A produção cinematográfica e de televisão em Los Angeles começou a se recuperar das greves de Hollywood que aconteceram ano passado, mas ainda permanece bem abaixo dos níveis anteriores às paralisações. De acordo com os dados da FilmLA, as filmagens locais diminuíram 8,7% no primeiro trimestre de 2024, comparado com o mesmo período do ano anterior. As informações são dos portais Screen Daily, Variety e Deadline.

A FilmLA é uma agência que emite licenças para filmagens em toda a área de Los Angeles. Seus números são considerados um indicador confiável das tendências gerais da produção local. Os dados abrangem todos os tipos de produção, incluindo comerciais, reality shows, séries, programas com roteiro, longas-metragens, documentários e videoclipes.

Além da queda em relação ao ano passado, em uma comparação com a média dos primeiros trimestres dos últimos cinco anos (2019-23), os três primeiros meses de 2024 registraram um déficit ainda maior, de 20,5% no total de dias de filmagens. Mas também teve algo a se comemorar: comparado com o último trimestre do ano passado, houve um aumento de 23%. No total, janeiro, fevereiro e março deste ano registraram 6.823 dias de filmagens, levando em conta a soma de todas as produções de TV e cinema que foram gravadas no período.

“Houve um retorno muito atrasado à produção. Sabíamos que poderia levar de seis a oito semanas para a TV, e para longas-metragens poderia demorar um pouco mais. Sabemos que há uma redução, a bolha do streaming estourou. Menos episódios estão sendo encomendados dos programas que estão em produção e muitos programas foram cancelados”, disse Philip Sokoloski, porta-voz da FilmLA. 

A agência também fornece uma análise detalhada por tipo de filmagem. Em comparação ao mesmo período do ano passado, a produção de TV caiu 16,2% no primeiro trimestre deste ano - e ficou 32,8% atrás da média de cinco anos. A produção de longas-metragens, por sua vez, aumentou ligeiramente, ficando 6,6% à frente de 2023.

“Infelizmente, a produção ainda é lenta e as coisas não são mais como eram. Muitos que passaram meses sem acesso ao trabalho e à renda esperavam que as filmagens voltassem rapidamente. A produção realmente não se estabilizou até março, atendendo às nossas previsões e ficando aquém das nossas esperanças. Quando investigamos os dados da licença e examinamos o número auto-relatado de elenco e equipe presentes e trabalhando no local, encontramos evidências adicionais do atraso no retorno ao trabalho”, concluiu o presidente da FilmLA, Paul Audley.