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23 Novembro 2022 | Yuri Codogno

Filmes nacionais representaram apenas 1,9% do público total de 2021 nos cinemas

Dos 52,2 milhões ingressos vendidos no período, menos de um milhão foi destinado às produções brasileiras

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(Foto: Divulgação)

A Ancine publicou no site do OCA (Observatório Nacional do Cinema e do Audiovisual) o Anuário Estatístico do Cinema Brasileiro de 2021. O objetivo da Agência Nacional de Cinema é, deste modo, disponibilizar os dados completos para que o mercado audiovisual possa se aproveitar para desenvolver melhorias. Foram analisadas 52 semanas, abrangendo o período de 7 de janeiro de 2021 a 5 de janeiro de 2022.

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Como esperado, 2021 obteve melhores resultados do que o ano anterior: um aumento de 32,2% no total de público, indo de 39,4 milhões para 52,2 milhões. Mas apesar da melhora, o público total segue bem abaixo do período pré-pandêmico, especialmente de 2016, quando foram registrados 184,3 milhões de ingressos vendidos.

A arrecadação também seguiu por um caminho semelhante, aumentando de R$ 628,6 milhões em 2020 para R$ 913,6 milhões em 2021, ano que, até o momento, possui o maior preço médio por ticket já registrado: R$ 17,48. O recorde de arrecadação é de 2019, quando a renda foi de R$ 2,8 bilhões, número que fica ainda mais impressionante se considerarmos o valor médio por ticket, que era de R$ 15,81.

Entretanto, apesar da melhora, há um índice negativo chamando muita atenção: apenas 911 mil ingressos foram vendidos para filmes nacionais, representando somente 1,9% do público total. Tal percentual está muito abaixo do segundo menor número, 9,6% em 2017, e muito inferior ao recorde que foi registrado em 2020, quando 21,7% dos tickets comercializados foram para assistir a produções nacionais.

Mas, segundo o relatório, os números de 2020 e 2021 são atípicos, visto que, por causa da pandemia, muitos blockbusters de 2020 estrearam no ano seguinte, abrindo espaço para os nacionais em 2020 e retirando o espaço deles em 2021. Essa queda também foi observada em todos os países latinos monitorados, como México, Colômbia, China e Argentina.

Quanto ao parque exibidor, os dados são mais animadores em comparação, claro, aos números de 2020. No ano passado, com a retomada dos cinemas do Brasil, mesmo que gradual, houve um aumento de 75,6% de salas em funcionamento no país, dando um salto de 1860 para 3266. No entanto, o valor ainda ficou abaixo do recorde histórico de 2019, quando o país registrou 3500 salas em funcionamento. 

Em termos de distribuição de salas por região, os valores são:  280 no centro-oeste (-2,1% comparando com 2019), 529 no nordeste (-9,7%), 204 no norte (-13,2%), 1739 no sudeste (-5,8%) e 514 no sul (-7,2%).

São Paulo segue sendo o estado com maior número de salas, com 32% delas ou 1046. Em seguida estão Rio de Janeiro e Minas Gerais, somados os três estados representam 51% do parque exibidor do Brasil em 2021.

Sobre número de títulos lançados, um dos gargalos até o momento do mercado, em 2021, 309 títulos foram lançados, sendo 129 nacionais. Confira a seguir a lista dos 20 filmes mais assistidos e em seguida dos 20 longas nacionais mais vistos: 

TOP 20

  • Homem-Aranha: Sem Volta para Casa (Sony) (12,8 milhões de público);
  • Eternos (Disney) (4 milhões);
  • Velozes & Furiosos 9 (Warner) (3,98 milhões);
  • Venom: Tempo de Carnificina (Sony) (3,94 milhões);
  • Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis (Disney) (2,1 milhões);
  • Víuva Negra (Disney) (1,8 milhão);
  • Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio (Warner) (1,6 milhão);
  • O Esquadrão Suicida (Warner) (1,3 milhão);
  • Encanto (Disney) (1,2 milhão);
  • 007 - Sem Tempo para Morrer (Warner) (1 milhão);
  • Space Jam: Um Novo Legado (Warner) (861 mil);
  • Mulher-Maravilha 1984 (Warner) (823 mil);
  • Os Croods 2: Uma Nova Era (Warner) (822 mil);
  • Matrix Resurrections (Warner) (805 mil);
  • Duna (Warner) (797 mil);
  • Godzilla Vs. Kong (Warner) (752 mil);
  • Patrulha Canina - O Filme (Paramount) (723 mil);
  • A Família Addams 2: Pé na Estrada (Warner) (673 mil);
  • O Poderoso Chefinho 2: Negócios da Família (Warner) (668 mil);
  • Um Lugar Silencioso - Parte II (Paramount) (594 mil).

TOP 20 NACIONAIS

  • Marighella (Paris) (304 mil);
  • Turma da Mônica: Lições (Paris) (270 mil);
  • Um Tio Quase Perfeito 2 (H2O Films) (73 mil);
  • A Sogra Perfeita (Paris) (66 mil);
  • Amarração do Amor (Paris) (24 mil);
  • Lucicreide Vai pra Marte (Downtown/Paris) (14,4 mil);
  • Dois Mais Dois (Paris) (14,1 mil);
  • Quem Vai Ficar com Mário (Paris) (12,6 mil);
  • Depois a Louca Sou Eu (Paris) (12,5 mil);
  • Ariano Apresenta: O Auto da Boa Mentira (Imagem) (11,3 mil);
  • Lutar, Lutar, Lutar (Embaúba Filmes) (10,4 mil);
  • Veneza (Imagem) (7,4 mil);
  • Dente por Dente (Vitrine Filmes) (6,6 mil);
  • Deserto Particular (Pandora Filmes) (6,3 mil);
  • Pixinguinha, Um Homem Carinhoso (Downtown/Paris) (5,52 mil);
  • Doutor Gama (Elo Company) (5,50 mil);
  • Correndo por um Sonho (Imovision) (4,9 mil);
  • Abe (Paris) (3,4 mil);
  • Piedade (Arthouse) (3,3 mil);
  • Reação em Cadeia (Paris) (3 mil).

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