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09 Setembro 2016 | Vanessa Vieira

Verão norte-americano termina praticamente sem bilheterias medianas

Grandes sucessos e resultados abaixo do esperado formaram a maioria dos lançamentos que chegaram às telonas do país

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(Foto: Disney)

O verão dos Estados Unidos é uma época conhecidamente marcada pelos grandes lançamentos e apostas dos estúdios, que costumam ser os principais sucessos mundiais do período. No entanto, apesar de ser comum que várias dessas apostas tenham bilheterias medianas, o verão norte-americano de 2016 está já em sua reta final e foi marcado por uma divisão mais clara entre os filmes muito bem-sucedidos e aqueles que tiveram resultados bem abaixo da média para blockbusters.

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Assim como no Brasil e em outros países da América Latina, os Estados Unidos viram suas telonas receberem animações de sucesso com Procurando Dory, da Disney∙Pixar, ocupando o posto de maior lançamento do ano, com US$ 483 milhões somados só em território estadunidense. Destaque também para Pets – A Vida Secreta dos Bichos, da Universal, que agora é a maior estreia de animação com roteiro original no país e já somou US$ 360 milhões, ficando com a quinta maior bilheteria de 2016. Apesar de ter 21ª renda do ano, Festa da Salsicha, da Sony, também pode ser considerado um lançamento bem-sucedido, afinal mostrou que uma animação voltada para maiores de 18 anos e com roteiro original podia conquistar boas bilheterias (US$ 90 milhões) com o orçamento modesto de US$ 19 milhões. Pets e Festa da Salsicha ajudam a demonstrar também que há vida para os grandes estúdios além das franquias e séries de sucesso já comprovados.

Direto do universo dos quadrinhos, Capitão América – Guerra Civil, da Disney, é considerado um dos maiores sucessos do início do verão norte-americano, além de ser o segundo maior lançamento de 2016 com US$ 408 milhões. Outro longa baseado em HQ´s com bons resultados foi Esquadrão Suicida, da Warner, que surpreendeu nas telonas ao ir de encontro com as críticas negativas e se tornar o quarto filme mais rentável do ano em termos mundiais, atrás de Procurando Dory em primeiro lugar, Capitão América e Pets. Só nos EUA o longa arrecadou US$ 301 milhões e é a oitava maior renda do ano.

Um filme que vem surpreendendo recentemente é O Homem nas Trevas, da Sony, que é o primeiro longa de terror dos últimos tempos a conseguir se manter por duas semanas seguidas na liderança do Top 10 EUA e já soma US$ 51 milhões. Outro título de terror que se saiu bem no período foi Invocação do Mal 2, da Warner, que teve bilheteria local de US$ 102 milhões.

Outras estreias desse período que já estão no Top 10 anual de bilheterias dos EUA são Jason Bourne, da Universal, em nono lugar com US$ 156 milhões, e Star Trek: Sem Fronteiras, da Paramount, em décimo com US$ 155 milhões. Essas são algumas das poucas rendas desse período que podem ser colocadas entre os resultados abaixo do esperado e os medianos apesar de serem menores do que o portal norte-americano Variety considera como bilheteria média para blockbuster no verão, entre US$ 200 milhões e US$ 300 milhões. Geralmente essa época traz uma enorme quantidade de filmes que ficam nessa faixa, mas 2016 foi diferente.

Quem teve resultados muito abaixo do esperado, segundo a Variety, foram Ben-Hur, O Bom Gigante Amigo e Caça-Fantasmas. Todos tiveram orçamento na casa dos US$ 100 milhões e o único que chegou perto de equiparar sua renda nos EUA com os custos foi Caça-Fantasmas, que ainda assim ficou US$ 22 milhões abaixo de seu orçamento de US$ 144 milhões. Mundialmente o longa chegou a US$ 224 milhões, conseguindo cobrir, assim, seu custo, porém o título era uma das grandes apostas da Sony por ser um remake da famosa franquia dos anos 1980.

O lançamento que ficou mais longe de cobrir seus custos com as receitas dos EUA é O Bom Gigante Amigo, da Disney, que arrecadou cerca de US$ 90 milhões a menos do que seu orçamento de US$ 140 milhões. Mundialmente o filme conseguiu se equiparar ao investimento inicial por pouco, com apenas US$ 25 milhões de lucro bruto. Já Ben-Hur, da Paramount, foi considerado pela mídia internacional o resultado mais baixo do verão norte-americano deste ano já que era esperado que o remake, inspirado no original de 1959 e ganhador do Oscar, tivesse grande apelo tanto no país quanto no mercado internacional. Porém, a quantia arrecadada pelo filme nos EUA foi quase US$ 80 milhões menor do que seu orçamento inicial de US$ 100 milhões. Ben-Hur foi o único desses filmes com baixo resultado que não conseguiu ainda cobrir seus custos. Mesmo sua bilheteria global, com EUA e outros mercados somados, ainda está quase US$ 50 milhões abaixo do investimento do estúdio.

 

Preço dos ingressos

Quem ajudou muito nos resultados do verão norte-americano de 2016 foi o preço médio do ingresso no país, que registrou altas nos últimos meses. Com o alto preço do tíquete médio, o período somou mais de US$ 4,5 bilhões em bilheteria, sendo o segundo maior faturamento da história dos EUA para a época. No entanto, o verão, como já era previsto pela consultoria Cowen & Co. para a bilheteria estadunidense como um todo, teve queda de público. Isso marca uma dependência cada vez maior de Hollywood para com mercados internacionais como a China e o México. Foi o território chinês, inclusive, que tirou Warcraft – O Primeiro Encontro de Dois Mundos da lista dos baixos resultados mundiais, já que só no país o filme somou US$ 220 milhões – que é cinco vezes mais renda do que o longa teve nos EUA, onde arrecadou somente US$ 47 milhões.

Apesar de ter apresentado um crescimento mais moderado em alguns meses deste ano, a China mantém a trajetória de ascensão do seu mercado de cinema. A expectativa é que o país asiático passe Hollywood entre 2017 e 2020.

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