18 Dezembro 2020 | Renata Vomero
Cinemas pensam em estratégias para exibição dos filmes da Warner
Atitude é reação à decisão do estúdio sobre lançamentos de seus títulos
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A novela envolvendo a decisão da Warner de lançar os filmes ao mesmo tempo no cinema e HBO Max nos EUA continua se desenrolando e parece não acabar tão cedo. Nesta semana, o The Hollywood Reporter noticiou que os cinemas da região estão planejando uma reação contra o estúdio, e a palavra boicote vem aparecendo.
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As fontes do veículo apontaram que os cinemas estão cogitando reduzir os preços dos ingressos para os títulos do estúdio, cobrando cerca de US$3 a US$5, o que normalmente seria em torno de US$20.
Aqui é interessante destacar que normalmente o valor do ingresso é dividido 50/50 entre distribuidor e exibidor, variando a cada semana, também é essa uma das razões de os cinemas lucrarem mais com a bombonière do que com a própria venda dos ingressos. Com esses valores os cinemas podem atrair mais público, portanto, lucrando mais com os produtos alimentícios, apesar de arrecadarem menos bilheteria, o que deve impactar mais nos estúdios. Algumas redes andam estudando a ideia de não exibirem alguns dos filmes programados pela Warner.
Isso, claro, é só o início de uma possível reação, ainda não se sabe exatamente como essa questão se desenrolará. De qualquer forma, outro lado muito impactado pela medida da Warner e que pode ser ainda mais afetado pelo suposto boicote dos cinemas, são os produtores envolvidos.
Não à toa alguns diretores já se pronunciaram contra a estratégia, já que não devem receber o tanto que receberiam da arrecadação de bilheteria e não foram informados da possibilidade do streaming, que incluiria aí outro tipo de negociação contratual, normalmente envolvendo outra forma de remuneração.
A Legendary Pictures, responsável por Duna e Godzilla vs. Kong, já demonstrou seu descontentamento e preocupação com esses dois títulos. Coprodutora destes filmes, a empresa entrou com 75% dos orçamentos milionários destes títulos, o primeiro deles com potencial de se transformar em franquia e agora com destino incerto, o segundo já no meio de uma série de sucesso nos cinemas.
O futuro deste debate começa a se desenhar agora com o lançamento de Mulher-Maravilha 1984, primeiro filme a ser testado nesse modelo e que estreia em 25 de dezembro nos cinemas dos EUA e na mesma data no HBO Max. A partir disso algumas perguntas começam a ser respondidas e novas devem surgir, já que as bilheterias internacionais podem ganhar mais atenção do que a doméstica, gerando algumas surpresas pelo caminho.
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