22 Novembro 2019 | Fernanda Mendes
Com possível mudança na lei antimonopólio, analistas norte-americanos acreditam que mercado não mudará
Antiga lei foi criada para que estúdios não tivessem influência nas salas de cinemas dos EUA
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Após o Governo dos Estados Unidos anunciar que está revendo os decretos que regulam o mercado de distribuição e exibição do país, as ações das cadeias de cinema subiram consideravelmente, o que mostra que o mercado enxerga com bons olhos essa possível mudança.
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As ações da AMC subiram em 6% na primeira parte do pregão e depois fecharam a US$ 8,48, subindo apenas uma fração. As ações da Cinemark também subiram uma fração, indo para US$ 34,31. Já as da IMAX aumentaram em 3%, totalizando US$ 21,51 por ação.
“Apesar de não acreditarmos que a aquisição de um circuito de exibição esteja no topo dos planos dos estúdios - especialmente por conta da crescente oportunidade e potencial de receita das assinaturas de streaming - não podemos descartar completamente a possibilidade de gerar uma consolidação no setor”, escreveu um analista da B. Riley.
Já o analista Eric Handler da MKM Partners acredita que o mercado não irá mudar drasticamente com essa atualização da lei.
Essa lei foi criada pela divisão antitruste dos EUA logo após a Segunda Guerra Mundial para que os estúdios não tivessem influência nas salas de cinemas dos EUA, tanto em termos administrativos - por conta da lei nenhum estúdio pode ser dono de cinema --, tanto pelos chamados “block booking”, que eram pacotes que os estúdios criavam para que os cinemas exibissem todos os filmes daquele combo caso fizessem questão de algum dos títulos. Os decretos ficaram conhecidos como “Paramount consent decrees”.
A iniciativa de revisão de tais leis foi tomada devido às enormes transformações que vêm acontecendo no mercado com a chegada dos streamings e novos modelos de negócio. “A indústria do cinema passa por mudanças com inovações tecnológicas, com novos negócios de streaming e novos modelos de negócios. A nossa esperança é que o fim dos decretos deixe limpo o caminho para inovações focadas nos consumidores", comentou Makan Delrahim, chefe do Departamento de Justiça.
Em uma análise publicada pelo site Indie Wire, é reforçada a ideia de que para os estúdios não é interessante a compra de uma rede exibidora, então a mudança dessa lei viria mais para entender como o mercado se desenvolverá a partir dessa nova regulação.
Para o site, com essa mudança o mercado cinematográfico será totalmente livre o que pode gerar diversas brigas judiciais. “Talvez essa mudança signifique que pequenos cinemas possam ter dificuldades em obter grandes filmes e, na contramão, pequenos distribuidores perderão o acesso a grandes redes de cinema”, disse a análise. Eles também acreditam na possibilidade de que os estúdios possam tentar forçar os cinemas a aceitarem filmes com uma janela de 60 dias.
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