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11 Setembro 2017 | Por Janaina Pereira, de Veneza

Mercado hispânico sai fortalecido do Festival de Veneza

Vitória de Guillermo Del Toro e participação brasileira são destaques

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Guillermo del Toro recebe o prêmio no Festival de Veneza (Foto: La Biennale di Venezia)

Com a vitória de A Forma da Água, de Guillermo Del Toro, a 74ª edição do Festival de Veneza se firmou como um evento que está de olho no mercado hispânico. O cineasta mexicano foi o terceiro de língua espanhola a vencer o Festival, depois do espanhol Luis Buñel (por A Bela da Tarde, em 1967) e do venezuelano Lorenzo Vigas (por De Longe Te Observo, em 2015). Além disso, Del Toro conquistou público e crítica, e foi uma das raras unanimidades do evento. Ele deixa Veneza como favorito ao Oscar 2018. O longa é da Fox Film, mas ainda não tem previsão de estreia no Brasil.

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O Brasil esteve presente com duas elogiadas coproduções com a Argentina (Zama, de Lucrecia Martel, e Invisible, de Pablo Giorgelli) e com o curta Meninas Formicida, de João Paulo Miranda Maria, que concorreu na Mostra Horizontes, a segunda mais importante de Veneza. Em entrevista exclusiva ao Portal da Exibidor, Miranda contou como foi participar do Festival.

“Pensar no Festival de Veneza me fez lembrar de sua tradição e da influência do cinema italiano, que revolucionou a sétima arte. Agora ter um filme selecionado no festival é uma sensação ainda mais forte! A recepção foi incrível! Meninas Formicida é um filme que trata sobre temas muito fortes e polêmicos na sociedade brasileira como o machismo, o abuso e a violência contra a mulher e também sobre aborto. Trazer uma obra forte e ao mesmo tempo complexa pela maneira que procurei abordar foi a confirmação de uma caminhada importante para consagrar minha estética”, disse.

O Festival de Veneza também consagrou novas plataformas de exibição e tecnologias inovadoras. A Netflix apresentou sua primeira série falada em italiano (Suburra) e lançou o elogiado Our Souls at Night, filme estrelado pelos astros americanos Jane Fonda e Robert Redford, que estreia dia 29 de setembro apenas no serviço de streaming. O diretor artístico do Festival, Alberto Barbera, reafirmou a parceria com a empresa.

“Não vamos fechar as portas para a Netflix, nem nenhum outro serviço do gênero. O mundo mudou. O cinema sempre vai existir, mas temos que aceitar que há outras formas de vermos os filmes e Veneza vai apoiá-las. O que importa é exibirmos grandes produções, independente de onde elas serão apresentadas”, comentou.

Já a primeira mostra Venice Virtual Reality, para filmes de realidade virtual, teve como presidente do júri o cineasta americano John Landis e elegeu Arden’s Wake (Expanded), de Eugene YK Chung, como o melhor filme VR; La Camera Insabbiata, de Laurie Anderson e Hsin-Chien Huang como Melhor Experiência de VR e Bloodless, de Gina Kim, como melhor roteiro de VR.

“Na realidade virtual há mais liberdade de escolha. Foi curioso ver como os cineastas lidam com a arte da narração de histórias", contou John Landis.

Landis ainda foi responsável por um dos momentos mais emocionantes desta edição de Veneza: ele lançou a versão 3D de um dos seus maiores trabalhos, o clipe musical Thriller, com Michael Jackson. "Minha única decepção é que Michael não está aqui para vê-lo e ouvi-lo, porque acho que ele adoraria", finalizou.

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