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21 Setembro 2016 | Fernanda Mendes

Projetos de cinemas itinerantes crescem no Brasil

O segundo semestre de 2016 tem grandes projetos em diversas regiões do país

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Crianças da rede pública de ensino assistem a filme no projeto Cine Cultural WestRock em Antonio Olinto (PR) (Foto: Gabriel Borghi)

Ir ao cinema parece ser um passeio tão comum nas cidades grandes que, muitas vezes, é um verdadeiro desafio assistir a um filme nos fins de semana com ingressos tão concorridos e muita fila. No entanto, esta é uma realidade muito distante na maioria das cidades brasileiras.

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Assim, cresce o número de projetos itinerantes que levam a sétima arte para municípios interioranos que não têm uma sala de projeção ao público. Além do Cine SENAR-MT, que passa por cidades do Mato Grosso do Sul, o projeto Cinema Petrobras em Movimento já completa 17 anos e tem como objetivo democratizar o acesso ao cinema nacional, revigorando a carreira dos filmes por meio de sessões gratuitas.

Abraçando as regiões Sul, Sudeste, Norte e Nordeste, o circuito tem patrocínio da Petrobras, a realização da MPC Filmes, do Ministério da Cultura, do Governo Federal e acontece através da Lei de Incentivo à Cultura. No catálogo de filmes, estão Minhocas, de Paolo Conti e Arthur Nunes; O Segredo dos Diamantes, de Helvécio Ratton; O Muro é o Meio, de Eudaldo Monção Jr. e Que Horas Ela Volta?, de Anna Muylaert.

Durante os meses de agosto, setembro e outubro, as exibições acontecerão em sedes de projetos sociais, pontos de cultura, agremiações, associações comunitárias, logradouros públicos, e escolas da rede pública de ensino. Assim, os longas também abrem discussões para o público sobre temas muito presentes no cotidiano, como desigualdade social e preconceito.

“A Mostra Cinema Petrobras em Movimento se apropria da cultura e do audiovisual nacional como potentes ferramentas para a educação e a transformação social, estimulando o fortalecimento de imaginários e identidades brasileiras e fomentando debates em torno de temáticas abordadas nos filmes”, afirma a diretora do projeto, Luciana Boal.

Em sua 11ª edição, o Cinema no Rio São Francisco aposta em uma proposta bem diferente. Além da exibição de filmes em praça pública, o projeto também realiza oficinas de fotografia em todas as cidades que passa. Só este ano o circuito atraiu cerca de 25 mil pessoas, entre os dias 25 de agosto e 4 de setembro, passando por 10 cidades no trecho mineiro do rio: Manga, Matias Cardoso, Itacarambi, Januária, Pedras de Maria da Cruz, São Francisco, São Romão, Ponto Chique, Ibiaí e Pirapora.

Outro diferencial do projeto são os documentários produzidos sobre cada cidade do circuito. As produções são exibidas antes da projeção dos filmes, além da exibição das fotos realizadas pelos alunos da oficina e mais 4 curtas-metragens.

Entre os filmes do circuito, estão: A Luneta do Tempo, dirigido por Alceu Valença; O Bem Amado, dirigido por Guel Arraes; O Ultimo Cine Drive-In, dirigido por Ibere Carvalho e 5 X Chico, documentário dirigido por Gustavo Spolidoro, Ana Rieper, Camilo Cavalcante e Eduardo Goldstein.

Este ano, homenageando os 60 anos da primeira edição do livro “Grande Sertão Veredas”, de Guimarães Rosa, o projeto é realizado pelo CineAR, empresa mineira responsável por projetos culturais itinerantes, tem patrocínio da Petrobras e da Oi e acontece graças à Lei de Incentivo à Cultura.

“A proposta do projeto é a democratização do acesso à cultura por meio da exibição de curtas e longas-metragens nacionais em comunidades que vivem a beira do rio da integração nacional”, define o idealizador e coordenador geral do Cinema no Rio São Francisco, Inácio Ribeiro Neves.

Estrada

Indo na contramão de projetos mais convencionais, o Cine Cultural West Rock, em sua primeira edição, levará 62 sessões de cinema a bordo de um caminhão que teve a carroceria transformada em sala escura. O circuito passará pelas cidades de Antonio Olinto, no Paraná, e das cidades catarinenses de Três Barras, Canoinhas, Timbó Grande, Major Vieira e Blumenau.

Cerca de mil e 800 crianças da rede pública de ensino terão a oportunidade de assistir filmes como Rio 2, O Lorax – Em busca da Trúfula Perdida, Wall-E, Ilha das Flores, O Grande Milagre e Avatar.

A estrutura da carreta conta com 30 poltronas, tela de 120 polegadas, ambiente climatizado, iluminação especial e som estéreo, além de uma rampa de acesso e acomodações para cadeirantes.

O projeto é parte do Gira Brasil, aprovado pelo Ministério da Cultura, via Lei Rouanet e tem o apoio da WestRock - empresa fruto da fusão entre a RockTenn e MWV, grupo o qual a Rigesa fazia parte até então - uma das maiores fornecedoras globais de soluções em papel e embalagens de papelão ondulado.

A programação começa dia 8 de setembro e segue até o dia 28.

Exterior

Com um sucesso inesperado, os cinemas ao ar livre no Reino Unido estão crescendo cada vez mais. Apesar do frio (mesmo no verão) e dos preços dos tickets um tanto quanto caros (a partir de £10), o número de adeptos está aumentando significativamente.

O Luna Cinema, por exemplo, principal empresa da Grã-Bretanha, teve um crescimento de 20% a cada estação. Agora, o cinema ao ar livre é um programa imperdível no verão.

E essas projeções ao ar livre acontecem em lugares para lá de inusitados, o que ajuda a atrair o público. A programação inclui Star Wars: O Despertar da Força na Torre de Londres, Uma Linda Mulher no Hampton Court Palace e Harry Potter em Alnwick Castle (castelo que já foi cenário dos dois primeiros filmes da série).

Outro cinema neste formato no país é o Film4 Summer Screen, que é considerado um do mais bonitos de Londres e exibiu os longas durante o mês de agosto no pátio do palácio de Somerset House.

As programações de ambos os circuitos, assim como no Brasil, não incluem filmes inéditos, e em seus catálogos há até mesmo produções clássicas e já conhecidas do público. No caso do país tropical, mesmo não havendo novidades, como a maioria das cidades não possuem cinemas, os primeiros contatos do público com os filmes acontecem em projetos como esses. Já em países europeus e em grandes capitais como Londres, o interesse surge muito pela importância que dão a programas culturais e a sociabilidade que estes proporcionam.

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