16 Outubro 2017 | Janaina Pereira, do Rio de Janeiro
Festival do Rio prestigia filmes premiados e cinema nacional
"As Boas Maneiras", premiado no Festival de Locarno, venceu a Première Brasil
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A 19ª edição do Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro, realizado de 5 a 15 de outubro na Cidade Maravilhosa (RJ), foi marcada por protestos e filmes nacionais e estrangeiros premiados mundo afora. Com o público e a classe artística se manifestando contra a censura em diversas sessões – incluindo na abertura e no encerramento – o Festival do Rio apresentou mais uma vez uma versão menor, com menos filmes e locais de exibição. O destaque da programação continuou sendo a Première Brasil, voltada exclusivamente para filmes nacionais.
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Na cerimônia de encerramento realizada na noite deste domingo (15) no Cine Odeon, na Cinelândia, Centro do Rio, o longa As Boas Maneiras, de Marco Dutra e Juliana Rojas conquistou o troféu Redentor de melhor filme da Première Brasil. A produção ganhou ainda outros quatro prêmios. Outro destaque da noite foi Aos Teus Olhos, de Carolina Jabour, que recebeu quatro premiações.
"Fazer cinema é um ato político. Espero que nossos governantes entendam isso de uma vez e também deixem nossos museus em paz. Não aceitaremos censura nunca mais", discursou a produtora Sara Silveira ao receber o prêmio de melhor filme por As Boas Maneiras. O longa já havia conquistado o Prêmio Especial do Júri no Festival de Locarno, na Suíça.
Convidados estrangeiros
Durante 11 dias a 19ª edição do Festival do Rio apresentou 250 filmes de mais de 60 países e recebeu alguns convidados estrangeiros como o diretor francês Michel Hazanavicius, vencedor do Oscar por O Artista, que esteve na cidade para lançar O Formidável, filme sobre Jean Luc Godard, exibido este ano no Festival de Cannes.
O Festival também exibiu uma mostra especial de filmes italianos, o Foco Itália, com produções recentes do país, incluindo A Ciambra, o candidato italiano ao Oscar 2018. O diretor e roteirista Jonas Carpignano, americano de Nova York, filho de pai italiano e mãe afro-americana, esteve na cidade lançando o filme. “Estou muito feliz por estar no Rio. Gosto da cidade, estive aqui outras vezes. É sempre duro divulgar um filme em um festival, temos dois ou três dias para isso, mas como era no Rio, aceitei rapidamente o convite”, comentou o jovem cineasta de 33 anos, em entrevista exclusiva ao Portal Exibidor.
A Ciambra chegou ao Festival do Rio com premiação na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes, e com o aval de Martin Scorsese, um dos produtores do longa ao lado do brasileiro Rodrigo Teixeira, da RT Features. Em entrevista exclusiva ao Portal Exibidor, Teixeira comentou sobre o lançamento do filme no Festival do Rio. “Se você analisar a história, ela acontece no sul da Itália, mas poderia ser no Rio. Se você for ali na Rocinha encontra personagens como os do filme, por isso acho que lançar A Ciambra aqui foi perfeito”, comentou Teixeira.
A diretora argentina Lucrecia Martel foi outra convidada do Festival do Rio, apresentando Zama, que depois da bem-sucedida passagem pelo Festival de Veneza chegou ao evento carioca com o aval de ser o indicado da Argentina ao Oscar do ano que vem. Zama figurou entre os filmes mais assistidos do Festival, ao lado de A Forma da Água, de Guillermo Del Toro, vencedor do Leão de Ouro do Festival de Veneza e filme de abertura do evento carioca; e Roda Gigante, novo longa de Woody Allen, que encerrou a 19ª edição do Festival do Rio.
Confira os Vencedores da Premiere Brasil do 19º Festival do Rio
- Prêmio da crítica: "As boas maneiras", de Marco Dutra e Juliana Rojas
- Prêmio Mostra Geração: “Sobre rodas”, de Mauro D’Addio
- Prêmio Félix (documentário com temática LGBTQ): “Queercore: How to punk a revolution”, de Yony Leyser
- Prêmio Félix (longa de ficção): “As boas maneiras”
- Mostra Novos Rumos (longa): “A parte do mundo que me pertence”, de Marcos Pimentel
- Mostra Novos Rumos (curta): “Atrito”, de Diego Lima
- Mostra Novos Rumos (prêmio especial do júri): “Vende-se esta moto”, de Marcus Faustini
- Melhor curta metragem (voto do público): “Vaca profana”, de René Guerra
- Melhor curta metragem (escolha do júri): “Borá”, de Angelo Defanti
- Melhor montagem: Caroline Leone, por “Alguma coisa assim”, de Esmir Filho e Mariana Bastos
- Melhor roteiro: Lucas Paraizo, por “Aos teus olhos”, de Carolina Jabor
- Melhor fotografia: Rui Poças, por “As boas maneiras”
- Melhor ator coadjuvante: Marco Ricca, por "Aos teus olhos"
- Melhor atriz coadjuvante: Marjorie Estiano, por "As boas maneiras"
- Melhor ator: Daniel de Oliveira, por "Aos teus olhos", e Murilo Benício, por "O animal cordial"
- Melhor atriz: Grace Passô, por "Praça Paris", de Lucia Murat
- Prêmio especial do júri: "SLAM: Voz de levante", de Tatiana Lohmann e Roberta Estrela D'Alva
- Melhor direção de documentário: Tatiana Lohmann e Roberta Estrela D'Alva, por "SLAM: Voz de levante"
- Melhor direção de ficção: Lucia Murat, por "Praça Paris"
- Melhor longa metragem documentário (voto do público): "Dedo na ferida", de Silvio Tendler
- Melhor longa metragem documentário (escolha do júri): "Piripkura", de Mariana Oliva, Renata Terra e Bruno Jorge
- Melhor longa metragem de ficção (voto do público): "Aos teus olhos"
- Melhor longa metragem de ficção (escolha do júri): "As boas maneiras"
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- Michel Hazanavicius veio ao Brasil apresentar “O Formidável”
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