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24 Agosto 2020 | Fernanda Mendes

Exibidores dos EUA se unem no movimento "CinemaSafe"

Conjunto de protocolos é seguido por 30 mil salas

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(Foto: Divulgação)

Assim como no Brasil há o movimento #JuntosPeloCinema para padronizar as ações entre os exibidores cinematográficos em uma retomada integrada do setor, nos EUA a NATO (National Association of Theatre Owners) percebeu que este realmente é o melhor caminho.

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Na última sexta-feira, dia 21, John Fithian, presidente da associação, e representantes de redes como AMC, Cinemark, Marcus Theatres, Regal Cinemas, IMAX, entre outras, realizaram uma convenção virtual para lançar o CinemaSafe, um novo conjunto de protocolos de saúde e segurança que será seguido por 300 companhias, totalizando 2,6 mil cinemas e 30 mil salas.

As medidas do CinemaSafe baseiam-se nas diretrizes do Centro de Controle de Doenças, da Organização Mundial da Saúde e da Administração de Segurança e Saúde Ocupacional. Além disso há epidemiologistas e outros especialistas trabalhando para o movimento.

Durante a conferência virtual, o epidemiologista da Universidade de Washington, Dr. David F. Goldsmith, alertou inúmeras vezes de que não existe um ambiente livre de riscos. No entanto, em sua revisão da literatura de medicina não encontrou nenhuma evidência de contágio de COVID-19 relacionado a cinemas.

No entanto, em igrejas e restaurantes, o epidemiologista adverte que são locais onde há comprovação de contágio coletivo. No cinema, ele acrescentou, o fato de os espectadores se sentarem e olharem para a mesma direção e não falarem ou cantarem por longos períodos é uma vantagem.

Sobre a duração das sessões, a infectologista da Faculdade de Medicina de Wisconsin, Dr. Joyce Sanchez, explicou que o tempo de um filme é comparável a voos domésticos ou a duração de uma refeição em um restaurante.

“Nós sabemos que o futuro de nossa indústria depende de nossa capacidade de operar nossos cinemas de maneira segura e limpa e de convencer o público de que é exatamente isso que estamos fazendo”, disse Adam Aron, CEO da AMC Theatres. “Apenas nesse momento, eu realmente ficarei feliz se alguém for em um cinema da Cinemark ou da Regal. Porque é muito importante para toda a nossa indústria”.

O CEO da Cinemark, Mark Zoradi, chamou a conferência online de um “evento histórico”. O executivo que trabalha há 30 anos na indústria de distribuição e exibição, conta que não consegue lembrar de um evento “onde estiveram os quatro principais exibidores dos EUA, além da Imax, todos em uma campanha de conscientização pública ao mesmo tempo”.

O presidente da NATO ainda criticou a decisão do governador de Nova York em não incluir os cinemas na fase 4 da retomada do estado. Uma das justificas do governador Andrew Cuomo foi o receio em relação ao sistema de ar-condicionado, que na sua visão a maioria dos cinemas poderiam ter um único sistema, o que significaria que as salas receberiam um ar possivelmente contaminado. “Geralmente, um multiplex de seis salas terá oito sistemas de ar-condicionado, então a ideia de que o COVID-19 seria transmitido de uma sala para outra não é baseada em fatos”, disse Fithian.

Os exibidores enfatizaram que estão se esforçando para atualizar seus sistemas de filtragem de ar. O CEO da Cinemark contou que há uma técnica em testes chamada de ionização bipolar, embora ainda levará algum tempo para ser implementada.

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