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31 Julho 2024 | Redação

Produção audiovisual cai em Los Angeles depois de movimento de recuperação pós-greve

Comparação entre os respectivos trimestres de 2023 e 2024 aponta para uma estagnação na produção audiovisual, sobretudo televisão

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(Foto: Divulgação)

Depois de um momento de recuperação das produções cinematográficas e de televisão em Los Angeles, com o fim das s greves que aconteceram em Hollywood no último ano, os números voltaram a cair no último trimestre. Dados divulgados pela FilmLA apontaram que a produção geral caiu 12,4% em comparação ao mesmo trimestre do ano passado e, além disso, o total de dias de filmagem de produções está 33% abaixo da média de cinco anos.

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A FilmLA é uma agência que emite licenças para filmagens em toda a área de Los Angeles e seus números são considerados um indicador confiável das tendências gerais da produção local. Os dados abrangem todos os tipos de produção, incluindo comerciais, reality shows, séries, programas com roteiro, longas-metragens, documentários e videoclipes.

Além da estagnação da recuperação das greves, o declínio na produção foi amplamente impulsionado por uma queda de 57% em reality shows em comparação ao ano anterior. Mas, apesar da retração em Los Angeles, Philip Sokoloski, porta-voz da FilmLA, afirmou que o mundo todo passa por um momento de contração nos gastos com conteúdo e que isso já acontecia antes mesmo das greves em Hollywood. "Los Angeles não está sofrendo exclusivamente no momento. A contração nos gastos com conteúdo vai atingir todos os locais que dependem de volume de produção estável", disse.

Em Los Angeles, especificamente, no trimestre encerrado no dia 30 de junho foram registrados apenas 5.748 dias de filmagens na cidade e, para se ter uma ideia do tamanho da retração, o número representa uma queda de mais de 1.000 dias em relação ao relatório divulgado pela FilmLA no primeiro trimestre, quando foram registrados 6.823 dias de filmagens.

Os novos dados da FilmLA, inclusive, apontam que a queda nas produções não acontece apenas no setor audiovisual. A ocupação de estúdios de som também caiu para apenas 74% durante o segundo semestre de 2023, o que é considerado um número baixo tendo em vista que Los Angeles é o principal polo do mundo para estúdios de som e historicamente a ocupação sempre se manteve acima de 90%. Mas, apesar de todas as quedas, a produção com roteiro foi a exceção e se recuperou um pouco após as greves, mas ainda em um patamar abaixo dos níveis pré-greve.

Enquanto no geral as produções de televisão caíram 27,7% no período, a produção de dramas de TV aumentou 98,3% e a comédia de TV aumentou 103,6%. "De modo geral, a televisão sem roteiro é um formato pesado em locações que gera um volume significativo de permissões. O impacto no emprego da produção de realitys é menor do que na TV com roteiro, e os projetos não são elegíveis para incentivos pelo Estado da Califórnia. Continua sendo uma parte importante da economia de produção de Los Angeles", destacou Sokoloski.

Em relação às produções cinematográficas, o relatório apontou que houve uma queda de 3,3% na produção de longas-metragens, com um total de 704 dias de filmagens. A maioria dessas produções envolvia filmes independentes e foram realizadas com o auxílio do do Programa de Crédito Tributário para Cinema e TV da Califórnia, um incentivo fiscal estadual.

Por fim, o porta-voz da FilmLA afirmou que um aumento na produção no próximo trimestre é "possível, dependendo de negociações contratuais bem-sucedidas". "Se virmos novos investimentos em conteúdo, eles serão cautelosos e medidos, e os ganhos serão distribuídos globalmente", encerrou.

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