07 Dezembro 2022 | Yuri Codogno
Ancine anuncia Câmara Técnica de Exibição para discutir mercado de salas de cinema
Comissão é formada por representantes de produção, distribuição e exibição cinematográficas
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A Ancine publicou ontem (6) no Diário Oficial da União uma Portaria que institui a Câmara Técnica de Exibição, com o objetivo de discutir melhorias para o mercado de salas de cinema do Brasil. O grupo será formado por dezoito representantes de empresas brasileiras independentes que possuem vasta experiência na atividade, sendo oito de produtoras, seis de exibidoras e quatro da distribuição cinematográfica.
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Da produção, os nomes anunciados são Beto Rodrigues (Panda Filmes), Fernando Segtowick, (Marahu Produções de Cinema e Televisão), Helder Quiroga (Elipse Conteúdos Criativos), Karen Castanho (Bionica Cinema e TV), Marcos Ligocki (CKI Marketing, Entretenimento e Cultura), Marcio Fracaroli (Paris Produções), Vania Lima (Tem Dendê Produções) e Walkiria Lustosa Barbosa (Total Entertainment).
Na exibição, os representantes são André Sturm (Cine Belas Artes), Gilberto Leal (Cinemaxx), Lucio Otoni (Cineart), Luiz Severiano (Kinoplex), Marcos Barros (Cinesystem) e Paulo Lui (Topázio Cinemas). E na distribuição, Bruno Wainer (Downtown), Daniel Queiroz (Embaúba Filmes), Felipe Lopes (Vitrine Filmes) e Juliana Brito (Pandora Filmes) foram os nomes escolhidos.
A Câmara Técnica terá prazo de um ano, prorrogável por igual período, e entre seus principais objetivos está a avaliação do mercado de salas de exibição, incluindo a implementação dos recursos de acessibilidade de conteúdo e o planejamento de ações e iniciativas para o desenvolvimento das atividades cinematográficas. Neste último caso, serão levadas em consideração os cenários de inovação, transformações tecnológicas e mudanças nos hábitos de consumo, além de estratégias para manutenção e ampliação do parque exibidor. O impulsionamento da programação de filmes brasileiros nas salas, assim como a retomada da Cota de Tela também entrarão em pauta.
Segundo a assessoria da Ancine, a expectativa é envolver os diferentes atores do setor em debates para a avaliação do mercado de salas de exibição e o acompanhamento da recuperação da atividade em relação aos impactos causados pela pandemia. “A implementação dos recursos de acessibilidade visual e auditiva, que passam a ser obrigatórios a partir de janeiro, também deverá ser um ponto de atenção da Câmara Técnica, assim como o fortalecimento do conteúdo nacional, em especial a retomada da Cota de Tela, visando à maior difusão de obras brasileiras e ao aumento do market share”, completou a assessoria.
Já a Abraplex (Associação Brasileira das Empresas Exibidoras Cinematográficas Operadoras de Multiplex) também acredita que a criação da Câmara Técnica é algo positivo para o desenvolvimento do setor. Para a entidade, a proposta permite que temas importantes para o segmento sejam discutidos amplamente. Segundo Caio Silva, diretor-executivo da Abraplex, a decisão “amplia as possibilidades de consenso sobre o que deve apontar para o desenvolvimento e crescimento da indústria cinematográfica no Brasil”.
Segundo o mais recente Anuário Estatístico do Cinema Brasileiro, o público total nos cinemas brasileiros passou de 39,4 milhões, em 2020, para 52,3 milhões, em 2021, indicando uma considerável recuperação. O Portal Exibidor recentemente reportou uma avaliação sobre os números de 2021. Já os dados mais recentes do OCA (Observatório do Cinema e do Audiovisual) demonstram que o crescimento acelerou em 2022: até 23 de novembro, 87,5 milhões de ingressos foram vendidos nas bilheterias, mas o número ainda está muito distante dos 177,7 milhões registrados em 2019.
Para mais detalhes da Portaria ANCINE nº 621-E, de 5 de dezembro de 2022, clique aqui.
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