14 Junho 2024 | Yuri Codogno
Brasil e China avançam em possível acordo de cooperação audiovisual
Países membros-fundadores do BRICS pretendem expandir suas relações comerciais
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Na última sexta-feira (9), houve um importante avanço da cooperação audiovisual entre Brasil e China. Márcio Tavares, secretário-executivo do MinC, foi ao país asiático em comemoração aos 50 anos de relações diplomáticas entre os países e realizou uma reunião com Mao Yu, vice-chefe executivo da China Film Administration. Por lá, foi debatida a importância de se estabelecer uma colaboração mais estreita e frequente entre os órgãos de audiovisual dos dois países. As informações são do portal Tela Viva.
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Segundo Mao Yu, a partir de agora a cooperação poderá avançar com base em três eixos principais: implementação de acordos de coprodução; intensificação da participação de cineastas e distribuidores nos festivais e mercados de cinema de cada país; e cooperação entre festivais.
Durante a viagem, Márcio Tavares mostrou os números do setor no Brasil, que foi o país homenageado no Festival Internacional de Cinema de Beijing, em abril deste ano. "Em 2023, foram lançados nos cinemas brasileiros 728 filmes, incluindo 273 produções brasileiras. Nós temos 3.500 salas de cinema, com crescimento médio de 5% ao ano e arrecadamos US$ 440 milhões de bilheteria em 2023", destacou.
Em um contexto amplo, a China passou por um grande desenvolvimento no setor audiovisual nos últimos 20 anos. Mao Yu contou que o número de salas de cinema saltou de mil para 14 mil no país. Segundo o executivo chinês, esse avanço é consequência de um processo de reforma e abertura do setor, como fortalecimento de parcerias com o setor privado, com foco na produção de temas nacionais. Em 2017, foi adotada a Lei de Reforma e Abertura do setor audiovisual, que visa promover a indústria cinematográfica nacional por meio de medidas regulatórias e de incentivo.
Inclusive, durante a edição deste ano do Rio2C, que aconteceu na semana passada, a China apresentou um painel em que mostrou alguns caminhos que a parceria com o Brasil pode seguir e também empresas que têm interesse em expandir seus negócios para o território brasileiro. Na ocasião, Jing Yanhui, conselheiro comercial da República Popular da China no Rio de Janeiro, comentou: “Estamos aqui no Brasil promovendo essa relação e há um entendimento mútuo que a parceria será interessante. É muito fundamental que nossos esforços de comunicação sejam muito grandes para que possamos interagir com o mercado brasileiro. Estamos recebendo muitos produtos e serviços de brasileiros em nossa cultura. Estamos também avaliando como passar os filmes brasileiros em nosso país, então estaremos aqui aptos a compartilhar nosso conhecimento com vocês”.
A matéria pode ser lida na íntegra aqui: Para além da “Diplomacia do Panda”: China pretende expandir sua participação no audiovisual brasileiro.
Na China, Mao Yu ainda explicou que o cinema passou a ser tratado como força do desenvolvimento nacional - como um soft power. O processo de abertura ao mercado internacional foi gradativo, mediante acordos de coprodução e, também, da aceitação do público às produções estrangeiras. Apesar disso, a exibição nacional ainda é predominante no território chinês, em decorrência de medidas que visam proteger a indústria local.
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