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28 Setembro 2022 | Yuri Codogno

"Ciência para fazer entretenimento": Luciano Taffetani conta planos da Dolby para o futuro da exibição no país

Executivo cedeu entrevista exclusiva ao Portal Exibidor durante a Expocine 2022

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(Foto: Divulgação)

Conhecida no setor cinematográfico por oferecer uma excelente experiência de som nas salas de cinema do mundo inteiro, a Dolby esteve presente na última edição da Expocine, que aconteceu na semana passada, e conversou com os exibidores sobre os avanços tecnológicos da companhia para o parque exibidor. Em entrevista exclusiva ao Portal Exibidor, Luciano Taffetani, gerente sênior de vendas para cinema da Dolby América Latina, detalhou alguns planos futuros da empresa para o país.

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Você pode conferir a entrevista completa no final da matéria.

No Brasil, a Dolby dispõe de diversos produtos e tecnologias cinematográficas, estando presente em boa parte dos cinemas. E com a tecnologia Atmos, oferece um som que enriquece a experiência criativa dos espectadores, o que, segundo Taffetani, aumenta a procura dos ingressos, além de ser fundamental para o futuro do negócio.

Por enquanto, 43 salas nacionais contam com o sistema Atmos, inclusive o Cine Marquise, que recebeu as apresentações das distribuidoras e da própria Dolby durante a Expocine. Mas a ideia é expandir: “até o fim do ano já temos também projetos andando na fase final. Estaremos adicionando entre cinco e sete salas a mais. E começar 2023 com umas 50 salas [no Brasil] é o que a gente espera”, declarou Luciano. No mundo inteiro, porém, já são mais de sete mil instalações e mais 500 estão garantidas para até o fim de 2023.

Apesar do som estar diretamente associado ao imaginário popular da Dolby, a empresa também oferece soluções para projeção. O Dolby Vision, lançado em 2014, é uma tecnologia que vai além dos projetores RGB Puro, que tem a capacidade de oferecer [a taxa] de 8 mil/1 em contraste. “Agora quando você fala de Dolby Vision, você fala de um contraste  de 1 milhão/1. Isso permite projetar o preto total, a paleta de cores incrível, profundidade, definição e é uma tecnologia que foi lançada no cinema”, disse Taffetani. Apesar disso, o executivo ressaltou que a tecnologia foi adquirida mais rapidamente pelas TVs e que a empresa está trabalhando para conseguir levar essa solução para mais exibidores.

O Dolby Cinema, aliás, também merece bastante atenção. A tecnologia é o que há de melhor de som e projeção da empresa, com Atmos e Vision em um único local. “Por esse motivo, os ingressos para esses filmes grandes e blockbusters ficaram ainda melhores do que no período pré-crise de saúde mundial”, comemorou Taffetani ao falar dos bons resultados que os exibidores têm alcançado com  o Dolby Cinema. 

“As colaborações de Dolby, na forma que Dolby compreende a essência de sua companhia, é ‘ciência para fazer entretenimento’. Sei que estamos procurando por uma inovação, uma procura do mundo novo, de realmente levar o espectador acima de todas as expectativas, puxar um pouco os limites da mesma tecnologia atual e estamos muito fortes”, afirmou o executivo.

Ainda relacionado aos avanços tecnológicos, mas em outra frente, Luciano Taffetani também comentou sobre a acessibilidade de conteúdo no Brasil. Durante a Expocine, a Ancine teve um painel e anunciou que iria atualizar as normativas sobre acessibilizar as salas de cinema. Apesar de manter o prazo para o início de janeiro de 2023, a Ancine colocou nas mãos das distribuidoras e dos exibidores a decisão sobre qual equipamento utilizar, além de alterar a obrigatoriedade de poltronas acessíveis pela quantidade de salas no complexo.

Nesse ponto é importante relembrar que para um filme ser acessível, ele deve oferecer o conteúdo em LIBRAS, com legenda, legenda descritiva e audiodescrição, ficando a cargo do espectador escolher como quer assistir ao filme. A Dolby, em parceria com a brasileira Assista Tecnologia, desenvolveu o CineAssista, um dos dois únicos equipamentos aprovados tanto pela Ancine quanto pela MPA.

Luciano Taffetani é crítico às mudanças anunciadas pela Ancine: “quero me posicionar sobre os movimentos dentro da Ancine, que considero não estarem corretos. A Ancine está deixando nas mãos de exibidores e distribuidores uma nova discussão de que tecnologia aplicar, quando essa discussão já aconteceu em 2017… a gente está voltando para trás. E deixando, por exemplo, um espaço em branco que não vai contribuir para que as salas de cinema fiquem acessíveis, para que o cinema geral, no Brasil, vire acessível”. 

Na visão do executivo, a Ancine deveria ter feito uma consulta pública, além de ter ouvido as empresas que desenvolveram os equipamentos de acessibilidade: “A gente não passou por uma consulta pública. Marcaram duas reuniões e na primeira delas, a gente [Dolby] não foi convidado como fabricante. O outro fabricante de acessibilidade no Brasil também não conseguiu atender. A normativa ajuda as coisas a evoluir. Se você não tem regras claras, as coisas não acontecem”.

Mesmo com críticas à Agência Nacional de Cinema, Luciano aproveitou o momento para enaltecer o CineAssista e a parceria com a Assista Tecnologia. “A gente não tinha esse produto pronto, a lei foi muito demandante, a gente tomou um tempo, mas alcançamos para atender todos esses pontos. Sobre o produto, a Dolby acabou de lançar no mundo inteiro, que era parte do plano também. Lançamos em junho para os EUA, a recepção foi muito boa”, disse Taffetani. 

Aliás, segundo ele, o CineAssista já foi vendido para mais de 900 telas e também fecharam um acordo com a rede exibidora CineA para que todas suas salas sejam acessíveis com a solução de acessibilidade digital da Dolby.. 

Taffetani também afirmou que a Dolby já está buscando evoluir o CineAssista: “a gente não lança um produto e pronto. Porque não desenvolvemos um produto e depois fica como está”. Não há uma definição exata de como será feito, mas unir imagem e som no mesmo receptor seria o ideal. Algumas melhorias, porém, já foram realizadas, como o áudio amplificado que favorece os diálogos e também a inclusão de ferramentas do Google para que cegos consigam compreender exatamente como manobrar o dispositivo

O executivo ressaltou também como a Dolby está trabalhando para melhor servir o parque exibidor brasileiro agora. A construção de um armazém, por exemplo, deu mais segurança aos clientes, que antes precisavam ver seus equipamentos indo para os EUA para passar por troca ou manutenção. 

“Para o futuro, pensamos e temos como sonho que chegue a unidade de negócio da Dolby Cinema, de nos associar com algum exibidor e poder trazer essa experiência que, por enquanto, na América Latina não está disponível. Adoraríamos trazer essa experiência aqui e vamos fazer alguns caminhos alternativos para estar mais perto da Dolby Vision”, afirmou Luciano.

Por fim, Luciano também falou que o próximo passo, agora em escala mundial, é construir uma ponte entre o mundo da música e o mundo do cinema. “A música está vivenciando agora todas as melhorias de som que nós aplicamos ao cinema com Atmos. O que vai ser muito comum daqui pra frente é ter concertos ao vivo que vão ser mixados em Dolby Atmos e transmitidos para as salas de cinema que já possuem Dolby Atmos”, concluiu Taffetani.

Confira a entrevista na íntegra:

Com a retomada dos cinemas, buscar diferenciais para melhorar a experiência nas salas é uma boa solução para atrair mais público. Como você vê a Dolby nesse cenário?

Podemos falar que, por exemplo, pós-pandemia, a gente mudou um monte de questões, formas de vivenciar e experimentar. Essas também têm que ser relacionadas muito em comportamentos com a procura de experiências que sejam mais excitantes e motivadoras. Então em números gerais do cinema, percebemos que na retomada todas as salas que tinham esses diferenciais, sejam de som ou conteúdo, trazem muito mais pessoas do que antigamente. Esse é um fator chave que está comprovado em números. Por exemplo: nós temos uma experiência que se chama Dolby Cinema que está nos Estados Unidos, China e Europa. Essas salas de cinema têm, como o Cine Marquise, todo o som do Dolby Atmos, além de um sistema de projeção especial que não está comercializado fora dessas unidades de negócio e que oferece uma experiência de máxima qualidade, tanto de som, quanto de imagem. Por esse motivo, os ingressos com esses filmes grandes e blockbusters ficaram ainda melhores do que no período pré-crise de saúde mundial. Essa foi outra chave. As colaborações de Dolby, na forma que Dolby compreende a essência de sua companhia, é “ciência para fazer entretenimento”. Sei que estamos procurando por uma inovação, uma procura do mundo novo, de realmente levar o espectador acima de todas as expectativas, puxar um pouco os limites da mesma tecnologia atual e estamos muito fortes. No Dolby Atmos, por exemplo, temos mais de 7 mil salas mundialmente instaladas trabalhando e compromissos para instalar muitas mais. Em relação aos filmes, temos mais de 2 mil filmes realizados em Dolby Atmos.  O cinema tem que trabalhar, tem que chegar na gente e tem que ter conteúdo. Então, nesse sentido, Dolby tem um relacionamento muito próximo com os estúdios desde a origem. Estamos falando de mais de 50 anos que a Dolby sempre deu esse lugar privilegiado para o cinema. 

Em relação ao Dolby Atmos, tem negociações para 2023?

Na verdade, o crescimento progressivo vai aumentando muito bem. Hoje temos compromissos para o ano que vem de 500 telas a mais de Atmos, só que ainda aparecem muitos projetos que são muito mais rápidos [na implementação]. Desses 500, a gente acha que vai finalizar em 1000. Já temos 500 compromissos para o ano que vem, mundialmente. No Brasil, temos 43 no dia de hoje, mas até final de ano já temos também projetos andando na fase final. Estaremos adicionando entre cinco e sete salas a mais. E começar 2023 com umas 50 salas é o que a gente espera. 

E na tecnologia de projeção, como o Dolby Vision, qual os planos?

Historicamente, Dolby sempre foi associado ao som. Nasceu basicamente como improvement, com melhoras que aplicaram à música e posteriormente ao cinema. Só que em algum momento de 2014, a gente lançou um sistema de imagem que revolucionou tudo. Esse sistema foi chamado Dolby Vision. Foi lançado na CinemaCon e, nas melhorias que Dolby estava procurando dentro desse sistema, era a primeira e mais importante, que foi procurar historicamente por cineastas, de poder alcançar a tela a cor preta total. [Até então] sempre foi em tons cinza. Fomos a única companhia que alcançou isso mundialmente, que numa tela de cinema era possível realmente projetar o preto total. E agora não foi a única vantagem … a paleta de cores foi muito acima do padrão que estava. E outro ponto fundamental: estamos falando de uma energia de luz, uma enorme qualidade de definição. Então, Dolby, dentro dessa experiência de Dolby Vision, estava colocando um contraste até aí jamais nem mesmo pensado. Porque, para dar uma ideia, o melhor projetor RGB Puro poderia oferecer 8 mil/1 em contraste numa sala de cinema. Agora quando você fala de Dolby Vision, você fala de um contraste de 1 milhão/1. Isso que permite projetar esse preto, a paleta de cores incrível, profundidade, definição e é uma tecnologia que foi lançada no cinema, mas foi rapidamente adquirida e mais rapidamente ainda por TVs. Plataformas streaming, por exemplo. Nesse sentido, essa tecnologia que falei inicialmente foi colocada nesse contexto, nesse modelo de negócio, que se chama Dolby Cinema, que é basicamente um cine com franquia. 

Qual o modelo de negócio para obter o Dolby Cinema?

Não é que pode comprar a tecnologia. Essa franquia, Dolby faz um investimento para essas salas com essas tecnologias e o cinema faz um newshare, de acordo à tendência. O esquema inicial foi esse, logo continuamos com esquemas mistos, com o exibidor também investindo nas instalações. E o terceiro é de alcançar outros tipos de sociedade que ainda estão em desenvolvimento. Então podemos falar que essa tecnologia de melhor imagem do cinema está impactada a essa unidade de negócio. Mas para o ano que vem a companhia está pensando em ter alguns caminhos alternativos para poder chegar a mais mercados cinematográficos com essa mesma tecnologia. Não as mesmas condições de modelo de negócio e não com as mesmas especificações técnicas, mas sim alcançando o conceito. [Esse novo modelo] não seria tão singular como a que mencionei no Dolby Cinema, mas seria um negócio a se mover e que vai ser formato premium também e com Atmos, pesando som e imagens juntos, agora sim, sendo voltado ao mercado.

Em relação ao CineAssista, como estão sendo as conversas com os exibidores para acessibilizar as salas?

Para nós foi muito importante a nossa parceria com a Assista Tecnologia - companhia que conhecemos durante a Expocine anos atrás - e com eles desenvolvemos CineAssista para atender a regulamentação e cumprimento da lei. Porque a gente não tinha esse produto pronto, a lei foi muito demandante, a gente tomou um tempo, mas alcançamos para atender todos esses pontos. O produto ficou robusto, ficou bom. Temos vendido mais de 900 telas. Recentemente fechamos um acordo com CineA para que todas salas sejam acessíveis. Sobre o produto, a Dolby acabou de lançar no mundo inteiro, que era parte do plano também. Nossa parceria continua com essa companhia brasileira. Lançamos em junho para os EUA, a recepção foi muito boa e lançamos também na Europa, também em junho. Agora estamos trabalhando no desenvolvimento para Austrália, da mesma solução, com o mesmo parceiro, para atender outros mercados também. 

E com a nova declaração da Ancine?

Estamos num momento um pouco crítico. Quero me posicionar sobre os movimentos dentro da Ancine, que considero não estarem corretos. São errados porque eles estão agora querendo jogar fora uma tabela da instrução normativa nº 125, que regulamentou a certas quantidades e  prazo  de instalação a ser cumprido conforme a lei, para dar cobertura total no Brasil. Está passando agora que a Ancine está deixando nas mãos de exibidores e distribuidores uma nova discussão de que tecnologia aplicar, quando essa discussão já aconteceu em 2017… a gente está voltando para trás. E deixando, por exemplo, um espaço em branco que não vai contribuir para que as salas de cinema fiquem acessíveis, para que o cinema geral, no Brasil, vire acessível. Quando você não marca pauta, não regulamenta ou não regula de forma clara, as consequências são que não aconteçam. Então, por exemplo, os cinemas não serão acessíveis, as pessoas com deficiência visual e auditivas vão continuar ainda sem poder entrar nos cinemas. 

Hoje escutamos o anúncio da normativa nova, só que, ao meu entender, questionando um pouco, teria que ter sido uma consulta pública. A gente não passou por um consulta pública. Marcaram duas reuniões e na primeira delas a gente [Dolby] não foi convidado como fabricante. O outro fabricante de acessibilidade no Brasil, validado também, não conseguiu atender. E na segunda reunião fomos sim. Só que não foi uma consulta pública. A normativa ajuda as coisas a evoluir. Se você não tem regras claras, as coisas não acontecem. Historicamente é sempre assim.

Quais os planos futuros da Dolby para o CineAssista?

Continuamos trabalhando em melhorias, adicionando novas ferramentas no produto em si. E a gente continua explorando outras possibilidades complementares do CineAssista. A gente não lança um produto e pronto. A gente continua cada vez mais forte desse jeito. De repente, até pensamos em ter produtos com óculos. Quem sabe ter imagem e som no mesmo produto. Só que nos valores, o custo está muito acima das expectativas e seria inviável fazer agora. Mas de repente, a gente volta com o CineAssista com o mesmo software e o mesmo processo, só que em outro receptor. Mas mantém a ideia de sempre continuar evoluindo… pode ser com óculos ou não, mas menciono isso porque não desenvolvemos um produto e depois fica como está.

E quais as melhorias já realizadas no CineAssista?

Outras melhorias são áudio amplificado, para pessoas que precisam acompanhar melhor o filme, como idosos, que conseguem dar um som que acompanha melhor os diálogos. Outra melhoria foi para pessoas cegas, adicionando algumas ferramentas do Google, para eles compreenderem exatamente como manobrar o dispositivo. Uma outra [para o futuro] seria a questão de idiomas, trocando ele um aparelho receptor. Nesse cenário eventual, a gente poderia no DCP trocar para outro idioma.

Em um cenário geral, como você enxerga a Dolby no futuro da exibição no país?

Eu penso que estamos trabalhando muito para fortalecer a companhia. A primeira coisa que a gente fez foi ter uma entidade jurídica é uma empresa que faça operação completa, que consiga importar, vender, exportar eventualmente, toda essa logística administrativa é importante. Montamos nosso armazém, que dá tranquilidade para nossos clientes. Antes, por exemplo, se algum material estivesse com defeito, seria necessário mandar um produto para Los Angeles, esperar a solução…. hoje temos isso resolvido. Temos um time liderado por Pedro Maldonado, nosso técnico. Temos agora um novo gerente de vendas local, que é Eduardo Stefanini, ele está encarregado na operação diária de assistir e acompanhar os clientes, de difundir produtos. E para frente, pensamos e temos como sonho que chegue a unidade de negócio da Dolby Cinema, de nos associar com algum exibidor e poder trazer essa experiência que, por enquanto, na América Latina não está disponível. Adoraríamos trazer essa experiência aqui e vamos fazer alguns caminhos alternativos para estar mais perto da Dolby Vision.

E o futuro da Dolby em um cenário global?

Para frente, imagino um parque exibidor muito mais maduro utilizando cada vez mais tecnologias. Dolby tem hoje uma linha de alto-falantes, de amplificação, processador de som, servidor de som, licenciamento de conteúdo. Tem um monte de produtos oferecidos ao mercado local. E temos algumas novidades importantes a ressaltar sobre conteúdo ao vivo. A música está vivenciando agora todas as melhorias de som que nós aplicamos ao cinema com Atmos. O que vai ser muito comum daqui pra frente é ter concertos ao vivo que vão ser mixados em Dolby Atmos e transmitidos para as salas de cinema que já possuem Dolby Atmos. Esse projeto já tem data de início. Esse ano terá Duran Duran, não vai ser ao vivo. Mas sim Aerosmith, vai ter vários eventos antes de final de ano em um prédio que chama MGM Park, em Las Vegas, onde Dolby tem um auditório especial, uma cabine de mixagem, todos equipamentos e tecnologias para fazer pontes entre o mundo da música e o mundo do cinema.

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