14 Outubro 2022 | Renata Vomero
Maior estreia da Diamond Films Brasil, "Órfã 2: A Origem" é "fruto de um esforço coletivo"
Produção já atraiu mais de 2 milhões de espectadores nas quatro semanas em cartaz
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Depois de mais de dez anos do sucesso de A Órfã (2009), a sequência que conta a origem da assustadora vilã ganhou as telonas em 15 de setembro pelas mãos de Diamond Films Brasil. Órfã 2: A Origem estreou na liderança da bilheteria brasileira e vem somando ótimos números para a distribuidora e o mercado.
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Com mais de 2 milhões de espectadores em suas quatro semanas em cartaz, a sequência também se consolida como o filme independente mais visto de 2022, 6ª maior abertura do ano e também 6ª maior estreia de terror de todos os tempos no Brasil. Tudo isso também deu à Diamond a sua maior estreia da história no país.
“Um fenômeno como Órfã 2 é fruto de um esforço coletivo. Sabíamos do potencial do título, que já estava no imaginário dos brasileiros desde 2009, e nossa aposta se comprovou desde os primeiros anúncios. O crescente interesse espontâneo do público reforçou a importância de curadoria e campanha assertivas, princípios de todos os trabalhos realizados pela equipe da Diamond Films. Além disso, contamos com um apoio excelente dos exibidores, fator crucial para conquistar cada vez mais públicos”, comentou Gabriel Gurman, diretor geral da Diamond Films Brasil e CEO da Galeria Distribuidora.
O filme chegou aos cinemas na mesma semana que mais de 90% das redes exibidoras se uniram em uma ação organizada pela FENEEC e Abraplex para oferecer ingressos em valores promocionais ao público, garantindo um crescimento de mais de 100% na frequência das salas escuras no fim de semana da ação promocional, que aconteceu de 15 a 21 de setembro, a semana toda contou com aumento de quase 300% de público no período.
“Essa semana foi muito importante para constatar o quanto o mercado ainda é sensível a preço. No entanto, o sucesso, tanto da promoção, quanto da bilheteria do filme, se dá pelo tripé: preço barato, filme novo/bom e para um perfil jovem mais popular (público que é naturalmente mais sensível a preço)”, explicou Valdinei Strapasson, gerente de programação do Cinesystem.
A Órfa 2 atraiu 864,1 mil espectadores em sua abertura que coincidiu com a campanha feita pelos exibidores. No entanto, o longa se aproveitou do boca a boca e desta visibilidade para garantir os excelentes números que trouxe ao mercado e à distribuidora nas semanas seguintes. Tudo isso se soma à massiva campanha do filme, ancorada também no sucesso de seu antecessor, e na aposta neste gênero, tão querido do público brasileiro. Neste sentido, a distribuidora entende que resultado do longa como uma boa resposta para como o mercado precisa trabalhar nesse momento.
“A campanha foi muito importante, mas, ao mesmo tempo, Órfã 2 respondeu e superou nossas expectativas para além da Semana do Cinema, com números expressivos fora da semana de promoção. Foram 629 mil ingressos vendidos fora da promoção, sendo mais de 18 mil apenas nas sessões de pré-estreia. É claro que a iniciativa teve um impacto nos resultados do filme e foi muito positiva para todo o mercado, mostrando que o público quer ver bons filmes no cinema, mas que também é fundamental que o mercado se organize e desenvolva diferentes estratégias para conseguir atrair essa audiência. Precisamos ser ativos para entendermos os aspectos que impactam diretamente na decisão do público de ir ao cinema e agir em cima disso - e nesse caso vimos como a questão econômica possui uma influência extremamente significativa”, afirmou Gurman.
Algumas questões surgem, então, quanto ao sucesso do filme, para além da ação promocional dos exibidores, como o perfil do público, o gênero do filme e, claro, a forma como ele foi trabalhado, fazendo com que se tornasse a escolha dos espectadores no investimento do ingresso.
“O terror é muito forte com os jovens. Talvez a principal faixa esteja entre pessoas com 13 a 30 anos. O primeiro desafio é construir um roteiro diferenciado, já que anualmente lançamos em torno de 20 ou mais filmes desse gênero e com o avanço do streaming, o público está mais exigente para gastar e sair de casa. Em seguida, é quase sempre fundamental ter uma divulgação forte. Porque nem sempre o filme chega aquecido no mercado, como foi o caso de a Órfã 2, A Bruxa ou Não, Não Olhe. Recentemente tivemos um lançamento de terror que nos EUA teve um multiplicador de 50, mas no Brasil foi desacreditado e não funcionou”, explicou Flavio Carvalho, gerente de programação do Kinoplex.
Fica claro, portanto, que Órfã 2 passa, então, a servir de case para o mercado entender um dos variados caminhos que podem ajudar a atrair o público de volta para a sala escura, embora os jovens tenham sido sempre o principal perfil da retomada, há neste caso a percepção de importância do debate sobre precificação do ingresso, trabalho conjunto do mercado, estratégia de marketing de distribuidoras e exibidores, posicionamento no calendário – setembro foi um dos meses com menos blockbusters programados - , além, claro, de um produto que tenha qualidade, mas disso os cinemas estão repletos.
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