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08 Maio 2023 | Yuri Codogno

BAFTA revela dados de inclusão de seus membros votantes e resultado ainda deixa a desejar

Premiação ainda escorrega na discrepância entre homens e mulheres e principalmente na questão étnica

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(Foto: Divulgação)

O BAFTA, considerado um dos principais prêmios do cinema mundial, abriu o mês de maio revelando a composição atual de seus membros votantes, apresentando ao público o quão inclusiva a premiação está no momento. Mas apesar de estar evoluindo aos poucos, ainda deixa a desejar em alguns pontos. As informações são da Variety e do Hollywood Reporter.

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Atualmente, a composição dos votantes é de 42% de mulheres e 58% de homens, sendo que 16% são membros não-brancos, 7% são pessoas com deficiência e 12% se identificam como LGBTQIA+. Aliás, essa pesquisa é um requerimento dos profissionais responsáveis por votar nos filmes, séries e jogos das premiações.

Comparando com os números revelados em 2021, houve uma sutil melhora. Naquele momento, eram 12,2% de origem étnica minoritária e 37,4% de mulheres. 

Os números atuais revelam uma maior discrepância entre homens e mulheres, que aos poucos se aproxima do ideal de aproximados 50% para cada lado, como é a sociedade como um todo. Mas o que ainda pesa bastante contra o BAFTA é que nem mesmo um quinto dos membros votantes são de outras etnias, se não a branca. Por ser uma votação com pessoas do mundo todo, passa a péssima impressão de que negros, asiáticos, latinos, indígenas e outras etnias não têm voz. Em tempo, vale lembrar que a população branca no Reino Unido (região de origem do prêmio) é superior a 80%, segundo o Censo no conjunto de países em 2021, o que seria um argumento caso a votação fosse apenas local, o que não é o caso.

Desde 2020, após a cerimônia sofrer com a #BaftasSoWhite, protesto realizado online que apontou como a premiação não era nada diversificada, o BAFTA reconheceu a ausência de diversificação e posteriormente anunciou que mais pessoas étnicamente sub-representadas e mais mulheres iriam ingressar na lista de membros votantes.

Desde então, mais de 2.500 profissionais de filmes, jogos e televisão de todo o mundo se juntaram ao BAFTA, elevando o número total de membros globais para mais de 11.500. A organização diz que o processo continua e objetiva atingir as metas estabelecidas em 2020. Exemplo disso é que, no ano passado, o BAFTA lançou um novo nível de associação chamado BAFTA Connect para “criativos emergentes” e de nível médio. A iniciativa forneceu para mais de 1.400 pessoas de todas as indústrias dos setores envolvidos um programa de suporte personalizado, visando ajudar a construir carreiras consistentes e sustentadas em sua especialidade escolhida. 

Enquanto isso, porém, o presidente do BAFTA, Krishnendu Majumdar, abordou o tema sobre os vencedores dos prêmios de cinema de 2023 em grande parte serem brancos. Em carta aos membros, ressaltou: “Quando se trata de prêmios, continuamos decididos que a excelência criativa deve estar acima de tudo. Continuamos a consultar a indústria como parte da revisão do BAFTA e o feedback é alto e claro: definir cotas de diversidade para votação não é a resposta”.

Em outro momento da carta, entretanto, fortaleceu o discurso de inclusão. “No entanto, sabemos que para muitas pessoas talentosas, isso ainda não é uma corrida justa. Simplesmente não temos todos a mesma oportunidade de contar nossas histórias. É por isso que devemos continuar a convocar os representantes e tomadores de decisão do setor a reconhecer seu papel crítico em uma missão compartilhada para um setor mais igualitário. Todos nós podemos desempenhar um papel na criação de uma indústria que seja melhor para as gerações futuras do que aquela à qual nos juntamos”, acrescentou Majumdar.

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