14 Setembro 2015 | Janaina Pereira
Brasil vence em Mostra do Festival de Veneza e mercado reage de forma positiva
Jornalistas, críticos, exibidores e distribuidores que acompanharam o Festival receberam com bons olhos o prêmio à produção brasileira
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O cinema brasileiro esteve presente com força no Festival de Veneza, que este ano chegou à sua edição 72. O festival de cinema mais antigo do mundo, realizado entre 2 e 12 de setembro na cidade italiana, não privilegiou o cinema nacional nos últimos anos, mas, dessa vez, abriu passagem para três produções: os longas Mate-me Por Favor, de Anita Rocha da Silveira, e Boi Neon, de Gabriel Mascaro, e o curta, Tarântula, de Aly Muritiba, que concorreram na Mostra Horizontes, a segunda mais importante do Festival. Mascaro, que conquistou público e crítica ao longo do Festival, ganhou o Grande Prêmio do Júri. O longa, que terá sua primeira exibição no Brasil durante o Festival do Rio em outubro, é um drama sobre um vaqueiro e sua família.
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A premiação de Mascaro veio em um ano onde o Brasil já havia sido premiado em outro festival importante, o de Berlim com Que Horas Ela Volta? (que vai ser o representante brasileiro a uma vaga no Oscar 2016), de Anna Muylaert. Jornalistas, críticos, exibidores e distribuidores que acompanharam o Festival de Veneza receberam com bons olhos o prêmio a Boi Neon. Para o crítico italiano Marcello Strombieri, participar de festivais torna o mercado brasileiro mais visível internacionalmente.
“Acho que o Brasil voltou a apresentar filmes interessantes ao mercado. E as distribuidoras e os exibidores estão de olho nisso. Acho que os cineastas brasileiros devem aproveitar esse bom momento e o país em si deve procurar investir em enviar seus filmes aos festivais”, comenta.
Para o produtor espanhol Martin Samper, responsável pelo filme The Long Way Home, o mercado brasileiro está em alta. “O Brasil é sem dúvida um dos principais países em que gostaríamos de ser distribuídos porque o mercado brasileiro é com certeza um dos mais importantes e crescentes nos últimos anos. Além disso, as produções brasileiras possuem muitas vezes propostas ousadas e achamos que o público brasileiro poderia reconhecer isso no nosso filme”, revela Samper.
Segundo Cristiano Mortionni, representante de uma rede de exibidores italianas, ainda há uma dificuldade muito grande para os filmes brasileiros entrarem no mercado, mais por conta de uma resistência europeia. “Ainda temos dificuldades com alguns temas que são latinos, mas acho que, cada vez mais, o cinema brasileiro está se tornando universal”.
Veja as fotos do Festival de Veneza 2015.
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