13 Abril 2017 | Vanessa Vieira
Tese chama atenção para acessibilidade de deficientes visuais no cinema
Trabalho de mestrado para a USP incluiu diálogo com exibidores e distribuidores
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A tese “Design para acessibilidade: inclusão de pessoas com deficiência visual ao serviço de cinema”, apresentada por Diego Normandi em seu mestrado na Universidade de São Paulo – USP, avaliou a acessibilidade tanto de conteúdo quanto física para deficientes visuais nos cinemas por meio de pesquisas qualitativas e entrevistas. A tese traz críticas ao setor que, no entanto, já está se movimentando para incluir cada vez mais os deficientes, tanto visuais quanto auditivos.
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Prova disso, foram os debates sobre acessibilidade de conteúdo realizados na CinemaCon 2017 e na Expocine 2016, bem como a criação de câmara técnica da ANCINE para acompanhar a implantação de soluções nesse sentido. A matéria de capa da edição 22 da Revista Exibidor traz ações e planos do mercado para inclusão do deficiente visual e auditivo. Empresas como a Dolby, Ktalise (Whatscine) e Moviereading têm apresentado soluções ao mercado nesse segmento.
O Estudo
Normandi coloca entre as conclusões do estudo que o mercado exibidor ainda tem uma preocupação maior com o conforto dos espectadores mais frequentes, precisando ampliar a atenção para com os deficientes visuais. Outro ponto criticado pelo mestrando é o fato de que o setor, assim como o de distribuição, apenas realiza ações e inclui estruturas de acessibilidade que são exigidas por lei, não indo além do que pede a legislação.
Portanto, Normandi finaliza apontando que, para incluir novas ações de acessibilidade neste segmento econômico, serão necessárias novas obrigações legislativas. Ele chama atenção também para o fato de que, no País, existem cerca de 35 milhões de brasileiros com deficiência visual que poderiam ser vistos como um novo público a ser agregado ao cinema, o que favoreceria esse mercado.
O estudo incluiu entrevistas com profissionais da exibição e da distribuição, sendo que este último setor foi destacado como o maior responsável pela chegada de conteúdo acessível nas telonas. A tese ainda traz entrevistas com deficientes visuais, cineastas e demais espectadores de cinema, além de fornecedores de soluções de acessibilidade de conteúdo.
Entre as críticas dos deficientes às poucas audiodescrições disponíveis, eles apontam que os autores desses conteúdos precisam definir um padrão para a quantidade de informações transmitidas para que não haja exageros nem falta de dados.
Confira o estudo completo.
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