02 Setembro 2016 | Fernanda Mendes
Pesquisas apontam queda na bilheteria americana e ascensão no mercado chinês
Segundo levantamento, este verão americano foi o segundo pior desde 2001
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Apesar de grandes produções como Ben-Hur e Esquadrão Suicida estarem em cartaz, segundo análise da Cowen & Co, a bilheteria americana não vai nada bem em 2016. E a tendência é diminuir ainda mais em 2017.
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As vendas de ingressos nas últimas 13 semanas, desde maio, foram para cerca de US$ 3 bilhões, uma queda de 2,5% se comparado a 2015, e ficando no posto da segunda pior bilheteria desde 2001.
Segundo Doug Creutz da agência responsável pelo relatório, o problema não está na quantidade de lançamentos, que teve um grande número neste verão americano, com 60 longas, mas sim no desinteresse do público em ir ao cinema. Um problema “secular”, já que vem sendo apontado desde 2011.
Apesar disso, os estúdios estão investindo grandes quantias para os lançamentos de filmes. Só neste verão, mais de 29 novos longas passaram em cerca de 2.500 salas de cinema estadunidenses. E, para o verão de 2017, a demanda tende a permanecer ainda fora de sintonia, mas já são planejadas 26 estreias.
China
Em contrapartida, o mercado chinês está crescendo cada vez mais, com receita prevista de US$ 30 bilhões até 2020, com público ultrapassando até mesmo os números dos Estados Unidos, fazendo com que este seja o maior mercado de cinema do mundo.
Segundo a pesquisa da Deloitte, Apesar do grande crescimento, muitos obstáculos jurídicos e diferenças culturais interferem na capacidade do país em exportar suas produções.
Por isso, co-produções entre a China e Estados Unidos irão intensificar-se como uma opção em que ambas as partes sairão beneficiadas. Um exemplo é a Le Vision Pictures que recentemente anunciou a contratação de Adam Goodman, ex-presidente da Paramount, para encabeçar os planos de produções com alcance global.
Além disso, em vista do olhar além do território doméstico, a China está observando outras empresas como a Disney, para planejar estratégias de renda além das bilheterias. Assim, muitas companhias como Huayi Brothers e Enlight Media estão investindo em parques temáticos, brinquedos, livros e videogames a fim de obter outras fontes de renda.
Disney
Em território asiático, mas em outro país, a empresa norte-americana está cessando suas filmagens na Índia. Após diversos fracassos de produções locais como Mohenjo Daro, que teve gastos de US$ 15 milhões, mas que embolsou apenas US$ 8,5 milhões, e Fitoor produzido com US$ 10 milhões, mas que teve renda de US$ 3 milhões, a Disney anunciou que agora investirá na distribuição de seus filmes feitos em Hollywood na Índia.
“Nós periodicamente revemos e realinhamos nossas prioridades de negócios em resposta à evolução dinâmica do mercado. Em vista dos desafios com o atual modelo econômico para investir na indústria cinematográfica local, temos a intenção de mudar o foco da nossa estratégia para dirigir nossos filmes de Hollywood para a Índia”, afirmou um porta-voz da Disney no país para a revista Variety.
Um bom exemplo de produção hollywoodiana com grande sucesso na Índia foi Mogli: O Menino Lobo, em 2016, embolsando no total US$ 27 milhões.
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