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12 Abril 2024 | Renata Vomero

Grande público, novidades e títulos animadores: CinemaCon é luz no fim do túnel para mercado de exibição

Evento foi encerrado nesta quinta-feira (11) e trouxe tom de alívio para os profissionais da indústria

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(Foto: Getty Images para a CinemaCon 2024)

Esta CinemaCon estava cercada de muitas expectativas e apreensão, dadas as dificuldades que a indústria vem passando. Os números angustiantes do início do ano, a falta de títulos e as incertezas atuais marcaram o evento, que contornou os ânimos dos profissionais, em especial dos exibidores, com discussões sobre o momento do mercado e novidades tecnológicas, além de ser palco de apresentações que denotam um futuro promissor.

Talvez justamente pelo misto de sensações, esta CinemaCon contou com o maior número de visitantes no pós-pandemia, muito pela ansiedade dos profissionais em promover trocas de insights, entender melhor o que o futuro aguarda e acalmar as emoções. Afinal, nada melhor do que encontrar seus pares para entender e compartilhar sobre os desafios do momento.

Aliás, o Brasil contou com número próximo de 100 visitantes nesta edição do maior evento da indústria de cinema do mundo, uma marca que mostra justamente o comprometimento dos players nacionais com o futuro. 

As conversas, em especial nos principais painéis e debates do evento, giraram em torno desse momento de apreensão e muitas delas destacaram a importância e valor dos filmes de baixo e médio orçamento, com painel dedicado ao assunto e uma fala importante do Michael O’Leary sobre esta questão, pedindo que os estúdios deem maior atenção a esses projetos.

Na verdade, a diversidade de títulos foi o pedido do executivo, já que é isso o que garante uma frequência maior de público nas salas, com opções de filmes para todos os nichos e audiências, como tem se provado ao longo dos últimos meses.

“Durante meu tempo aqui na NATO, nossos parceiros na distribuição têm reafirmado consistentemente seu compromisso com o cinema. Para ter uma indústria de entretenimento cinematográfico verdadeiramente bem-sucedida, uma variedade de filmes que agradem aos frequentadores de cinema é fundamental. Não é suficiente depender apenas de blockbusters - devemos ter um mercado forte e vibrante para filmes com orçamentos menores ou médios”, disse O’Leary, mencionando depois alguns importantes filmes do ano passado que foram produzidos com orçamentos mais modestos, como Ficção Americana (Prime Video), Vidas Passadas (California FIlmes) e Godzilla Minus One (Sato Company). Como destacado na matéria de cobertura de sua apresentação no tradicional painel “The State of The Industry.

E ao que tudo indica, os estúdios parecem estar prestando atenção a essa demanda da audiência por diversidade, mostrando uma programação não tão cunhada apenas em franquisa. Os line-ups parecem estar variando em alguns pilares específicos norteadores deste novo momento, sendo eles: nostalgia (Gladiador 2, Beetlejuice, Super Mario Bros., Maldadas, etc), grandes estrelas (aqui a lista é infinita: Twisters, Malvadas, Coringa, O Dublê, Deadpool, Ballerina) e fortes propriedades intelectuais (Superman, Coringa, Rei Leão, John Wick, etc).

Dados os bons títulos que prometem atrair grandes públicos aos cinemas, a sensação geral entre os exibidores é de que o cenário só deve começar a melhorar a partir do segundo semestre, mas com recuperação mais célere em 2025 e 2026, como destacam muitas apresentação dos estúdios também.

Ainda assim, a alta movimentação e o tom mais otimista, levam o público frequentador da CinemaCon de volta para casa com o coração mais quente e calmo, embora tenham todos muito trabalho pela frente.

Na quarta-feira (10), os executivos Adam Aron, presidente & CEO da AMC Entertainment, Bill Kramer, CEO da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, e Cathleen Taff, presidente de distribuição, franquias e insights de audiência da Disney, se reuniram no painel “Na Industry Think Tank: 2024” para justamente falar sobre o cenário que se apresenta.

Frente aos questionamentos de Adam Aron sobre o crescimento da indústria em 2024, ao qual ele ainda não está confiante, o executivo destacou:  “A verdadeira questão é se esta indústria permanecerá consolidada em US$ 9 bilhões [na América do Norte], como aconteceu no ano passado, ou se as bilheterias crescerão novamente. Ao olhar para 25 e 26, acho que as bilheterias vão crescer muito.”

E ele foi rebatido pela executiva da Disney, que pede para não descartarem 2024, já que a empresa tem fortes títulos programados para o ano, como Planeta dos Macacos: O Reinado, Divertida Mente 2, Deadpool & Wolverine, Alien: Romulus, Moana 2 e Mufasa: The Lion King. Ela ainda provocou a Universal em sua fala, já que o estúdio destronou a Disney em 2023.

“Tivemos quatro dos 15 melhores filmes no ano passado; fomos o estúdio número um em sete dos últimos oito anos. Parabéns para vocês [Universal], mas estamos indo atrás de vocês”, brincou Cathleen Taff.

Falando em disputa acirrada, a feira de negócios parece ter contado com boas novidades e até uma concorrência saudável (que saudade!) entre gigantes de tecnologia de projeção. Tanto a Barco, quanto a Dolby tiveram a CinemaCon como palco de suas mais novas meninas dos olhos em projeção. A Barco, com o HDR, e a Dolby, com o Dolby Vision. Ambos prometendo uma experiência premium dentro das salas escuras e uma oferta diferenciada para as audiências. As duas empresas, junto à GDC, dominaram as conversas nos corredores da feira.

A Barco, aliás, já anunciou que fechou negócios com a AMC Theatres, B&B Theatres e Regal Cinemas, que ainda este ano terão unidades equipadas com os projetores equipados com a nova tecnologia a laser HDR lightsteering, patenteada pela Barco.

 Diante do fervor de expectativas e incertezas, há, diante dos olhos da indústria, uma evidente vontade de fazer o futuro acontecer. Resta entender, qual será o novo cenário e quem serão os principais atores que comandarão essa nova era.

As informações dessa notícia são do Screen Daily, Deadline, Box Office Pro e Variety.

Cobertura completa:

Players brasileiros desembarcam na CinemaCon.
Novidades tecnológicas anunciadas durante o evento.
Profissionais da indústria se unem para entender novas demandas do mercado
As primeiras impressões de "O Dublê", da Universal.
Crunchyroll anuncia novidades para os fãs de animes.
Michael O'Leary ressalta importância de variedade de títulos nas telonas.
"Coringa" é o destaque da apresentação da Warner na CinemaCon.
Angel Studios reforça line-up de filmes cristãos.
Universal apresenta forte line-up para 2024-25.
Clássicos, fórmula de sucesso e rei do pop: as novas apostas da Lionsgate.
Paramount destaca "Um Lugar Silencioso" e "Gladiador 2".
Disney apresenta mais de 20 filmes para os próximos anos.


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