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04 Dezembro 2024 | Redação

Com mensagens de amor e superação, "Inexplicável" foge do clichê religioso para conquistar o público brasileiro

Portal Exibidor conversou com o diretor Fabrício Bittar e o ator Eriberto Leão sobre as expectativas para o filme que chega amanhã aos cinemas

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(Foto: Divulgação)

Inexplicável (Clube Filmes/Cinecolor Films Brasil) estreia amanhã (5) nos cinemas tentando dar sequência no ano positivo para as produções nacionais, que viu Minha Irmã e Eu (Downtown/Paris), Os Farofeiros 2 (Downtown/Paris) e Ainda Estou Aqui (Sony), por exemplo, fazerem bilheterias extremamente satisfatórias. O filme dirigido por Fabrício Bittar é baseado em uma história real e conta a trajetória de recuperação do menino Gabriel Paredes, que, nas palavras dos próprios médicos, foi "um milagre de Deus".

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Apesar de a família viver a experiência de cura através da fé no filme, o ator Eriberto Leão, que dá vida a Marcus, pai de Gabriel, destaca que a produção consegue fugir do "clichê religioso". Para ele, se apoiando em mensagens de amor e superação, Inexplicável tem potencial para se colocar ao lado das produções brasileiras citadas anteriormente.

"Penso que ‘Inexplicável’ chega para completar esse momento extremamente positivo do cinema brasileiro em um nicho que ainda não foi ocupado. Você pode chamar de ‘faith movie’, que é um filme de fé, mas ele é muito mais do que isso. É um filme sobre amor, família, superação e sobre o maior enfrentamento que uma família pode ter. O filme tem um final feliz e é uma história real, então esse milagre se faz no jovem Gabriel, que hoje está com seus 18, 19 anos firme e forte cursando engenharia elétrica em João Pessoa, e retrata a luta dessa família que teve seus momentos de ceticismo e desesperança, mas que conseguiu com fé e muita vontade de acreditar no impossível e alcançar esse impossível. É um filme inexplicável porque a ciência não consegue explicar e é um fato real, mas não é um filme que transita na religiosidade clichê de maneira nenhuma. ‘Inexplicável’ transita na força do amor e é um roteiro muito bem escrito e muito bem realizado", destacou.

A história é baseada no livro "O Menino que Queria Jogar Futebol: Uma História de Fé e Superação", de Phelipe Caldas, e mostra a luta de Gabriel Paredes, um garoto apaixonado por futebol e que aos 8 anos foi diagnosticado com uma doença gravíssima. Diante da situação, os pais do menino, Yanna (Letícia Spiller) e Marcus (Eriberto Leão), precisam encontrar forças e ter muita fé para encarar as complicações da doença.

O longa, inclusive, já teve algumas exibições em sessões especiais e, de acordo com o diretor Fabrício Bittar, a recepção positiva do público eleva as expectativas para a estreia. "Lançar um filme é sempre muito difícil, ainda mais em um período do ano tão concorrido e que a gente tem grandes lançamentos. A nossa expectativa é que o filme encontre seu público e a gente está muito feliz e satisfeito com as respostas das pessoas que estão assistindo o filme em sessões especiais. Esperamos que o público tenha o melhor resultado possível nos cinemas", disse.

Além de uma expectativa positiva para o lançamento, o diretor também destacou a importância de o filme ser assistido nos cinemas, sobretudo pela experiência coletiva de poder compartilhar o momento com outras pessoas. "Eu amo a experiência das telas de cinema e sou completamente vidrado em assistir um filme na tela grande, na sala escura e na presença de outras pessoas. Acho que esse é um motivo muito importante para que as pessoas assistam no cinema, porque no cinema você compartilha com estranhos essa experiência. [...] Em um momento em que estamos com nossa atenção em tantas outras coisas, poder parar e focar durante um tempo prestando atenção, se emocionando e se envolvendo com um filme, é um momento muito especial que a pessoa pode ter no seu dia", afirmou. "O cinema nacional é o espelho da alma brasileira e, quando rodamos um filme, nós rodamos para ele ser visto na tela grande. É claro que vai poder ser visto e muito bem visto em casa, mas nada substitui a experiência de você entrar em uma sala escura com uma tela gigante para assistir uma história muito bem contada, realizada e pensada para ser vista dessa forma", completou Leão sobre a experiência de assistir um filme nas salas escuras.

Mas além da história, da direção, das atuações e do bom momento do cinema nacional citado no início do texto, um outro fator também aumenta as expectativas para que Inexplicável seja um sucesso de bilheteria. No início do mês de novembro ,o Portal Exibidor destacou o recente sucesso de filmes com a temática religiosa no Brasil e, como alguns exemplos, podemos citar A Forja (Paris Filmes), Nosso Lar 2: Os Mensageiros (Disney) e Som da Liberdade (Paris Filmes). Para Bittar, entretanto, esse sucesso apenas é possível pelo conteúdo dos filmes e das histórias, fazendo com que as pessoas de certa forma se identifiquem.

"Em primeiro lugar, acho que todo mundo está em busca de uma grande história, independente do gênero ou tema do filme. As pessoas querem uma grande história. Coincidentemente a gente vem tendo um resultado positivo dos filmes de fé e religiosos porque a sociedade de alguma forma está buscando isso. Acho que quando temas são recorrentes no cinema ou na literatura, eles são anseios da sociedade. De certa maneira, o artista vai observando o que vai acontecendo, e ele também faz parte da sociedade e está inserido nisso, então é natural que o artista consiga ou queira tratar de temas que a sociedade também esteja interessada", destacou.

Por fim, Leão também citou a espiritualidade do povo brasileiro como forma de explicar o sucesso recente de filmes religiosos. "O Brasil é um país que tem uma espiritualidade intrínseca, antiga, constante e perene. Não há como negarmos que o Brasil é um país extremamente espiritual e nós temos praticamente todas as religiões do mundo aqui. O brasileiro é espiritualizado e busca a espiritualidade através ou não da religiosidade. Isso faz parte de um anseio do povo brasileiro e é uma busca legítima e verdadeira. ‘Inexplicável’ entra de uma forma singular nesse contexto porque não aborda especificamente uma religião, é um filme que cada religião vai se identificar nele porque fala sobre fé e não aponta para uma religião específica. Acho que isso transforma ‘Inexplicável’ em um filme com potencial gigantesco de cair no gosto e conquistar o coração do povo brasileiro, que é esse povo cheio de fé", finalizou.

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