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03 Outubro 2017 | Fernanda Mendes

65º Festival de San Sebastián mantém forte presença latino-americana

Evento também contou com a exibição de séries de televisão

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A diretora argentina Anahí Berneri ganha a Concha de Prata de Melhor Diretor (Foto: Festival de San Sebastián)

O 65º Festival de San Sebastián terminou neste sábado, dia 30, com 200 filmes exibidos e oito dias de evento na Espanha. Dentre os destaques da premiação, o filme de James Franco The Disaster Artist (ainda sem título em português e sem distribuidora confirmada) levou a Concha de Ouro de Melhor Filme.

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Outros prêmios do evento foram o Especial do Júri para o espanhol Handia, a Concha de Prata de Melhor Ator para Bogdan Dumitrache por sua atuação em Pororoca e as Conchas de Prata de Melhor Diretor e Melhor Atriz para as argentinas Anahí Berneri e Sofía Gala Castiglione por Alanis. Antonio Banderas também ganhou a homenagem Prêmio Nacional de Cinematografía 2017 por todos os feitos de sua carreira.

A presença latino-americana também liderou outras categorias: o brasileiro Ferrugem, de Aly Muritiba, foi o vencedor do Prêmio Cinema em Construção. Já a coprodução entre Brasil, Argentina, Polônia e França, Una Especie de Família, levou o prêmio de Melhor Roteiro. Na mostra competitiva Horizontes, o filme chileno Los Perros ganhou o grande prêmio de € 35 mil.

Os diretores e produtores chilenos Pablo Larraín e Juan de Dios Larraín, que lideraram o filme Jackie, lançaram um escritório em território estadunidense da produtora Fabula, com o intuito de realizar filmes em língua inglesa por diretores latino-americanos e europeus. A companhia é uma das mais consagradas do território latino e se prepara para rodar um filme com Julianne Moore chamado Gloria.

Outra empresa que lançou novidades do mercado foi a produtora uruguaia Mutante Cine, especializada em filmes de arte. A companhia anunciou que agora passará também a distribuir filmes e, inclusive, em territórios internacionais. Augustina Chiarino, fundadora da Mutante, afirmou que até o fim deste ano já preparam o lançamento de seis filmes.

Já a instituição Cinema do Brasil compareceu ao evento levando algumas produtoras para entrarem em contato com o mercado. Dentre as empresas que estavam presentes podemos citar a Bossa Nova Films, 3 Moinhos Produções, Barry Company, Gullane e Grafo Audiovisual.

Formatos

Durante o festival também houveram diversas mesas redondas e fóruns para debater o contexto atual e futuro do mercado. A Europa Distribution, que representa 120 distribuidoras independentes de 29 países do continente, organizou junto com a Industry Club, um workshop sobre práticas de financiamento público de cinema. A ideia foi discutir os novos rumos que os incentivos públicos devem tomar, além da produção de filmes, como auxiliar na distribuição, promoção e projeção de longas.

Outra novidade foi a presença de novos formatos de exibição além do cinema. A principal seção do festival recebeu as séries de televisão Vergüenza e La Peste, esta última aliás, teve seus dois primeiros capítulos exibidos durante o evento.

As discussões sobre o streaming também não deixaram de aparecer. O programa governamental de mídia da Europa debateu a importância do investimento de conteúdos regionais nas plataformas VOD. “É bom ter conteúdos disponíveis mas é ainda mais relevante ter os conteúdos mais visíveis nestas plataformas”, afirmou Lucia Recalde, líder da organização. Recentemente subiu de 20% para 30% a cota de conteúdo europeu exigida pelo conselho dos ministros do continente nas plataformas de streaming.

Para ver a lista completa de premiados do Festival de San Sebastián, clique aqui. Confira também a cobertura da edição de 2016, também marcada pela presença da América Latina.

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