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16 Maio 2016 | Fábio Guedes

Instituições de ensino precisam se adaptar às transformações tecnológicas da produção audiovisual

Debate realizado na Cinemateca discutiu a relação entre as instituições de ensino e os estudantes de cinema diante do cenário digital

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(Foto: Semana ABC 2016)

Com a evolução tecnológica e a consequente profusão de aparatos digitais na produção cinematográfica, é necessário que as instituições de ensino se adaptem para oferecer aos estudantes de cinema um ambiente propício ao uso dessas ferramentas em seu processo de formação.

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Este foi um dos principais aspectos discutidos na última sexta-feira (13-05) na Cinemateca, no painel “Educação - As instituições de cinema e os estudantes”, como parte da Semana ABC, realizada pela Associação Brasileira de Cinematografia.

Diante de uma plateia formada majoritariamente por estudantes de cinema, a técnica de som e professora da FAAP Tide Borges iniciou o debate destacando que o maior desafio atualmente é oferecer aos jovens a possibilidade de aprender na prática, dentro da universidade, diversas situações que lhes serão úteis em sua vida profissional.

“Os erros fazem parte do processo de aprendizado. Mas quando se está trabalhando com um mestre, eles muitas vezes podem ser evitados”, assinalou.

Com mais de 30 anos de experiência atuando em várias mídias, a montadora e editora Regina Dias apontou em seguida a necessidade de os profissionais mais experientes compartilharem seus conhecimentos com os que estão iniciando a carreira.

Para isso, propôs a criação de uma série de aulas-palestras similares ao TED norte-americano, a fim de que os expoentes da profissão possam disponibilizar na nuvem experiências contadas para múltiplos alunos e escolas.

“Hoje é impossível o conhecimento exponencial caber numa sala ou numa só instituição”, constatou.

O professor da FAAP André Fratti Costa, por sua vez, ressaltou as dificuldades encontradas pelas universidades para acompanhar as transformações tecnológicas que têm impactado diretamente o processo de produção.

Na sua avaliação, a grande novidade na produção audiovisual nestes últimos anos está nos vídeos amadores produzidos para mídias sociais, como o YouTube e o Facebook, que se utilizam de um processo de criação totalmente diferente daquele pregado nas instituições de ensino.

“As universidades incentivam muito a departamentalização, que é necessária para o mercado, mas é importante também que formemos profissionais com uma relação mais íntima e amorosa com a imagem”, analisou.

Avaliação semelhante fez o coordenador do Curso Filmworks da AIC, Martin Eikmeier, para quem muitas vezes é necessário “dar um passo atrás” em relação à tecnologia e dedicar-se com afinco à construção da narrativa.

“Quando filmam 30 vezes para valer uma, sinto como estivessem numa prova de múltipla escolha e não soubessem nada”, criticou.

O debate foi mediado pelo diretor de fotografia e professor André Moncaio, que reforçou o importante papel assumido pelo celular nas produções audiovisuais. “Hoje os smartphones podem ser, ao mesmo tempo, a câmera, o software de edição e a sala de projeção”, ressaltou.

Leia mais sobre a relação academia x mercado na reportagem da edição 13 da Revista Exibidor

A Semana ABC contou ainda com mesas sobre Realidade Virtual, Novidades do NAB Show, além de edição, montagem e direção de arte. Todos os vídeos dos encontros estão disponíveis online. 

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