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14 Março 2016 | Roberto Cunha

ANCINE demonstra otimismo no RioContentMarket 2016

1º dia também contou com lançamento de livro em parceria com a LATC

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(Foto: ANCINE)

Ocorrido entre 9 e 11 de março, o RioContentMarket contou com uma série de apresentações e debates sobre o mercado audiovisual brasileiro. Uma delas foi a de Manoel Rangel com a pauta 2016 da ANCINE já no primeiro dia do encontro. O Portal Exibidor esteva lá para conferir e trazer para vocês um panorama. O encontro também contou com o lançamento de mais um livro em parceria com a LATC, além de outras novidades. Confira:

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ANCINE 2016 - Otimismo diante da crise

Diretor-presidente da ANCINE, Manoel Rangel agradeceu ao trabalho de todos do setor audiovisual brasileiro pelos resultados obtidos nos últimos anos. Segundo ele, a economia do setor cresceu entre 2007 e 2013, 8% ao ano em média, e por sete anos consecutivos. Em 2015, lembrou que o Brasil superou a marca de três mil salas, lançou 128 filmes nacionais e teve mais de 170 milhões de bilhetes vendidos, o que representa cerca de 17% de crescimento nas bilheterias.

Lembrou que a publicidade também cresceu (38%) devido a digitalização das salas que alcança 95% do total e que 2016 teve o melhor janeiro, o melhor fevereiro e, provavelmente, terá o melhor março da série histórica, desde o final dos anos 1970. Rangel destacou que nos dois primeiros meses deste ano foram vendidos mais ingressos do que o primeiro trimestre de 2015, que já tinha sido ótimo na curva de desenvolvimento de salas de cinema.

“Continuamos produzindo obras audiovisuais por todo país com muita intensidade, ainda que saibamos que é difícil trabalhar com um cenário de crise que o país vive. O setor é um dos polos de otimismo do país”, disse o executivo. E voltou a falar da sua surpresa sobre a ação do Sinditele Brasil, em fevereiro, que isentava as teles do recolhimento da Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional (Condecine), na Justiça Federal: “Nós vamos ganhar essa ação judicial. Eu acredito na sensibilidade dos executivos das empresas de telefonia. Eles saberão preservar as conquistas coletivas obtidas com a Lei 12.485”.

Sobre 2016, Rangel afirmou que darão continuidade plena ao programa Brasil de Todas as Telas – Ano 2 e que pretende lançar, em maio, o ano 3 do programa. Ao mesmo tempo, disse ele, seguirão com o Ancince Mais Simples, perseguindo uma melhor eficiência da agência. “Nós entendemos que nossa atividade está madura para começar um outro ciclo de aperfeiçaomento do arranjo regulatório da política de direitos do setor audiovisual”. Até o fim de 2016, afirmou, esperamos ver a Ancine 100% digital, o que facilitará o relacionamento de todos com a agência e dará mais agilidade a nossa operação. Também em 2016, disse que será implementado um sistema de controle de bilheteria nas salas de cinema, além dos mecanismos de acessibilidade nestes locais.

Ao falar que o mercado de VOD amadureceu e se consolidou, frisou ser ainda um segmento pouco transparente. Segundo ele, em 2015, os usuários de VOD (82%) superaram os espectadores da TV aberta (73%), citando dados da Mobile Media Association e Opera Media Works. Para Rangel, a construção do marco regulatório do serviço de vídeo por demanda será um debate estratégico e de maior intensidade em 2016. “Exige de nós uma iniciativa rápida no sentido do arranjo regulatório. O vídeo por demanda é a nova fronteira de expansão dos serviços audiovisuais num mundo que é cada vez mais banda larga.”

E ressaltou ainda que existem desafios importantes nesse processo, como garantir segurança jurídica para os provedores e estimular o desenvolvimento do serviço. “Precisamos corrigir distorções tributárias, vincularmos a legislação brasileira e dar transparência as informações do setor. É preciso assegurar o espaço da produção brasileira e da produção independente. Nós queremos ver obras de todo o mundo, mas nós queremos ver que os filmes e séries brasileiras também tenham aí o seu lugar e possam chegar aos brasileiros e cidadãos do mundo”. Dono de uma oratória inquestionável, arrancou aplausos ao responder um questionamento de um representante dos produtores de filmes de publicidade, que buscava obter alguma forma de subsídio para sua área, fosse através de renúncia ou fundo setorial. “É melhor ser claro e explícito. Os anunciantes deverão investir seu capital próprio em conteúdos de marca. E ponto. Os recursos públicos, sejam eles de incentivo fiscal ou do fundo setorial do audiovisual, devem ser canalizados para a produção de conteúdo que trabalhe a perspectiva de entretenimento [...] em estreita sintonia com a sua dimensão cultural”, finalizou Manoel Rangel.

 

Lançamento do livro “Cinema, Televisão E Mídia Digital No Brasil: Uma Indústria Em Expansão”

O encontro marcado para pontuar o lançamento do livro “Cinema, Televisão E Mídia Digital No Brasil: Uma Indústria Em Expansão” foi um sucesso. Chamado para fazer a abertura, Fábio de Sá Cesnik, sócio da Cesnik Quintino e Salinas Advogados não escondeu a alegria de ver a sala cheia e brincou que o evento deveria ter sido marcado para um outro ambiente maior.

Lembrou que o escritório dele começou a realizar publicações em conjunto com a LATC (Latin American Trainning Center), de Steve Solot, em 2009. A ideia é aprimorar as publicações, como essa agora bilíngue, com um apanhado sucinto e direto para aquele que quer ter uma visão geral do mercado audiovisual brasileiro. Solot frisou que a LATC publica livros técnicos e não técnicos, com o objetivo de explicar o mercado brasileiro para o mercado internacional.

Segundo ele, como os artigos foram escritos por nomes conceituados, de vários setores, produtores e investidores brasileiros também tirarão proveito porque são textos recentes e de autores/players importantes. Avisou que em abril será lançado no formato impresso e também como e-book na Amazon, salientando a importância da participação da RioFilme e SpCine no projeto.

Mariana Ribas, diretora-presidente da RioFilme, foi enfática sobre o projeto: “A gente não poderia ter ficado de fora. É importante ter uma ferramente como essa. Funciona como uma bíblia para toda a cadeia da indústria audiovisual brasileira conhecer como funciona, por exemplo, as políticas e ferramentas de financiamento aqui no Brasil”.

A executiva fez questão de salientar que não existe rixa nenhuma entre as entidades, de Rio e São Paulo, e que tentarão, inclusive, fazer algo juntos. Alfredo Manevy, diretor-presidente da Spcine, comemorou fazer parte desse grupo após pouco mais de um ano de existência e não só confirmou como adiantou que existem conversas sobre projetos cofinanciados pelas duas entidades, não só no cinema como na televisão. Sobre o livro, disse que a sala cheia era o maior indicativo de sua relevância: “Pensar mercado hoje é muito diferente de pensar mercado cinco, dez anos atrás. Essa realidade é mutante. Quem disser que sabe tudo, certamente, não compreende tudo que está acontecendo”.

Filme B+

Criado há cerca de 18 anos, pelas mãos do cineasta Paulo Sérgio Almeida com a colaboração do jornalista Pedro Butcher, o site Filme B, focado no mercado de cinema apresentou a revista FILME B+. Ela chega como resposta à evolução do mercado, que comporta outras telas, com o avanço das TVs por assinatura, da consolidação do VOD, entre outras novidades, e a capa da nova edição, distribuída no local, mostrava isso ao destacar o fenômeno do Youtube. Além disso, foi mostrada a navegação e as funcionalidades do site, que proporciona ao assinante, por exemplo, receber no e-mail ou celular, todas as sextas, sábados e domingos, informações dos filmes em cartaz  e sempre com a possibilidade de relatórios customizados. 

 

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