13 Junho 2023 | Yuri Codogno
HFPA vende Globo de Ouro para os grupos DCP e Eldridge
Aquisição ocorre após anos de controvérsias na organização da premiação
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Após oito décadas, a Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPA) deixa de ser a detentora dos ativos e responsável pelo Globo de Ouro, que foi adquirido pelos grupos Dick Clark Productions (DCP) e Eldridge. Apesar de, em um primeiro momento, a premiação continuar a mesma, a partir de agora a organização passa a ser de uma empresa com fins lucrativos. Confira os detalhes!
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O Globo de Ouro foi fundado por jornalistas não-americanos em 1943 e sua primeira cerimônia aconteceu no ano seguinte, mas com as recentes ondas de controvérsias, que vão desde possíveis compras de votos a edições com baixíssimas representações de minorias sociais, não aguentou a pressão. O anúncio da compra foi realizado ontem (12) e são esperadas mudanças estruturais na organização, com alguns membros do HFPA substituídos e outros mantidos, como a presidente Helen Hoehne.
“Estamos entusiasmados em fechar esta tão esperada transação aprovada por membros e fazer a transição de uma organização liderada por nós para uma empresa comercial”, disse Hoehne em comunicado.
A Eldridge é uma investidora e holding, enquanto o DCP é uma empresa do conglomerado de mídia Penske Media Corporation, que também é dono de veículos como Variety, Rolling Stone, Deadline e The Hollywood Reporter. Além disso, a companhia também tem experiência com eventos televisionados ao vivo. Os valores não foram revelados, mas ambas adquiriram do HFPA todos os ativos, direitos e propriedades do Globo de Ouro.
“Hoje começa um marco significativo na evolução do Globo de Ouro. Meus sócios do DCP e eu somos gratos a Helen e equipe por seu compromisso com a implementação bem-sucedida de uma abordagem robusta de governança e pela expansão do corpo de votação diversificado e internacional, implementando um ambiente profissional, seguro, responsável e confiando na nova propriedade com uma nova direção para os Globos”, ressaltou Todd Boehly, presidente da Eldridge.
Por estar se transformando em uma empresa com fins lucrativos, a organização agora espera aumentar a comercialização das cerimônias. O próximo Globo de Ouro será o 81º da história e está agendado para 7 de janeiro de 2024. A nova sociedade produzirá os eventos, mas ainda busca um parceiro de transmissão, visto que o contrato de longa data entre HFPA e NBC chegou ao fim no início deste ano.
A aquisição foi considerada uma surpresa na indústria, visto que o Globo de Ouro estava trabalhando para ampliar e diversificar o corpo de votantes, com o objetivo de diminuir a desigualdade e evitar a troca de votos por presentes e viagens. Como resultado, estavam garantidos um total de 310 votantes para a próxima edição do evento, contando os 21 brasileiros. A compra, porém, passou apenas pelo crivo dos 95 membros fixos da entidade e a tendência é que os jornalistas recém-nomeados sejam mantidos.
A nova organização, aliás, planeja a criação da Fundação Globo de Ouro, que continuará as ações de filantropia e caridade da organização.
“Como administradores do Globo de Ouro, nossa missão é continuar criando a cerimônia de premiação mais dinâmica na televisão ao vivo vista em todo o mundo. Temos uma grande equipe para desenvolver esta marca icônica e cativar um novo público e o existente para celebrar o que há de melhor na televisão e no cinema”, concluiu Jay Penske, CEO, presidente e fundador da Penske Media e CEO da DCP.
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