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28 Agosto 2024 | Yuri Codogno

Festival de Veneza começa hoje e presidente do júri expõe sua preocupação com o futuro do cinema

"Coringa 2" e longa de Walter Salles estão entre os 21 filmes que concorrerão ao Leão de Ouro

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(Foto: Divulgação)

O 81º Festival de Cinema de Veneza terá sua abertura oficial na noite de hoje (28), com a estreia mundial de Os Fantasmas Ainda se Divertem (Warner), de Tim Burton, e terminará no dia 7 de setembro, quando o prestigiado Leão de Ouro de melhor filme, entre outros prêmios, serão revelados durante a cerimônia de encerramento do festival. As informações são dos portais Hollywood Reporter e Deadline.

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Hoje mais cedo, entretanto, em uma breve sessão de abertura, Isabelle Huppert, ícone do cinema francês e presidente do júri principal da competição, subiu ao palco para compartilhar suas ideias sobre como abordará sua função no festival. 

“Por definição, os júris são subjetivos. Isso é o que os júris fazem, é por isso que eles são tão bonitos. A subjetividade significa que fizemos escolhas e escolher também significa renunciar. Todos os filmes serão assistidos profundamente deste ângulo – e isso é um prêmio por si só para esses cineastas”, explicou Hupert.

Ao lado dela no júri, estão: o diretor e roteirista americano James Gray; o diretor e roteirista britânico Andrew Haigh; a diretora, roteirista e produtora polonesa Agnieszka Holland; o diretor e roteirista brasileiro Kleber Mendonça Filho; o diretor, roteirista e produtor mauritano Abderrahmane Sissako; o diretor e roteirista italiano Giuseppe Tornatore; a diretora e roteirista alemã Julia von Heinz; e a atriz chinesa Zhang Ziyi.

Huppert também enfatizou o quão honrada estava por supervisionar o júri da competição deste ano. Mas aproveitou o espaço para falar um pouco sobre o cinema como um todo: “Estou preocupada com as coisas que preocupam todos – se o cinema pode continuar a sobreviver – porque está muito fraco agora. É muito difícil fazer um filme. Um filme não é apenas um esforço individual. É realmente algo que entregamos ao mundo. Portanto, estou preocupada se o nosso mundo ainda se conectará com as pessoas. É por isso que o Festival de Cinema de Veneza é necessário. E é por isso que estou tão feliz por estar aqui”.

Entre os filmes da seleção, dois se destacam: Coringa: Delírio a Dois, principal lançamento da Warner para o segundo semestre de 2024, e o brasileiro Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, apenas o sétimo filme do Brasil que concorre ao Leão de Ouro. Aliás, o diretor foi o último cineasta nacional que representou o país na principal categoria do Festival de Veneza.

Na história, todos os brasileiros que concorreram ao Leão de Ouro foram: Sinhá Moça, de Tom Payne e Oswaldo Sampaio (14ª edição, em 1953); A Idade da Terra, de Glauber Rocha (37ª edição, em 1980); Eles Não Usam Black-Tie, de Leon Hirszman (38ª edição, em 1981); Dedé Mamata, de Rodolfo Brandão (45ª edição, em 1988); A Ostra e o Vento, de Walter Lima Jr. (54ª edição, em 1997); e Abril Despedaçado, de Walter Salles  (58ª edição, em 2001). 

Além desses, foram três outras edições que o Brasil foi representado na categoria pelos filmes: Mãos Sangrentas, uma coprodução com a Argentina, dirigida pelo argentino Carlos Hugo Christensen (16ª edição, em 1955); Plastic City, produção chinesa com participação de Brasil, Japão e Hong Kong (65ª edição, em 2008); e Wasp Network - Rede de Espiões, produção francesa com participação de Brasil, Espanha e Bélgica (76ª edição, em 2019). 

Dessa forma, Ainda Estou Aqui é o primeiro filme nacional dirigido por um cineasta brasileiro a concorrer ao Leão de Ouro em 23 anos. 

Apesar de Beetlejuice 2 abrir o festival, o filme não está na competição oficial, que conta com os seguintes 21 longas-metragens:

  • - The Room Next Door, de Pedro Almodóvar (Espanha);
  • - Campo di Battaglia, de Gianni Amélio (Itália);
  • - Leurs Enfants Après Eux, de Ludovic Bouckherma e Zoran Boukherma (França); 
  • - The Brutalist, de Brady Corbet (Reino Unido); 
  • - The Quiet Son, de Delphine Coulin e Muriel Coulin (França); 
  • - Vermiglio, de Maura Delpero (Itália, França e Bélgica); 
  • - Sicilian Letters, de Fabio Grassadonia e Antonio Piazza (Itália e França);
  • - Queer, de Luca Guadagnino (Itália e Estados Unidos); 
  • - Love, de Dag Johan Haugerud (Noruega);
  • - April, de Dea Kulumbegashvili (Georgia, França e Itália); 
  • - The Order, de Justin Kurzel (Canadá); 
  • - Maria, de Pablo Larrain (Itália e Alemanha); 
  • - Trois Amies, de Emmanuel Mouret (França); 
  • - Kill the Jockey, de Luis Ortega (Argentina e Espanha);
  • - Coringa: Delírio a Dois, de Todd Phillips (Estados Unidos); 
  • - Babygirl, de Halina Reijn (Estados Unidos);
  • - Ainda Estou Aqui, de Walter Salles (Brasil e França);
  • - Diva Futura, de Giulia Louise Steigerwalt (Itália);
  • - Harvest, de Athina Rachel Tsangari (Reino Unido, Alemanha, Grécia, França e Estados Unidos);
  • - Youth – Homecoming, de Wang Bing (França, Luxemburgo e Holanda);
  • - Stranger Eyes, de Yeo Siew Hua (Singapura, Taiwan, França e Estados Unidos).

As outras produções estão divididas nas mostras Horizontes, Horizontes Extra, Fora de Competição (séries, documentários e filmes de ficção). A seleção completa você confere aqui.

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