18 Novembro 2016 | Fernanda Mendes
Realidade virtual é tema em debate na Expocine
Executivos afirmam que o formato ainda está preso a curtas metragens e vídeos publicitários
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A realidade virtual é um dos assuntos mais falados do ano. Tanto, que até o atual presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, elogiou recentemente as pesquisas e teses sobre a tecnologia que chegou para ficar, dizendo que “os criativos irão salvar o mundo”.
A tendência do VR (realidade virtual) foi um dos temas da última manhã de palestras da Expocine 2016. Ricardo Laganaro, da O2 Filmes, foi um dos integrantes do debate.
O coordenador do departamento de 3D da companhia tem experiência de sobra para falar sobre o assunto. Além de dirigir o filme imersivo para o Museu do Amanhã, inaugurado este ano, ele liderou o clipe em 360º da música “O Farol” de Ivete Sangalo. O conteúdo alcançou a marca de 18 milhões de visualizações, tornando-se o videoclipe neste formato mais visto do mundo.
“Tem tudo a ver levar a realidade virtual em algum conteúdo que o público ama. Ainda está muito cedo para pensar no VR sozinho”, afirmou.
O formato ainda está preso a pequenos vídeos publicitários ou curtas metragens. Em um exemplo citado por Rodrigo Arnaut, diretor da Magazine Mundo 360º, Amsterdã possui a primeira sala de cinema com realidade virtual do mundo, mas exibe apenas pequenos conteúdos. Já a IMAX, também está investindo em centros de realidade virtual pelo mundo e já levantou um fundo de US$ 50 milhões, porém para projetos de curtas metragens.
“Nós sempre temos problemas para implantar a inovação”, declarou Arnaut.
No Brasil, em Belo Horizonte, o Cine Virtual, projeto parecido com o de Amsterdã, pretende abrir suas portas ainda este ano.
Uma solução “prática”, segundo Fábio, Hofnik, curador da Expo BRVR, é o investimento em realidade virtual em trailers na web ou até mesmo no lobby dos cinemas, em que o público necessita apenas do seu celular para viver a experiência imersiva.
A Lumma Studio, empresa argentina conhecida por sua tecnologia 4D, acredita que o ideal é unir a tecnologia com a criatividade.
Na linha da companhia, E-Motion, além do sistema 4D, que possui sincronização das poltronas, dispositivos sensoriais, como cheiros, esguichos de água e vento, com o movimento exato projetado nas telonas, há também os efeitos com realidade virtual.
“Temos a intenção de ser o número 1 da América Latina neste sentido”, afirmou Gabriel Castares, diretor executivo da companhia.
A maior demanda para essa linha da empresa ainda é voltada para vídeos publicitários e trailers.
Para Laganaro da O2, tem muitas empresas requisitadas, como a Apple, investindo fortemente em VR e, muito em breve, coisas bem interessantes irão ao encontro do público.
Por hora, no Brasil, há pouco mais de 10 salas 4D, segundo dados levantados por Rodrigo Arnaut, diretor da Magazine Mundo 360º, que questionou quanto tempo os exibidores levarão para construírem salas com tecnologia VR.
Veja a cobertura completa do primeiro e segundo dias da Expocine 2016.
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