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26 Setembro 2016 | Janaína Pereira

Festival de San Sebastian confirma força do cinema latino

Encontro também atraiu profissionais brasileiros, que focaram em parcerias e investimentos

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O diretor de I am not Madame Bovary, Xiaogang Feng, levou a Concha de Ouro (Foto: Montse Castillo | San Sebastian Film Festival)

A edição 64 do Festival de San Sebastian, que acabou no último sábado, 24, mostrou o crescimento do cinema latino neste que é um dos maiores eventos do setor. Marcado, especialmente, por filmes em espanhol, e com mercado voltado para coproduções, o festival atraiu produtoras e exibidores brasileiros, que focaram nas parcerias e investimentos para a realização de obras nacionais.

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O longa brasileiro Era o Hotel Cambridge, de Elaine Caffé, que no ano passado estava em San Sebastian em busca de parceria para ser realizado, voltou ao evento finalizado, e foi premiado na mostra paralela Horizontes, ganhando uma menção honrosa no Spanish Cooperation Award. Produzido por Brasil, França e Espanha, o filme mostra a importância das participações de mercado nos festivais de cinema, que cada vez mais investem na apresentação de projetos, e não apenas em produções finalizadas.

"Abrimos espaços para que os produtores e cineastas venham apresentar suas ideias e aqui encontrem parceiros para colocar essas ideias em prática. Os exibidores também são importantes nesse tipo de evento, porque eles podem, dessa forma, ver como a união de vários países gera bons filmes que devem sim ter espaço nos cinemas em qualquer lugar do mundo. Essa é a nova forma de fazer cinema, e acho que o mercado tem que estar atento a isso", revelou Eneko Goia, um dos responsáveis pelo Festival.

A ANCINE esteve mais uma vez presente em San Sebastian, onde há 13 anos realiza o Encontros com o Cinema Brasileiro, evento que tem como objetivo divulgar o cinema nacional para o mundo. O presidente da entidade, Manuel Rangel, além de participar do Festival, esteve na Reunião do Conselho Consultivo da Conferência das Autoridades Cinematográficas Ibero- Americanas.

Curiosamente, um filme chinês ganhou a Concha de Ouro, prêmio máximo de San Sebastian: I am not Madame Bovary, de Xiaogang Feng, favorito do público e da crítica, mostrou que em território latino as produções asiáticas também têm vez.

Segundo o exibidor espanhol Martín Sanchez, a premiação de um longa asiático mostra a evolução do cinema mundial. "O cinema está numa fase criativa ótima, em ebulição, com filmes que mostram a sociedade contemporânea e seus defeitos. Queremos ver o que acontece no mundo e acho isso fascinante! O público está gostando muito desse tipo de cinema feito hoje em dia, e o Festival de San Sebastian é aberto aos filmes de todo mundo. Há sim uma influência grande de filmes falados em espanhol, mas também vemos filmes falados em japonês, chinês, inglês, francês, e queremos mais filmes em português", disse, acrescentando ser fã do cinema brasileiro. "O cinema brasileiro, que é muito presente na parte de mercado, precisa voltar com força para a competição de San Sebastian, torcemos muito para isso", concluiu.

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