02 Dezembro 2024 | Yuri Codogno
Conselho de Preservação do Patrimônio da Cidade avalia pedido para demolir Anexo do Espaço Augusta de Cinema
Solicitação é da incorporadora Vila 11, dona do imóvel
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O Conpresp (Conselho de Preservação do Patrimônio da Cidade) está em processo de análise do pedido da construtora e incorporadora Vila 11 para a demolição Anexo do Espaço Augusta de Cinema, local que fica em frente ao complexo principal e conta com as salas 4 e 5 de exibição. A atualização é mais um capítulo do imbróglio que perdura desde 2022 e que, além das salas, envolve a demolição do prestigiado Café Fellini. Ainda no ano passado, o cinema chegou a anunciar o fechamento do anexo no início de 2023, mas conseguiu se manter em atividade. As informações são da Folha de S.Paulo.
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Vale lembrar que até maio deste ano o Espaço Augusta pertencia à rede Itaú, que vendeu seus cinemas para o Cinesystem. Apenas o complexo da Avenida Augusta (incluindo seu anexo) não foram para a Cinesystem, ficando a cargo da administração de Adhemar de Oliveira, gestor do Grupo Espaço Cinema.
Entre 2022 e 2023, houve uma mobilização do Ministério Público de São Paulo para que a Conpresp pudesse enquadrar o lugar como Zona Especial de Preservação Cultural - Área de Proteção Cultural (ZEPEC). Assim, a possibilidade de tombamento do espaço pelo seu valor cultural garantiu ao anexo e ao café uma proteção pelo menos provisória para seguir funcionando normalmente. No total, mais de 50 mil pessoas aderiram à mobilização e assinaram um abaixo-assinado contra a demolição.
Apesar disso, no fim de 2023, o Conpresp aprovou um projeto alternativo proposto pela Vila 11 de implantação de um cinema e café no lugar da atual construção. Em julho deste ano, porém, um parecer técnico do Ministério Público ressaltou problemas, como o fato de que a integração dos espaços de convivência não é equivalente à versão original, assim como não permite atividades que costumam acontecer no espaço.
"Ao indicar que cabe a ZEPEC proteger as atividades de espaços dotados de identidade cultural e de interesse público, cujos usos e características possuem valor socialmente atribuído pela população, entende-se que as demais atividades do local devem ser preservadas, além da exibição cinematográfica, principalmente no que se trata da criação desse espaço de encontro e convívio", diz o documento do MP.
Outros problemas apontados pelo MP são: o fato de não haver comprovação da equivalência de áreas previstas para os usos do cinema e a falta de adequação das dimensões das telas de exibição, conforme as existentes no cinema original.
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