08 Janeiro 2020 | Renata Vomero
BAFTA admite falta de diversidade entre nomeados
Prêmio sofreu críticas nas redes sociais após anunciar seus indicados nesta terça-feira (07)
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Ontem foram divulgados os nomeados ao BAFTA 2020 (British Academy Film Awards), que terá sua cerimônia de premiação no dia 2 de fevereiro. Com liderança de Coringa (Warner) e dos filmes da Netflix, o que realmente chamou a atenção da crítica e do público foi a falta de diversidade, principalmente racial, entre os indicados. O que fez o BAFTA se pronunciar admitindo essa questão, mas pedindo por mudanças mais rápidas na indústria.
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Com a hashtag “Baftas So White” (Bafta Tão Branco, em tradução livre), o público apontou essa questão no Twitter, principalmente nas categorias de Melhor Atriz Coadjuvante e Atriz Principal. No caso de atriz coadjuvante, por exemplo, Margot Robbie contou com duas indicações por seus papéis no filme O Escândalo (Paris Filmes) e Era Uma Vez... Em Hollywood (Sony), já as outras três nomeações ficaram com Laura Dern (História de Um Casamento), Scarlett Johansson (Jojo Rabbit) e Florence Pugh (Adoráveis Mulheres). O público sentiu falta de Jennifer Lopez, que foi indicada nesta categoria no Globo de Ouro por seu papel em As Golpistas (Diamond). Já em Atriz Principal, os espectadores apontaram a possível injustiça sofrida por Lupita Nyong’o, que protagonizou o longa de terror Nós, também sem nenhuma indicação ao BAFTA.
Em entrevista ao portal Variety, Marc Samuelson, presidente do comitê de cinema do BAFTA, admitiu essa falta de pessoas não-brancas entre os nomeados, mas apelou por mudança na indústria nesta questão. “É enfurecedora a falta de diversidade entre os nomeados. É simplesmente frustrante como a indústria não está se movimentando tão rápido como todo o time do BAFTA gostaria”, comentou.
Na reportagem feita pelo veículo, também foi comentada a falta de mulheres entre os diretores indicados, já que os filmes Mulheres Adoráveis (Sony) e The Farewell são dirigidos por mulheres e estão nomeados em outras categorias do prêmio. Quanto a isso, o executivo do BAFTA também prometeu um maior estímulo pela igualdade de gênero, devendo focar em diretoras na próxima edição de seu programa Elevate, que tem como objetivo dar oportunidades a cineastas vindos de comunidades menos representadas.
Histórico
Toda essa discussão se assemelha com o que aconteceu no Oscar em 2016, quando houve uma onda de protestos nas mídias com a hashtag “Oscar So White”, também por conta de falta de representantes de outras etnias entre os indicados. Na ocasião, a academia anunciou mudanças entre seus votantes, agora mais representativos. Como resultado, no ano seguinte o vencedor do prêmio principal foi Moonlight: Sob a Luz do Luar (Diamond), dirigido por Barry Jenkins. Com isso, parece que tanto a indústria, quanto a academia passaram a se atentar mais a esta questão, já que ano passado Green Book (Diamond), Infiltrado na Klan (Universal), Se a Rua Bale Falasse (Sony) e Pantera Negra (Disney) receberam destaque no Oscar, que anunciará seus indicados do ano no dia 13 de fevereiro.
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