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16 Dezembro 2022 | Yuri Codogno

Projeção aponta "Avatar: O Caminho da Água" como a maior abertura global de 2022

Para isso, o longa deve superar os US$ 450 milhões de "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura"

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(Foto: Divulgação)

O mundo já tem a oportunidade de assistir a Avatar: O Caminho da Água (Disney) nas telonas, com o filme disponível desde ontem (15) no Brasil e hoje entrou em cartaz em outros importantes mercados mundiais. Mas a indústria está realmente ansiosa para ver o quanto o público mundial está engajado com o longa, tendo em vista que pode ser a maior abertura global de 2022. As informações são dos portais Hollywood Reporter, Box Office Pro e Deadline

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Antes de entrarmos na sequência, é importante falarmos do longa original, lançado em 2009. Na época, havia grandes expectativas para seu lançamento, mas não chegava aos pés do que é hoje. Avatar abriu com modestos US$ 77 milhões na América do Norte e US$ 241 milhões globais, sendo apenas a 52º maior abertura mundial de todos os tempos (considerando somente filmes lançados a partir de 2002). 

Mas o que se viu em sequência foi algo estrondoso, pois o filme manteve boa sustentação e, em um mês, superou Titanic, antigo detentor do título de maior arrecadação da história. Em números, no dia 26 de janeiro de 2010, Avatar chegou a US$ 1,858 bilhão, contra US$ 1,843 bilhão da produção de 1997, ambos do diretor James Cameron. Quase 13 anos depois, os longas alcançaram marcas ainda mais expressivas, com Titanic (atualmente em US$ 2,201 bilhões) perdendo o segundo lugar para Vingadores: Ultimato (US$ 2,797 bilhão), que chegou a roubar até o primeiro lugar de Avatar, antes deste ter alguns relançamentos e retomar a liderança, alcançando US$ 2,922 bilhões.

Avatar: O Caminho da Água deve ter uma estreia norte-americana entre US$ 150 milhões a US$ 175 milhões e global entre US$ 450 milhões a US$ 550 milhões, o que garantiria a melhor estreia mundial ao filme, ultrapassando Doutor Estranho no Multiverso da Loucura (US$ 450 milhões). Algumas projeções, porém, colocam o longa com potencial para arrecadar entre US$ 574 milhões e US$ 803 milhões mundialmente, como a do Box Office Pro, portal especialista no assunto.

O grande desafio do filme, porém, deve ser seu tempo de duração. Com 3h e 12 minutos, Avatar 2 terá menos exibições por dia do que o primeiro Avatar, que teve meia hora a menos de tela. Isso significa que, além de impactar a abertura, para conseguir alcançar valores bilionários, precisará de uma forte sustentação, se mantendo em cartaz em muitas salas durante semanas, o que parece ser a estratégia adotada no Brasil, por enquanto, já que a produção abre em total de 2,6 mil salas do circuito, garantindo seu domínio, e o mesmo em caráter global, o que vamos explicar melhor abaixo. A própria Disney enfatiza que o sucesso da sequência depende mais do longo prazo do que de uma eventual mega-abertura. Um exemplo de sucesso com tal estratégia foi Top: Gun Maverick (Paramount), que não chegou a US$ 300 milhões globais na abertura, mas acumulou impressionantes US$ 1,49 bilhão na bilheteria mundial.

Se em dezembro a sustentação não deve ser um grande problema, em janeiro o desafio será um pouco maior. Entre blockbusters e potenciais concorrentes ao Oscar, longas que geralmente atraem bons públicos, terá ao menos uma estreia por semana no período. Em ordem: Gato de Botas 2: O Último Pedido (Universal), Os Fabelmans (Universal), Babilônia (Paramount) e TÁR (Universal). E em fevereiro a concorrência continua, com Os Banshees de Inisherin e Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania, ambos da Disney.

Entretanto há uma importante variável a favor de Avatar: O Caminho da Água: hoje (16) ele também está estreando na China, se garantindo no mercado que, nos últimos anos, vem dividindo a liderança de arrecadação com os EUA. A previsão é que, por lá, o filme faça US$ 100 milhões de abertura, mesmo com um novo surto de Covid-19 em Pequim. Importante ressaltar que a China, visando melhor controlar a doença, continua fazendo muitas testagens e impondo restrições à sua população, algo que boa parte do Ocidente abandonou há meses.

Ainda no território chinês, em três exibições Avatar 1 chegou a arrecadar US$ 261,8 milhões, sendo que, desse valor, US$ 57,7 milhões são do último relançamento, que ocorreu em março de 2021 e ajudou a garantir que o filme retomasse a liderança de bilheterias. 

Em relação aos gastos, O Caminho da Água custou entre US$ 350 milhões a US$ 400 milhões para ser produzido, fora as cifras também milionárias relacionadas ao marketing. James Cameron afirmou algumas vezes que, para se pagar, o filme deve ter uma bilheteria superior a um bilhão de dólares. Felizmente, dados do Box Office Pro apontam que o longa deve ser o sexto a ultrapassar US$ 2 bilhões até o final de sua exibição.

Para isso, a campanha de abertura da Disney prevê o filme funcionando em 52 mil salas no mundo inteiro e as telas IMAX serão parte importante da arrecadação, com sua maior ação de lançamento da história: entre 1.525 e 1.555 cinemas nesse formato. São 400 telas na América do Norte, entre 720 e 750 na China e 405 dos restantes mercados internacionais. Importante observar que, mesmo com as restrições, 95% dos cinemas IMAX da China já estão abertos ou planejam reabrir a tempo do lançamento do filme neste fim de semana.

Em termos de comparação, o Avatar original até hoje é o lançamento IMAX de maior bilheteria de todos os tempos, com mais de US$ 270 milhões globalmente, quando apenas 300 telas do tipo estavam em operação.

E falando em inovação, precisamos relembrar que Avatar foi o grande responsável por revolucionar a experiência nas salas de cinema, ao inserir a tecnologia 3D no mercado. É bem verdade que boa parte do público não se sente agradado pela tecnologia (muito em parte por causa da utilização dos óculos), mas é inegável sua importância para o desenvolvimento da imersão nas salas de cinema, que hoje contam com outros formatos interativos, como o 4D e até mesmo as telas ScreenX, como comentamos nessa matéria. A própria arrecadação de bilheterias foi impactada, visto que todos esses formatos - inspirados diretamente ou indiretamente no 3D - são ingressos mais caros, possibilitando aumentar as cifras. 

O primeiro Avatar era um projeto planejado há anos por James Cameron, mas que só pôde ser lançado após a tecnologia permitir que os cinemas exibissem o que o cineasta imaginava para o filme, com visuais impactantes, cheios de vida, CGI de altíssima qualidade e a imersão que a indústria cinematográfica sempre desejou ter.

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