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16 Outubro 2017 | Janaina Pereira, do Rio de Janeiro

RioMarket aposta no mercado de realidade virtual

Braço de negócios do Festival do Rio reuniu profissionais do setor audiovisual para tratar deste e de outros temas relevantes para o mercado

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(Foto: RioMarket)

A edição deste ano do RioMarket, o braço de negócios do Festival do Rio, foi realizado entre 9 e 14 de outubro, no hotel Royal Tulip, em São Conrado (RJ). Mais enxuto, o evento tem como objetivo apresentar o desenvolvimento da indústria audiovisual, ressaltando a troca de conhecimento entre profissionais renomados, novos produtores e empresas da área, além de proporcionar oportunidades de negócios e capacitação para profissionais do mercado. Desta vez o foco foi, especialmente, em painéis e seminários sobre realidade virtual, além de roundtables com as principais distribuidoras de cinema do País, e outros temas como legislação do mercado, ferramentas tecnológicas, modelos e oportunidades de negócios, cases de sucesso, financiamento e coproduções.

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Na abertura do RioMarket, no último dia 9, o ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, destacou a contribuição do setor audiovisual para o crescimento da economia criativa em todo o Brasil. "A área audiovisual atingiu patamares altos, representando atualmente 0,46% do PIB", informou.

Para Sá Leitão, é preciso considerar que, atualmente, um filme com 500 mil espectadores não é um fracasso. "Quando esse mesmo filme chega à TV aberta é visto por 30 milhões de pessoas. Além disso, também é comercializado em outras plataformas de Vídeo Sob Demanda (VOD). Neste ambiente da revolução digital, da convergência, da explosão de plataformas, não podemos pensar no audiovisual somente como conteúdo para cinema", analisou o ministro.

Ele ainda destacou que a contribuição do audiovisual é muito maior do que os incentivos recebidos. "O que nós arrecadamos na forma de tributos é muito maior do que recebemos. Um bom exemplo é a Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional (Condecine), que nos últimos dez anos rendeu R$ 7,5 bilhões ao Estado brasileiro, dos quais somente R$ 3,5 bilhões foram repassados ao Fundo Setorial do Audiovisual (FSA)".

Sá Leitão ressaltou ainda que dos R$ 3,5 bilhões do FSA provenientes da Condecine, pouco mais de R$ 1 bilhão foram de fato injetados nas atividades audiovisuais. "Isso se deve à burocracia, ao excesso de pontos de controle, sem nenhuma contribuição real. Vamos apresentar, já em 2018, o que estamos chamando de FSA 2.0. Já sabemos onde acertamos e onde erramos”.

O ministro ainda disse que, com o aproveitamento integral dos recursos do FSA, o Brasil deve se tornar um dos cinco maiores polos do audiovisual do mundo. "Serão quase R$ 10 bilhões sendo efetivamente injetados nessa atividade. É imprescindível que esse impulso seja mais bem aproveitado pelo setor", concluiu.

Realidade Virtual é destaque

Mas o que chamou mesmo a atenção nesta edição do RioMarket foi a quantidade de palestras sobre Realidade Virtual, Realidade Aumentada e Realidade Mista. O evento programou um dia inteiro (12/10) para traçar um panorama desses temas. Priscila Guedes, da Feel 360 VR, primeira produtora brasileira a explorar a tecnologia em larga escala, esteve à frente do primeiro painel, falando sobre a Realidade Virtual utilizada como ferramenta de preparação de filmagem e facilitação de colaborações entre profissionais, talentos artísticos e instituições da indústria cinematográfica tradicional em coproduções internacionais.

Segundo Priscila, a realidade virtual ultrapassa outra barreira muito importante: o espectador abandona seu estado de passividade em relação à narrativa. “Ele é livre para interagir e acompanhar a trama da forma como quiser. O usuário da RV assume uma postura participativa. Aliás, o próprio conceito de espectador – do latim "aquele que observa" – torna-se obsoleto; nos filmes ou experiências do tipo, o consumidor deve ser chamado de experimentador”.

Já a canadense Audrey Pacart, CEO da Very Story, ministrou uma masterclass sobre roteiro, abordando desde o tradicional até os de realidade virtual. “Nossa situação atual é igual à época em que os Irmãos Lumière haviam começado as experiências com o cinema, quando se acreditava que a sétima arte nunca vingaria. Hoje, nos sentimos tão desnorteados quanto os espectadores presentes na primeira exibição do famoso curta A Chegada do Trem na Estação: quando o comboio começou a se aproximar na tela, vindo na direção do público, e todos fugiram da projeção aterrorizados”, relembrou Pacart.

Outro destaque sobre o tema realidade virtual foi a mesa-redonda que discutiu os desafios e as oportunidades de se produzir Realidade Virtual no Brasil e de como as marcas podem se apropriar dessa nova mania mundial. A mesa debateu o Brand & Content visto por uma nova ótica, as técnicas e soluções para produção e comercialização de projetos em RV desde o briefing até a exibição no Brasil em games, eventos, educação e entretenimento.

Diretores, produtores, roteiristas, figurinistas, maquiadores, técnicos e outros profissionais da indústria audiovisual estiveram entre os espectadores da edição deste ano, que teve mais uma edição confirmada para 2018.

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