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03 Maio 2024 | Redação

Paramount divulga balanço trimestral em meio a demissões e propostas de compra

Enquanto receitas dos estúdios de cinema cresceram 3%, Bob Bakish deixou cargo de CEO e Sony formalizou proposta de compra

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(Foto: Divulgação)

A Paramount, um dos principais estúdios de cinema do mundo, passou por uma semana agitada e, para dizer o mínimo, conturbada. Após divulgar os resultados fiscais de seu primeiro trimestre de 2024, com resultados positivos, a major viu Bob Bakish deixar o cargo de CEO, e a Sony e a Apollo Global formalizarem uma proposta de US$ 26 bilhões para a aquisição da Paramount Global. As informações são do Deadline, Variety e Hollywood Reporter.

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Seguindo a linha do tempo, a semana começou com boas notícias na segunda-feira (29) quando foi divulgado o balanço do primeiro trimestre fiscal da empresa em 2024. Os estúdios cinematográficos da Paramount tiveram um aumento de 3% em suas receitas, chegando a US$ 605 milhões. Os principais responsáveis pelo sucesso foram Meninas Malvadas e Bob Marley: One Love, que arrecadaram US$ 104,4 milhões e 177,19 milhões globalmente respectivamente.

Em termos gerais, os resultados foram positivos para a Paramount em todos os seus segmentos, com uma redução de suas perdas operacionais e um aumento de 6% em suas receitas. As receitas das operações de TV da empresa, seu maior negócio, aumentaram 1%, chegando a US$ 5,2 bilhões. Grande parte desse crescimento se deve ao aumento de 14% na receita publicitária, sobretudo pelos acordos fechados para a transmissão do Super Bowl LVIII, o maior evento esportivo dos Estados Unidos.

Em relação ao Paramount+, o serviço de streaming da gigante, os números também foram positivos. Foram 3,7 milhões de novos assinantes no período, chegando a um total de 71 milhões, enquanto o prejuízo com o serviço foi reduzido para US$ 286 milhões. Para efeito de comparação, o prejuízo havia sido de US$ 511 milhões no primeiro trimestre de 2023. Com o acréscimo de quase 4 milhões de novos clientes, a receita aumentou 24%, chegando a US$ 1,87 bilhão.

Mas, apesar dos números positivos, a Paramount Global ainda registrou um prejuízo líquido de US$ 563 milhões no primeiro trimestre, o que aumenta a pressão para uma venda e mudanças na direção. Mesmo com o prejuízo, a receita geral subiu de US$ 7,26 bilhões no mesmo período do ano anterior para US$ 7,68 bilhões, o que dá sinais de que o problema para a Paramount não é com sua arrecadação, mas sim que deve gastar menos.

A pressão pelas mudanças na empresa, inclusive, começaram já durante o anúncio dos resultados financeiros. O ex-CEO Bob Bakish sequer participou do anúncio dos resultados em rápido pronunciamento da empresa que durou menos de 10 minutos e não houve espaço para perguntas. O executivo deixou o cargo depois de três décadas, mas concordou em permanecer como consultor sênior da Paramount de 1º de maio até 31 de outubro de 2024 "para ajudar a garantir uma transição perfeita de suas funções".

Durante a série de anúncios e novidades, como resultados financeiros e saída de Bakish, a Paramount também já fez o anúncio dos substitutos do executivo. Durante o anúncio do balanço trimestral, a empresa anunciou o que foi chamado de "gabinete do CEO", formado por George Cheeks, presidente e CEO da CBS; Chris McCarthy, presidente e CEO da Showtime/MTV Entertainment Studios e Paramount Media Networks; e Brian Robbins, presidente e CEO da Paramount Pictures e Nickelodeon.

Os novos executivos irão exercer o novo trabalho em colaboração com Naveen Chopra, CFO da empresa, e o conselho de administração. Shari Redstone, presidente-executivo da Paramount Global, divulgou um comunicado elogiando seu novo triunvirato e vislumbrando um futuro promissor para a Paramount. "A Paramount Global inclui ativos excepcionais e acreditamos fortemente no potencial futuro de criação de valor da empresa. Tenho uma confiança tremenda em George, Chris e Brian. Eles têm a capacidade de desenvolver e executar um novo plano estratégico e de trabalhar juntos como verdadeiros parceiros. Estou extremamente entusiasmado com o que sua liderança combinada significa para a Paramount Global e com as oportunidades que temos pela frente", disse.

Após o anúncio de sua saída, Bakish também agradeceu a Paramount e destacou, apesar das recentes dificuldades, os trabalhos realizados no streaming e sucesso de produções como, por exemplo, Top Guns: Maverick. "Fizemos os maiores shows em todo o país e no mundo, criamos filmes amados pelo público jovem e velho e produzimos os maiores eventos musicais, esportivos e muito mais que definiram a cultura. Fomos pioneiros em streaming de televisão gratuito suportado por anúncios, lançamos o serviço de streaming pago que mais cresce nos Estados Unidos e elevamos uma das marcas de entretenimento globais mais icônicas para criar a empresa que conhecemos hoje como Paramount. Fizemos tudo isso enquanto navegávamos por um momento fascinante, mas não menos desafiador, para a mídia e o entretenimento – altos e baixos econômicos, fusões e aquisições, transformação organizacional abrangente e uma pandemia global", afirmou.

E em uma semana "caótica", e cheia de novidades, os rumores de uma parceria entre Sony e Apollo Global para a aquisição da Paramount também se confirmaram. A possibilidade da formação de um grande império de mídia parece se aproximar da realidade, uma vez que ontem (2) Sony e Apollo entraram formalmente em contato com o comitê especial do conselho da Paramount pedindo para discutir uma oferta potencial de US$ 26 bilhões para aquisição da Paramount Global. Vale destacar que nos últimos meses a Skydance Media, através de seu CEO David Ellison chegou a assinar um princípio de acordo com Redstone, mas o período de negociação exclusivo se encerra hoje (3), o que pode abrir as portas para Sony e Apollo.

Apesar de Redstone e o Conselho da Paramount preferirem uma negociação com a Skydance, o mercado vê as negociações com outros olhos. Após a entrada formal da Sony e Apollo na negociação, as ações da Paramount subiram mais de 13% no mercado financeiro. Vale destacar que se a transação for confirmada, a Sony precisaria vender alguns ativos de transmissão e dividir a empresa, além de ser necessária a aprovação de órgãos reguladores para a fusão de dois estúdios gigantes de Hollywood.

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