso demandou nas empresas um cuidado maior com as ações e estratégias de marketing.

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Em entrevista especial ao Portal Exibidor, o VP e diretor geral da Paramount Pictures Brasil comentou como a evolução dos serviços em cinema está propondo uma experiência muito mais imersiva e como esse relacionamento com o usuário final mudou.

“Os lançamentos passaram a ser maiores e ao mesmo tempo exigir mais atenção e investimento por parte dos distribuidores. Em paralelo, o consumidor passou a ter mais informação sobre nossos produtos com a expansão das redes de telefonia celular e melhoria do serviço de banda larga. Ficaram mais exigentes e seletivos o que desafia a exibição em tempo integral a oferecer a melhor experiência em seus cinemas e criar também suas próprias campanhas de marketing para atrair cada vez mais público e divulgando a programação e o que podem oferecer de diferente em seus cinemas. Isso fez com que exibidores e distribuidores se tornassem cada vez mais parceiros nas campanhas e divulgassem juntos”, disse Cesar Silva.

Confira na íntegra abaixo e reveja as entrevistas dessa série especial: Barco, Centauro, Cinépolis, Cinesystem e Kinoplex. Na Revista Exibidor nº 29 leia a matéria sobre o mesmo assunto.

A Paramount Pictures Corporation (PPC), é produtora, distribuidora global e uma unidade Viacom, que conta com conteúdos para audiências em mais de 180 países. A companhia tem 106 anos.

Portal Exibidor - Quanto o cinema mudou nos últimos 10 anos?

Cesar Silva - Muitas mudanças ocorreram no mercado nos últimos dez anos, tanto em termos tecnológicos, como também em atendimento e expansão do segmento. Como as empresas têm percebido essa evolução e quais são suas contribuições dentro desse cenário. Como avaliam que será daqui a 10 anos?

Evoluímos muito mais nos últimos 10 anos do que em mais de um século de cinema e qualquer projeção para daqui a 10 anos pode ser tempo demais. Muito difícil fazer qualquer tipo de projeção e torço para que avancemos em todos os sentidos.

Como enxerga a evolução do mercado de exibição nos últimos 10 anos? Quais foram as principais mudanças ocorridas e o que foi mais marcante para a sua empresa?

O consumidor quer ter uma experiência especial quando sai do conforto de sua casa para ir ao cinema e a exibição tem melhorado sensivelmente, assim como a qualidade dos serviços aos consumidores com salas VIP, sistemas de som imersivos, tela gigante, pipoca quentinha e bebidas variadas como refrigerante, chá mate, cerveja, café e até vinho ou espumante. Quem sai hoje de casa sabe o que quer assistir nos cinemas e encontrará salas de muito boa qualidade. A evolução dos serviços não para e tem tudo para ser cada vez mais envolvente e imersiva para o consumidor.

A digitalização das salas de cinema permitiu mais flexibilidade na programação com a adequação de horários e capacidade, padronização da qualidade e oferta mais rápida dos filmes ao público consumidor nas capitais e no interior do país. Os lançamentos passaram a ser maiores e ao mesmo tempo exigir mais atenção e investimento por parte dos distribuidores. Em paralelo, o consumidor passou a ter mais informação sobre nossos produtos com a expansão das redes de telefonia celular e melhoria do serviço de banda larga. Ficaram mais exigentes e seletivos o que desafia a exibição em tempo integral a oferecer a melhor experiência em seus cinemas e criar também suas próprias campanhas de marketing para atrair cada vez mais público e divulgando a programação e o que podem oferecer de diferente em seus cinemas. Isso fez com que exibidores e distribuidores se tornassem cada vez mais parceiros nas campanhas e divulgassem juntos. 

Quais foram os feitos de sua empresa neste intervalo de tempo que pode destacar como marcos ou contribuições de extrema relevância para o crescimento do mercado?

A Paramount foi a primeira empresa distribuidora a oferecer materiais de divulgação de seus filmes aos exibidores online, pois sabíamos que precisávamos padronizar a informação sobre nossas campanhas e entregar estes materiais o mais rápido possível aos nossos canais de vendas. Criamos o canal Paramount Exibidor (www.paramountexibidor.com.br) que é de acesso exclusivo aos exibidores onde podem encontrar trailers em diversos formatos, banners, arte de cartaz e muito mais. Aumentamos o alcance de nossos lançamentos nacionais, fomos os primeiros a testar envio de copias por satélites e os primeiros a oferecer os filmes com versões para surdos e cegos antes mesmo da validade da lei.

Quais são os planos de sua empresa para continuar inovando e trazendo outras contribuições?

Nós estamos investindo em informação sobre o consumidor e criando campanhas especificas para cada público alvo, faixa etária e gênero. Quanto mais informação conseguirmos sobre os frequentadores dos cinemas, melhor.

O que o mercado ainda precisa evoluir e como acreditam que será a exibição daqui mais dez anos?

O mercado precisa começar a usar o banco de dados que tem através de suas vendas online, clubes de fidelidade e compartilhar isso com os seus parceiros distribuidores.

Outra área que precisamos evoluir é no processo de venda de ingressos. Como distribuidor, fazemos grandes campanhas de marketing para gerar conhecimento, ciência da data de lançamento e interesse pelo nosso filme, mas quem fecha a venda é o exibidor que precisa se perguntar se está facilitando ao máximo o processo de compra do ingresso. Repare que escrevi facilitando o processo de compra, pois o foco tem que estar no consumidor que poderá gerar mais receita ao comprar mais. Precisamos nos perguntar como melhorar este processo e como os distribuidores podem ajudar. Quanto tempo o cliente demora para comprar meu ingresso na bilheteria ou online? Quantos desistem? Quantos insistem? Quem são e como podemos fazer para traze-los de volta? Quanto tempo e dinheiro o consumidor esta disposto a investir neste processo?

Não podemos deixar também de investir em uma maior oferta de filmes de gêneros variados, construir cinemas maiores (com mais salas) e assim facilitar o consumo aos nossos produtos. Não é uma solução a curto prazo, mas vale plantar uma sementinha sobre o assunto.

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