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22 Setembro 2022 | Renata Vomero

Ancine defende condecine, enfatiza financiamentos e diretrizes para acessibilidade de conteúdo

Tiago Mafra dos Santos, diretor da agência, participou de painel nesta Exposição

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(Foto: Daniel Souza e Neto Nunes)

O terceiro dia da Expocine foi aberto com o aguardado painel da Ancine, cujo tema era Agenda Ancine: criação, inovação e infraestrutura. O encontro foi moderado pelo advogado Marcos Bitelli e contou com a participação de Tiago Mafra Santos, diretor da agência nacional de cinema. 

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Entre os temas debatidos, o servidor destacou duas frentes importantes entendendo que se tratava de uma audiência formada majoritariamente por exibidores, embora muitos produtores também estivessem presentes. 

“A gente está fechando o segundo semestre com notícias não tão boas no sentido de retomada de público, mas numa tendência de recuperação, ainda estamos na casa dos 50% com relação a 2019 de público e 30% a 40% de renda, havia a expectativa de uma recuperação nessa altura, mas é aquilo o que estão dizendo é a falta de lançamentos e grandes blockbusters”, ressaltou Tiago. 

Ele destacou os esforços da agência em criar linhas de apoio que chegaram na casa dos R$300 milhões neste ano para que os exibidores pudessem otimizar suas operações em termos de criação, inovação e infraestrutura.  A agência ainda prepara mais uma linha em torno de R$170 milhões para o ano que vem, o que deve ajudar a acelerar o crescimento do parque exibidor, que tinha chegado a seu auge em 2019 com mais de 3500 salas no país. 

Seria impossível falar nessas linhas de apoio sem tocar no tema do qual boa parte desses aportes deve ser utilizado: acessibilidade de conteúdo. Com o prazo que obriga os cinemas a terem suas salas equipadas com recursos de acesso a pessoas com deficiência auditiva ou visual se aproximando, e não deve mais ser prorrogado, a preocupação é grande em torno disso. 

Nesse quesito, a Ancine mudou a postura, devendo deliberar uma nova instrução normativa na semana que vem, nela a agência deverá derrubar o número mínimo de equipamentos por complexos a depender do número de salas, devendo essa decisão ficar a cargo dos exibidores a depender da demanda. 

Além disso, embora a Ancine já tenha no passado aprovado algumas tecnologias específicas para os cinemas utilizarem, agora a decisão também deve ficar nas mãos dos exibidores e dos distribuidores, que há anos preparam seus conteúdos para serem exibidos nesses recursos. Os filmes continuam sendo obrigados a oferecerem os formatos específicos para cegos e surdos. Tudo isso é para tentar diminuir os custos dos exibidores e garantir, acima de tudo, o acesso de pessoas com deficiência aos cinemas. 

“O maior problema é a pessoa com deficiência querer assistir a um filme e não conseguir, eles já vão pouco por conta disso. De todos os agentes quem tem que estar na mesa e dar opinião é o PCD e os distribuidores e exibidores têm que estar dentro também para acompanhar e adequar dentro de suas possibilidades”, comentou o servidor. 

Não menos importante, mas embora de forma sucinta, Tiago também comentou sobre a possibilidade de extinção da Condecine, medida que entrou no Plano Orçamentário do Governo Federal para 2023 e causou bastante comoção no setor. 

Para o servidor, já estão previstos mais de R$1.7 bilhão de investimentos no Fundo Setorial do Audiovisual para o ano que vem, o que, em prática, impossibilidade a extinção deste importante tributo. 

“Reforço qualquer defesa de qualquer mecanismo da Condecine, ela se dá pelo contínuo lançamento de linhas e investimento”, concluiu. 

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