01 Novembro 2023 | Yuri Codogno
Gênero de terror ganha espaço no pós-pandemia: "é onde os grandes medos da sociedade são projetados"
Portal Exibidor conversou com acadêmico, players da indústria e psicólogo sobre o amplo crescimento do terror nas telonas
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Esta notícia foi originalmente publicada em 26 de maio de 2023. Publicidade fechar X
Desde que houve a flexibilização da retomada dos cinemas, após a pandemia começar a perder força, até o momento atual, com o efetivo de salas se equiparando a 2019, o gênero do terror vem causando bastante frisson nos espectadores e alcançando bilheterias que satisfazem toda a cadeia audiovisual.
Indo além, talvez o terror seja o gênero cinematográfico de nicho que mais tem atraído público aos cinemas - e nós claramente estamos tirando dessa discussão os filmes-eventos, como os de herói ou os blockbusters de altíssimos orçamentos.
Usando ano passado como exemplo, tivemos os seguintes lançamentos de terror (ou de diretores consagrados no gênero) nas telonas: Órfã 2: A Origem, O Telefone Preto, Sorria, Pânico V, Não! Não Olhe!, Halloween Ends, Exorcismo Sagrado, A Luz do Demônio e O Homem do Norte. Juntos, como noticiamos no início de dezembro, venderam mais de 7,5 milhões de ingressos no Brasil, representando 8,6% de todos os tickets comercializados no ano até aquele momento em solo nacional. Isso sem considerar estreias com menores orçamentos, como Convite Maldito, Morte, Morte, Morte, X - A Marca da Morte, Men - Faces do Medo e Terrifier 2.
Mas o que explica tamanho sucesso? “O terror tem, assim como o humor, uma coisa de trazer alívio. A ficção e o filme de horror são lugares onde os grandes medos da sociedade são projetados, como morte e espiritualidade, e o cinema descobriu isso muito cedo. O cinema descobriu que é uma mimese da realidade, mas também que é uma forma de dar materialidade e de dar forma aos pesadelos”, contou Pedro Butcher, professor do curso de Cinema e Audiovisual da ESPM Rio.
O cinema, como um todo, é algo que projeta a realidade na ficção - algo como a arte copia a vida e a vida copia a arte - e por essa razão enxergamos nas telas, a partir de outras histórias ou de metáforas, aquilo que passamos no dia a dia.
Para o psicólogo Thiago Lustoza, a projeção dos medos é um fator fundamental nessa equação, com uma reciprocidade entre obra e realidade: “A vida imita a arte e existe um mistério muito grande na vida, do que ela é, do que ela não é. E, portanto, buscamos na arte uma forma de conexão com tudo que podemos sentir e pensar sobre a nossa existência, que é algo tão complexo, tão intenso. Por isso devemos também sermos bem instruídos sobre nosso funcionamento mental e sobre nossa condição humana, para que nossas conexões sejam bastante proveitosas e interativas a um modelo de vida saudável”.
Pedro segue por um caminho bastante semelhante, levando a projeção como uma questão existencial: “Porque o terror vai lidar com a morte, mas vai lidar com as metáforas e as alegorias dos medos coletivos da sociedade, de um período, como a Guerra Fria em Guerras dos Mundos e tantos outros filmes de invasores de corpos nesse período”.
Podemos citar até mesmo outros exemplos, como quando o Japão criou o Godzilla como uma consequência ao medo dos ataques nucleares (e também dos testes estadunidenses que aconteciam nas proximidades de seus mares na década seguinte e que chegou a afundar ao menos uma embarcação japonesa). Se hoje o kaiju é visto como um herói, em 1954, ano de sua primeira aparição, ela era uma mutação da radiação e destruidor do Japão, refletindo o medo do povo nipônico.
E para os dias de hoje, essa visão também segue atual. Entre 2020 e 2021, o mundo passou pelo maior horror global dos últimos anos, que foi a Covid-19. Mais do que outras doenças, guerras e genocídios, a pandemia afetou todos os continentes por igual, ceifando, no total, quase sete milhões de pessoas e só no Brasil foram mais de 700 mil vítimas. Foi um medo global que uniu culturas e ideologias.
“Talvez, especificamente falando de medos, de como o terror projeta, não tenho dúvida que essa nova onda [de gênero de terror nos cinemas] tenha a ver com a experiência da pandemia, com a experiência que a gente tenha vivido o terror, que tantos filmes já tinham retratado de alguma forma. É uma relação mais imediata de sair da pandemia e fazer uma catarse dessa experiência pelos filmes de terror”, contou Pedro.
Vinicius Pagin, Diretor Geral da Diamond Films Brasil, acrescenta outro fato à discussão: “O terror é um gênero que se reinventa com certa frequência, em seus sub-gêneros e temáticas, que muitas vezes acompanham questões contemporâneas ao seu tempo”.
Vale lembrar que a Diamond é uma distribuidora que foca bastante no terror e nos últimos anos trouxe ao Brasil diversos filmes do gênero, como o já citado Órfã 2, além de Hereditário, considerado por muitos o melhor filme de terror dos últimos anos - senão da história. Inclusive, a empresa está trabalhando para lançar Fale Comigo, uma das maiores promessas do gênero do ano, que acompanha um grupo de amigos que descobre como invocar espíritos usando uma mão embalsamada.
Mas voltando para um aspecto mais amplo, Thiago ressaltou que, pelo lado da psicologia, é sim possível fazer algumas suposições sobre a relação entre o gênero e a pandemia: "Vivemos muito a experiência de medo do cenário incerto e perigoso da pandemia por alguns anos. E de certa forma, se tornou comum termos que enfrentar esses sentimentos tão ruins e desconfortáveis e tudo que se torna comum, temos um certo apreço. Logo, produtos com esse conteúdo se tornam atraentes e isso devido à semelhança com nossa vida cotidiana”.
Com isso, temos um pós-pandemia bastante focado nos gêneros de terror e em atrair um novo tipo de público para as salas escuras. “A experiência imersiva que o cinema proporciona amplifica as sensações para filmes de todos os gêneros mas, especialmente, nos filmes de terror. Acreditamos que essa busca tem se dado também pela força dos recentes títulos lançados. São filmes que atraem não só um público já cativo para dentro das salas, como também leva para o cinema o público mais jovem que participa ativamente das redes sociais e não quer perder de jeito nenhum as conversas sobre o que está bombando no momento”, concluiu Luciana Falcão, Diretora de Marketing da Paramount Pictures Brasil.
Peculiaridades do gênero e seu público alvo
Um primeiro grande diferencial do gênero é que são filmes relativamente baratos, comparado com o resto da indústria. Sorria, da própria Paramount e que foi o principal filme de terror do ano passado, ao menos em questão de bilheteria, custou US$ 17 milhões. Outros lançamentos deste ano seguem a mesma linha: M3gan (US$ 12 milhões), Pânico VI (US$ 35 milhões), O Exorcista do Papa (US$ 18 milhões), A Morte do Demônio: A Ascensão (US$ 15 milhões) e Beau tem Medo (US$ 35 milhões), embora esse último já tenha um valor mais elevado.
Todos esses, com exceção de Beu Tem Medo, conseguiram arrecadar globalmente pelo menos quatro vezes o valor de seu orçamento, com destaque para Sorria que fez quase 13 vezes o valor que gastou.
Agora vamos comparar com os valores gastos em alguns dos blockbusters lançados este ano: Gato de Botas 2 (US$ 110 milhões), Homem-Formiga 3 (US$ 200 milhões), Creed 3 (US$ 75 milhões), Shazam 2 (US$ 125 milhões), John Wick 4 (US$ 100 milhões), Super Mario (US$ 100 milhões) e Dungeons & Dragons (US$ 150 milhões). Sem contar Guardiões da Galáxia 3 (US$ 250 milhões), Velozes e Furiosos 10 (US$ 340 milhões), A Pequena Sereia (US$ 200 milhões), esses três ainda em início de campanha.
Desses, apenas Gato de Botas 2, John Wick e Mario conseguiram arrecadar quatro vezes o valor gasto em sua produção. E com um importante detalhe: dois citados mal conseguiram cobrir o gasto, que não está considerando nem mesmo a quantia milionária para marketing e divulgação.
“O terror é um gênero que é relativamente mais barato, ele vale a pena, então tem uma relação custo-benefício interessante. Para a indústria, é um gênero que vale investir, que também gera muitas franquias. Atividade Paranormal, por exemplo, que é um ‘filhote’ da Bruxa de Blair, com aquele estilo documental e que rendeu tantos filmes e todos com um resultado bem razoável. Mesmo com o investimento em marketing, o lucro desses filmes é muito bom quando dá certo. E quando dá errado, perde-se menos, justamente por causa dessa relação do custo do filme”, comentou Pedro.
Vale citar que Atividade Paranormal é um dos maiores cases de sucesso de todos os tempos, custando apenas US$ 15 mil (além dos gastos de marketing e divulgação) e arrecadou US$ 193 milhões mundiais. Um ganho impressionante de 1.286.566,6% em relação ao seu custo - nem mesmo parecem números de cinema.
“O público é aberto à novidades e o baixo custo de produção permitem que produtores e distribuidores assumam mais riscos e abram caminhos para novos talentos da indústria, tanto na atuação quanto na direção. Empresas como a New Line Cinema, Blumhouse e a A24 se destacam, mas bons projetos estão surgindo de todos os lados, de diversas nacionalidades”, destacou Vinícius.
Inclusive, segundo Pedro, até há uma tolerância em relação às qualidades dos efeitos dos filmes de terror: “Existe uma tradição do filme B, até da graça de ver uma coisa um pouco ‘mal feita’. Então nem todos os filmes precisam ser tão convincentes nos efeitos”. Esse ano, por exemplo, tivemos O Urso do Pó Branco fazendo sucesso, assim como temos diversos slashers que muitas vezes chegam a ser cômicos de assistir.
Mas agora, se me dão licença, nesse parágrafo e no seguinte eu gostaria de falar não apenas como jornalista, mas também como roteirista e destacar, em resumo, algumas questões técnicas do roteiro de terror (que vão se conectar com o público final do gênero). Para construir o clima de terror, o filme precisa equilibrar o suspense com a surpresa. Além disso, a ambientação necessita ter destaque, prevalecendo a sensação de “não tem para onde ir” (confinamento) com o sentimento de “não tem a quem recorrer” (isolamento, que deve ser físico e especialmente social). Não menos importante, deve haver um trabalho no som ambiente, utilizando-o para aumentar a sensação de realidade, e também na ausência de som em momentos oportunos. E, por fim, um bom terror deve ser um excelente drama.
Tudo isso ajuda a criar o elemento mais necessário do terror: a tensão. Isso porque o medo e o incômodo, dois sentimentos muito experimentados durante a exibição desses filmes, são consequências da tensão que sentimos ao acompanhar aquela história e seus personagens.
Isso sempre aconteceu, mas atualmente o público entra ainda mais nessa equação. “Falando das salas de cinema, é um grande desafio frente à concorrência, do entretenimento de uma forma geral, mas principalmente e de um ponto de vista mais técnico, a chamada ‘economia da atenção’. Além de tudo, a gente tem as redes sociais disputando atenção e conquistando o público mais jovem, dificultando a possibilidade de consumir uma obra um pouco mais longa”, comentou Pedro.
Se antes não tinha para onde olhar enquanto assistimos filmes, hoje temos quase sempre conosco uma segunda tela em nossos bolsos, nos forçando a dividir a atenção. E é responsabilidade do filme nos fazer manter atenção apenas em seu conteúdo.
Entretanto nos dias de hoje o consumo é muito imediato, com apps como Instagram, TikTok, Twitter, Kwai, Youtube, entre outros, oferecendo conteúdos curtos de alta qualidade, em alta velocidade e de fácil acesso. Em um minuto é possível assistir até mesmo quatro Reels que não têm conexão entre si. Desta forma, conteúdo que prenda a atenção se faz necessário nas telonas.
“O terror tem essa capacidade de refletir o medo da sociedade contemporânea de uma forma imediata e de uma forma metafórica e essa coisa do filme ser obrigado a gerar uma tensão e fisgar a atenção do espectador, mantendo ele preso nesse fio de tensão, acho que ajuda a ser um produto muito importante para as salas de cinema”, completa Pedro.
Inclusive podemos usar Sorria como um exemplo. “Uma nova história de terror que, de fato, intrigou os espectadores. Um roteiro simples, mas inusitado, que mantém o espectador interessado até o final. É uma direção que mescla terror com suspense psicológico e traz uma tensão alimentada por um jogo de câmeras muito inteligente”, disse Luciana.
O filme, aliás, é carregado de suspense, apresenta boas surpresas e conta com uma protagonista que não tem para onde ir (confinamento, que é subvertido para o vilão sempre estando com ela) e que não tem a quem recorrer (isolamento social, já que ninguém acredita nela, de modo que ela se vê sozinha).
Sobre o público-alvo, mais exatamente, assim como o gênero ele se adapta de tempos em tempos. Atualmente é um público jovem (como os que exigem conteúdo rápido), mas também os jovens adultos. “E geracionalmente vai ter uma tendência a ter um público mais velho, porque é um gênero que tem muita fidelidade, tem uma base de fãs e tem também seus públicos contingenciais. Essa base de fãs vai envelhecendo também e tende a ser muito fiel”, disse Pedro.
“O terror é um grande guarda-chuvas que abriga diversos sub-gêneros e cada um possui um público-alvo diferente. Algumas pessoas transitam entre vários sub-gêneros, mas são projetos que atendem diferentes expectativas. O iluminado, Sexta-Feira 13 e a Bruxa de Blair são filmes de terror, mas não necessariamente conversam com o mesmo público e com isto, cada um possui uma estratégia diferente”, complementou Vinícius.
Na Paramount, por exemplo, “toda campanha é pensada a partir de um estudo que parte do roteiro do filme, das conversas que podem gerar, das referências que apresenta, do elenco e do contexto que a trama carrega. Quando se trata de uma franquia, também analisamos as últimas performances e que tipo de público acompanha aquela história”, contou Luciana.
Mas dá para ir além e usar também a psicologia para explicar um pouco sobre o público-alvo, afinal são pessoas que literalmente estão pagando para sentir medo. Assim, as razões para o alto consumo desse gênero são induzir o medo e depois o prazer de superá-lo… um treinamento para a vida.
“Existe uma interação bastante significativa entre a nossa mente e a arte e é principalmente por essas experiências induzirem estados emocionais que enfrentamos no nosso dia a dia. Por exemplo, os filmes de terror também têm essa proposta, que é nos induzir a interagir com uma das emoções mais importantes que temos: o medo. O medo é uma tecnologia do nosso sistema nervoso fundamental para a sobrevivência e uma boa adaptação ao contexto ao qual nós pertencemos. Então, diante dos filmes, induzimos essa emoção. Mas não apenas para ficar com medo sem nenhum propósito, mas para treinar o enfrentamento diante essa emoção e, ao conseguirmos elaborar bem essas reações, conseguimos desmistificar algumas questões da nossa vida e ter agora um repertório de tolerância diante delas. E após a experiência do medo, também é muito significativa a presença dos sentimentos de alívio, de um certo prazer”, explicou o psicólogo Thiago.
Porém não podemos tirar o peso da indústria, que explora o terror melhor do que outros gêneros, como conta Luciana: “é um dos gêneros mais procurados pelo público brasileiro pelas emoções diversas que cada filme pode proporcionar. Mas muitos desses títulos são fortalecidos também por campanhas de marketing que geram expectativa no grande público. Foi o caso de Sorria e Pânico VI, com ações que geraram um boca a boca capaz de atrair uma audiência engajada para os cinemas”.
O terror no passado e no presente
Existente desde o início do cinema como um representante da tragédia, o terror passou por diversas modificações, acompanhando os medos da população e adaptando-os em filmes. “Acredito que terror é um gênero que historicamente funciona, ele passa por transformações muito profundas que acompanham a história da sociedade ocidental. Depois da Segunda Guerra Mundial, que explode a bomba atômica, não é igual ao terror que era feito antes. Se for ver o Nosferatu da Era Silenciosa, ele tem uma coisa quase ingênua, quase melodramática; Frankenstein gerava muita pena, em solidariedade, apesar da figura monstruosa. Depois da bomba atômica e do Vietnã, por exemplo, em que a violência da guerra ficou muito explícita, o terror passou a refletir isso”, disse Pedro ao resumir a história do terror no cinema.
Usando a fala dele como exemplo, é possível perceber diferentes picos do gênero, que de tempos em tempos voltam a ficar em alta no cenário mundial. Se nas décadas de 1970 e 1980 tivemos Alien - O Oitavo Passageiro, O Exorcista e a origem de alguns slashers, como Halloween - A Noite do Terror e o Massacre da Serra Elétrica, como possíveis maiores influentes de terror de uma geração, hoje temos filmes do gênero que nos pegam mais pelo psicológico, como os longas de Ari Aster, (Hereditário, Midsommar e Beau Tem Medo) Robert Eggers (A Bruxa, O Farol e o Homem do Norte) e Jordan Peele (Corra!, Nós e Não! Não Olhe!), além do cineasta e produtor James Wan (Jogos Mortais, Annabelle e Maligno), que foca bastante no gore.
Esses nomes, inclusive, são o significado de uma inovação para o gênero e se tornaram quase que uma marca dentro do cinema. Pessoas vão assistir aos filmes desses cineastas apenas pelo nome que eles carregam, mesmo oferecendo produções totalmente diferentes entre si.
Mas para Pedro, é importante também destacar a A24 nesse processo: “Uma produtora que trabalha com filme de prestígio, mas também trabalha com filme de terror e que deu essa cara de prestígio para os filmes de terror. Ela é um selo reconhecido, que tem sua base de fãs. São os melhores exemplos de que esse é um gênero que se renova mais do que outro”.
Com o passar do tempo, algo que se tornou comum no gênero é a reunião de amigos ou família para assistir ao filme. O cinema por si só é um espaço coletivo para isso, mas o terror, assim como a comédia, são gêneros que costumam levantar reações em grupo: de um lado os risos, de outro os sustos e o medo.
Com isso, acadêmicos e cineastas concordam que o terror é buscado sempre em conjunto: “Todo fã tem um mesmo mantra: terror é para ser visto em grupo e não há lugar melhor para ter esta experiência do que em uma sala de cinema. Dividir o susto, a tensão e a catarse dos filmes com um grupo de pessoas não tem paralelo em casa, nem que seja simplesmente por medo de assistir sozinho”. E Pedro complementa: “Mesmo em casa, é um gênero que junta amigos, que junta família às vezes e temos várias gerações que gostam de terror. Mesmo no consumo doméstico é uma obra que é consumida coletivamente”, afirmou Vinícius.
Apesar disso, ainda é cedo para descobrir qual é o grande diferencial entre o atual pico de terror com o que tivemos em décadas passadas. “Estamos vivendo um momento mais diversificado e talvez precisamos de um pouco mais de distância para entender se houve alguma mudança no estilo”, disse Pedro.
Futuro da Diamond e Paramount no terror
“Estou otimista com o mercado e a sua recuperação, mas sei também dos nossos desafios com a concorrência de muitos títulos de forte repercussão. Vamos trabalhar para contribuir com os resultados dos exibidores, oferecendo opções relevantes e inovadores, mantendo a pluralidade de gêneros, temáticas e públicos que é característica da empresa. Sobre o terror, [o público e a indústria] podem contar com ele. Nossa maior aposta deste ano é Fale Comigo, que tem estreia programada para agosto e promete surpreender. O filme será distribuído pela A24 nos Estados Unidos e fez sucesso nos festivais internacionais, além de ter atualmente 97% de aprovação no Rotten Tomatoes. Sabemos do potencial do título e já demos início a uma campanha robusta e de alto investimento, criativo e financeiro. Outras ótimas novidades do gênero para o ano são: O Demônio dos Mares, The Queen Mary e All Fun and Games, que vão completar uma seleção de 6 filmes de terror apenas em 2023, já com os lançamentos de 13 Exorcismos” e O Nascimento do Mal”, contou Vinícius.
“Para o futuro, a Paramount busca continuar com um portfólio completo e diversificado, com lançamentos pensados para todos os públicos. Todos os títulos sempre pensados para a experiência imersiva do cinema, pois uma de nossas principais missões é, de fato, cultivar o hábito do consumidor, tanto jovem quanto adulto, de perceber o cinema como uma forma importante de entretenimento. Nos próximos meses entram em cartaz Transformers: O Despertar das Feras, Missão: Impossível - Acerto de Contas Parte 1, As Tartarugas Ninjas: Caos Mutante e um novo filme da franquia Patrulha Canina. Especificamente para os fãs de terror e suspense, em 2024 temos um novo longa da franquia Um Lugar Silencioso, com Lupita Nyong’o e Joseph Quinn no elenco. E também teremos a sequência de Sorria”, disse Luciana.
Sobre os filmes de terror, a Exibidor torce para que cada vez mais bons lançamentos entrem em cartaz (assim como de outros gêneros), fortalecendo a indústria. E quanto a mim, jornalista que escreveu e assina essa matéria, se eu pudesse mandar uma mensagem para o Yuri recém-formado em roteiro, seria: “você estava certo sobre o futuro do gênero! Pena que foi trouxa e não escreveu as histórias que tinha em mente”.
Mas assim como todos, estamos felizes em ver o cinema prosperando novamente, especialmente com diferentes gêneros ganhando espaço.
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