19 Fevereiro 2016 | Natalí Alencar
Centro de entretenimento viabiliza cinema em Balsas (Maranhão)
Modelo de negócios comemora sucesso em seis meses de atividades
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Manter um cinema no interior do Brasil pode ser um desafio tanto pelo investimento necessário para sua abertura ou digitalização, quanto pelas dificuldades de manter uma boa rentabilidade.
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Em algumas regiões, o fato de não haver cinemas em cidades próximas auxilia o exibidor nessa tarefa como no caso da reinauguração do Cine + Arte Tanópolis, em Montenegro (RS). Mas existem também outros modelos de negócios possíveis como é o caso do PlayCine, um complexo de exibição inaugurado no centro de entretenimento PlayTime em julho do ano passado na cidade de Balsas, sul do Estado do Maranhão. O cinema é totalmente digitalizado, possui duas salas em formato stadium e capacidade total para 200 espectadores. Uma das salas ainda tem tecnologia para exibição 3D.
Com um custo total de R$ 5,5 milhões, o PlayTime completa agora seis meses de funcionamento e conta com quatro pistas de boliche, uma área de alimentação com espaço para até quatro restaurantes que já conta com uma unidade da rede Giraffas, um quiosque Brahma, um pub e, claro, um cinema. “Foi muito gratificante abrir o espaço, estamos completando seis meses e dá para dizer que não estamos sentindo a crise", comenta Sérgio Tischler, um dos dois sócios que abriram o mini-shopping na cidade com pouco mais de 100 mil habitantes.
Para o executivo, o PlayTime tem a missão de ser uma opção de lazer e entretenimento para o interior do Estado maranhense. Tischler explica que as cidades mais próximas de Balsas que têm cinema, por exemplo, ficam em média a 400km como é o caso do município de Imperatriz.
“Balsas é um centro econômico aqui da região do sul do Maranhão que é ligada ao agronegócio. Como não havia opção para lazer além do turismo ecológico, surgiu a ideia de montar esse mini-shopping porque o cinema de rua talvez não daria certo, mas agregado a esses outros negócios acabou sendo bem-sucedido", destaca. Em relação ao público, o centro de entretenimento como um todo passou a ser frequentado principalmente por jovens entre 15 e 18 anos devido a questões como a própria novidade do espaço, o ar condicionado e infraestrutura em geral, bem como pela segurança.
O cinema conta também com vendas online de ingressos junto à Consciência e pretende, em breve, instalar um totem de autoatendimento em um mercado local com bastante volume de público para incentivar a compra de ingressos. A intenção seria de combater o preconceito da população local que acredita que o cinema seria um lazer caro e, dessa maneira, criar uma “cultura do cinema" na cidade.
“Se você tiver um bom atendimento, bons produtos na bombonière e um preço acessível, acredito que o preconceito não vire um problema. O que vale mesmo é o trabalho da gestão de vender o cinema para o público e fazer parcerias", defende. De acordo com o executivo, nos últimos meses as salas do PlayCine têm registrado uma média de ocupação de 65% e, fora as sessões comerciais, já recebeu pelo menos oito sessões voltadas a entidades que atendem populações carentes.
Ajuda de vários lados
Sérgio Tischler apontou também que recebeu o apoio do mercado durante a primeira e a segunda Expocine, realizadas em 2014 e 2015. “Eu conversei com pessoas na convenção que têm cinema de rua e vi a dificuldade que esse pessoal tem de manter o cinema", explica o executivo que afirma ter sido também benéfico o contato com fornecedores durante o evento.
Além disso, o executivo conta ter recebido apoio da ANCINE e da integradora Quanta DGT para a digitalização do complexo por meio da adesão ao VPF.
Próximos passos
Hoje o PlayTime emprega 70 pessoas e, entre os próximos desafios que Tischler lista para o PlayCine, está a inscrição para o Prêmio Adicional de Renda - PAR da ANCINE e a continuação os estudos de viabilidade desse modelo de negócios em outras regiões do interior do Brasil.
Veja as fotos do cinema e do centro de entretenimento.
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