07 Fevereiro 2019 | Thais Lemos
Mercado debate acessibilidade de conteúdo nos cinemas
Dolby reuniu convidados na Cinesystem para falar sobre o CineAssista
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Ontem (6) aconteceu o encontro sobre acessibilidade da Dolby no complexo da Cinesystem no Morumbi Town Shopping, onde exibidores e pessoas com deficiência auditiva e visual estavam presentes para esclarecer dúvidas e experimentar o produto CineAssista, que conta com recursos de libras, áudiodescrição e legendas descritivas.
Em parceria com a Assista Tecnologia, que aconteceu na Expocine em 2016, o aparelho pôde ser testado em diferentes salas do complexo com diversos conteúdos, incluindo filmes nacionais, internacionais, com legenda e dublados. Em meio à adaptação do mercado exibidor à nova exigência da ANCINE, Luciano Taffetani, gerente de vendas sênior da Dolby na América Latina, fez questão de ressaltar que apesar da Ancine ter sido chamada para o evento, não esteve presente nenhum representante da agência.
Funcionalidade
Durante a apresentação, números do IGBE de 2010 foram apresentados, mostrando que 36 milhões de brasileiros tem algum tipo de deficiência visual e 9,5 milhões tem algum tipo de deficiência auditiva. No entanto, Taffetani reforçou que esses números podem ser ainda maiores, uma vez que “há nove anos, não há novas informações do IBGE”.
Para o executivo, o futuro é promissor e tende a atingir um novo público que deverá ser bem fiel. “Podemos falar de uma revolução na sociedade, que quer incluir essas pessoas que não estão tendo experiências de entretenimento, informativas e de arte”, disse Luciano. “Tem um público esperando para ir ao cinema”.
Durante o evento, as companhias parceiras que são distribuidores da Dolby foram apresentadas. A Santa Clara Poltronas, Kelonik, Conecta Acessibilidade, Iguale, Steno Mobi/Auwe Digital se apresentaram, e Beyond All, Centauro Equipamentos, AMDS e Christie Brasil foram citadas.
Debate
O fim do evento contou com uma mesa redonda reunindo exibidores e parceiros. Leticia Santinon, coordenadora do Circuito SPCine, ressaltou a questão financeira, que no caso da rede é encarado como pública. “São 20 salas de cinema no Circuito SPCine, e temos que discutir com a nossa diretoria o quanto essa solução é obrigatória, relevante e inclusiva, e pensar em criar uma parceria para isso e ter editais para equipar todas as salas”, completou Santinon. A rede pública de cinemas na capital paulistana ganhou alguns modelos do CineAssista e está tentando a viabilidade da ferramenta em suas salas.
Para Taffetani, o mercado foi pego de surpresa com a lei da Ancine, que prevê que até 2020, 100% das salas do Brasil possuam recursos de acessibilidade. “A reação sempre foi defensiva por parte dos exibidores, porque eles são os responsáveis por comprar a tecnologia. Esse susto também foi dos fornecedores, porque não estavam com o produto finalizado, e para o distribuidor, que terá que providenciar o conteúdo que esteja completamente testado e que funcione no cinema”, disse. Charles de Freitas, da Centerplex, também estava presente no debate.
Após o debate, pessoas com deficiências visuais e auditivas foram convidadas para assistir um dos filmes atuais disponíveis com acessibilidade no Cinesystem. Claudia Hyky, deficiente auditiva, disse que era a primeira vez em muitos anos que ia ao cinema testar o aparelho.
Festival
A Cinesystem realiza entre os dias 11 e 13 de fevereiro o Festival Diversidades, onde seis filmes com temáticas de inclusão social e valorização da diversidade serão exibidos em todos os 26 complexos da rede de todo o Brasil,
A unidade do Morumbi Town Shopping, que é completamente equipada para pessoas com deficiência física conta com uma quantidade limitada do aparelho CineAssista da Dolby.
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