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02 Novembro 2016 | Vanessa Vieira

Exibição é o setor que mais emprega no mercado cinematográfico

Estudo da MPA aponta que o setor tem também menos profissionais com ensino superior se comparado a outros segmentos

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Imagem Meramente Ilustrativa (Foto: Trabalhe Conosco e Vagas Abertas)

O mercado exibidor de cinema do Brasil emprega cerca de 30 mil pessoas, sendo que 61% dessas vagas ficam no Sudeste, que concentra também mais de 60% da massa salarial – o que se justifica pela própria concentração de salas na região. Assim, a exibição é o segmento do cinema que mais emprega no País, seguido pela área da produção, com 18 mil vagas anuais. Pensando em todo o audiovisual brasileiro, o exibidor é o segundo maior empregador, atrás apenas da televisão aberta, que emprega 65,9 mil pessoas.

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Os dados são de 2014 e fazem parte do estudo “O Impacto Econômico do Setor Audiovisual Brasileiro”, realizado pela Tendências Consultoria Integrada com apoio do Sindicato da Indústria Audiovisual – Sicav a pedido da Motion Pictures Association – América Latina (MPA-AL).

A entidade divulgou a pesquisa durante o RioMarket 2016, no qual revelou dados do mercado audiovisual como a alta tributação sobre o segmento da exibição e as dificuldades da meia-entrada. Sabe-se, por exemplo, que o audiovisual como um todo gasta cerca de 10,12% de sua receita bruta com impostos. Porém, o exibidor lida com uma carga tributária sobre os ingressos que chega a 30%. Dessa maneira, por ter que lidar com o desconto obrigatório da lei da meia-entrada além dos impostos, os exibidores aumentam o preço cheio do ingresso, que é considerado pela MPA-AL como um dos fatores que impedem um maior acesso da população ao cinema.

A pesquisa tem um capítulo dedicado ao panorama do emprego, que tem crescido no audiovisual como um todo, ainda que tenha apresentado queda no setor de distribuição, que é também o que menos emprega se comparado à exibição, produção e reprodução. Atualmente a distribuição empregou 5 mil profissionais em 2014 e é a área mais concentrada no Sudeste, no qual ficam 74% das vagas e onde são gastos 92% da massa salarial do setor, que gira em torno de R$ 381 milhões dos R$ 7,2 bilhões do total do mercado em 2014.

Apesar de ter menos empregos, este segmento tem o segundo maior salário médio mensal (R$ 6.343,00), logo atrás do setor televisivo, sendo que a TV aberta pagou 60% da massa salarial do audiovisual. Vale apontar também que, mesmo diminuindo os empregos, a distribuição registrou um aumento de 128% nos salários entre 2007 e 2014.

Isso em parte é explicado pela alta presença de profissionais com ensino superior: 43%, número cerca de 20% a mais do que a média do mercado audiovisual. A produção conta com 30% e a exibição tem apenas 4% dos profissionais com ensino superior. Apesar de estar bem abaixo da média geral do audiovisual, a exibição é conhecidamente uma empregadora mais voltada a cargos operacionais como atendentes de bilheteria e bombonière, ou seja, funções que não exigem ensino superior completo.

Esse detalhe também justifica o salário médio mensal do mercado exibidor estar abaixo da maioria dos segmentos do audiovisual. Hoje, este valor é de R$ 1.249,00 e, em 2007, era de R$ 715,00 – o que marca um aumento de 57%. O setor que teve crescimento salarial mais moderado dentre produção, distribuição e exibição foi o de produção, indo de R$ 1.949,00 em 2007 para R$ 2.847,00.

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