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17 Maio 2023 | Yuri Codogno

Reivindicações do WGA custam somente 0,0262% do faturamento médio dos principais estúdios e streamings

Números foram informados em e-mail enviado pelo sindicato aos membros do WGA

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(Foto: Divulgação)

O WGA (sigla para o Sindicato dos Roteiristas dos EUA) publicou o valor que custaria para cada uma das majors e dos principais streamings caso aceitassem as reivindicações que os profissionais estão solicitando para voltarem a exercer suas atividades. O resultado: nenhuma empresa teria um “prejuízo” maior do que 0,25% de seu faturamento anual e, em média, o custo para cada companhia seria de 0,0262%. As informações são da Variety, Hollywood Reporter e Deadline.

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Em um e-mail enviado aos membros do sindicato, o comitê de negociação do WGA estima que o custo de suas atuais propostas de contrato seria de US$ 343 milhões para as principais empresas, enquanto o valor total para a indústria seria de US$ 429 milhões. 

Como argumento, o comitê cita que são números modestos em comparação aos bilhões de dólares gastos anualmente por cada empresa em conteúdo (direcionado a diferentes profissionais do setor) e aos outros bilhões em receitas obtidas pelas companhias. Aliás, para conseguir as mais altas arrecadações com filmes, séries e afins, todos os estúdios, plataformas de streaming e canais dependem dos roteiristas.

O WGA, em seu e-mail, estimou quanto que cada empresa gastaria individualmente para atender as reivindicações, assim como citou o valor do faturamento anual de cada conglomerado e a porcentagem entre ambos os números:

  • Disney: teria custo de US$ 75 milhões, que correspondem a 0,091% da receita anual de US$ 82,7 bilhões; 
  • Netflix: teria custo de US$ 68 milhões, que correspondem a 0,214% da receita anual de US$ 31,6 bilhões (percentualmente é quem mais gastaria); 
  • Warner Bros. Discovery: teria custo de US$ 47 milhões, que correspondem a 0,108% da receita anual de US$ 43,1 bilhões, na projeção realizada das somas das companhias;, 
  • Paramount Global: teria custo de US$ 45 milhões, que correspondem a 0,148% da receita anual de US$ 30,2 bilhões;
  • NBC Universal: teria custo de US$ 34 milhões, que correspondem a 0,028% da receita anual de US$ 121,4 bilhões; 
  • Amazon: teria custo de US$ 32 milhões, que correspondem a 0,006% da receita anual de US$ 514 bilhões;
  • Sony: teria custo de US$ 25 milhões, que correspondem a 0,028% da receita anual de US$ 88,8 bilhões; 
  • Apple: teria custo de US$ 17 milhões, que correspondem a 0,004% da receita anual de US$ 394,3 bilhões (percentualmente quem menos gastaria). 

Somando, temos os US$ 343 milhões que os estúdios teriam que desembolsar para arcar com o novo contrato solicitado pelo sindicato, contra o faturamento anual de US$ 1,306 trilhão que esses conglomerados somam juntos. Em média, a porcentagem das exigências do WGA é de apenas 0,0262% desse faturamento trilionário.

O WGA decretou greve dos roteiristas, que estão com as atividades paralisadas desde o início de maio, ocasionando atrasos nas produções e consequentemente milhões de dólares desperdiçados. Inclusive, o WGA estima que os estúdios irão gastar mais por causa da greve do que com o valor total requisitado no novo contrato com os roteiristas. 

O Milken Institute estimou que a greve dos roteiristas de 2007-2008 custou à economia da Califórnia US$ 2,1 bilhões ao longo dos 100 dias de paralisação. Além disso, houve diminuição na arrecadação projetada para outras áreas, como outros US$ 282,3 milhões para o setor de informação, lazer e hospedagem e outros US$ 366,7 milhões para o setor de serviços profissionais e empresariais.

Para a atual greve, o WGA estima que está custando US$ 30 milhões por dia à economia da Califórnia. Boa parte da arrecadação local é proveniente de Hollywood e dos setores influenciados pela indústria audiovisual local, além, claro, do polo tecnológico Vale do Silício, que também pertence ao estado.

Confira, em tradução livre, o e-mail enviado pelo WGA:

Caros Membros:

O Sindicato dos Roteiristas dos EUA está em greve há duas semanas porque a Alliance of Motion Picture and Television Producers (grupo que representa os grandes estúdios e principais canais de televisão e de streaming) se recusou a negociar um acordo justo para lidar com a crise que os roteiristas estão enfrentando.

O WGA estima que as propostas de contrato que expiraram no dia primeiro de maio custaria US$ 429 milhões para a indústria, sendo que, deste valor, os principais empregadores arcariam com US$ 343 milhões. 

Para termos uma ideia, dezenas de bilhões de dólares são gastos em projetos criados que dependem de roteiristas e US$ 19 bilhões foram gastos apenas em conteúdo original para os serviços de streaming neste ano. O custo das melhorias que exigimos é modesto comparado com a receita e lucro da indústria, mas são essenciais para os roteiristas que viram seus salários e condições de trabalho diminuirem na última década. 

Qual seria o custo de nossas propostas de trabalho para cada empresa? Dê uma olhada:

(Os números estão disponíveis na matéria acima).

Esses conglomerados lucraram bilhões com o trabalho dos roteiristas e ainda, a cada trimestre, informam a importância do conteúdo roteirizado para seus investidores. Apesar disso, mesmo assim estão arriscando paralisações significativas e contínuas nas próximas semanas e meses, o que resultaria em gastos muito maiores do que os custos do acordo.

Em solidariedade, Comitê de Negociações do WGA.

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